quarta-feira, 6 de julho de 2011

As denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes favorecem ainda mais o lucro das empreiteiras

O escândalo que envolveu o ministro dos transportes, o senador licenciado do PR, Alfredo Nascimento, não é propriamente uma “novidade”. Desde a gestão Lula a pasta comandada por Nascimento era alvo de várias denúncias por parte da grande mídia, em particular no DNIT, órgão responsável pela manutenção e recuperação das rodovias federais. O governo da frente popular que é um verdadeiro condomínio das oligarquias mais corruptas da política nacional, sempre avalizou a gerência do PR (um dos partidos mentores do mensalão) no MT e, no máximo, promoveu a troca da diretoria do DNIT, sob pressão dos próprios partidos da base aliada. Acontece que a cada novo escândalo surgido, a orientação do DNIT era paralisar as obras de recuperação em andamento nas estradas, onde as empreiteiras continuavam a receber do caixa do Estado mesmo com as obras paradas. Com a deterioração pelas chuvas, a cada retomada dos trabalhos de recapagem das rodovias exigia a renovação de um contrato ainda mais superfaturado, transformando a “fabricação de escândalos” no DNIT em um verdadeiro filão de mercado para as grandes empreiteiras.

No regime capitalista, onde a chamada livre iniciativa empresarial é uma cláusula pétrea da República, a corrupção estatal é um fenômeno recorrente e endêmico ao próprio modo de produção, não podendo ser “fiscalizada” por nenhum vestal público ou privado, como sonham em vão os reformistas de todos os naipes. Para não fugir a regra, os arautos da democracia burguesa como o PSOL, voltam a exigir a instalação de uma CPI, para que a própria matilha de corruptos parlamentares emita o seu parecer “ético” sobre o novo assalto ao botim estatal.

A única senda para o povo oprimido lutar efetivamente contra a corrupção estatal é a defesa da estatização completa dos meios de produção pela via da revolução socialista e da instauração da ditadura do proletariado. Semear a ilusão da possibilidade de um “controle social” do Estado burguês, determinando o estabelecimento de “regras de conduta” aos gestores públicos como faz o PSOL e o revisionista PSTU, que se reclama mais a “esquerda”, significa uma verdadeira fraude ao marxismo revolucionário. A natureza da economia de mercado necessita do Estado burguês como indutor da acumulação capitalista, neste processo a corrupção estatal é um elemento indissociável do próprio capitalismo, independente do matiz político do governo de turno. Reivindicar “probidade” deste governo Dilma, representante das máfias burguesas é no mínimo retardar o processo de ruptura da classe trabalhadora com a frente popular.