sábado, 16 de julho de 2011

El Baradei: "A revolução não acabou", só não afirmou que era "made in CIA"

O prêmio Nobel da paz, o egípcio El Baradei, concedeu uma entrevista exclusiva ao portal G1(Globo), onde afirmou que: "A revolução não acabou. A revolução foi desencadeada. "Seria até muito estranho que uma figura direta do imperialismo ianqui tivesse o mesmo discurso de toda a esquerda revisionista, que também tenta vender a incautos o conto da "revolução árabe", se esta mesma esquerda (PSTU, PSOL etc...) não estivesse de malas e bagagens no campo militar e político do imperialismo como na guerra civil da Líbia. El Baradei que é candidato da casa branca as próximas eleições presidenciais, ainda sem data definida pelos generais golpistas que tomaram o governo do Egito ao derrubarem o decrépito Mubarak, foi enviado direto de Washington para coordenar a chamada "revolução da praça Tahir". Agora sua prioridade (também a dos generais) é a elaboração de uma nova constituição para o país, celebrando o pacto social para instaurar um regime político democratizante, voltado aos interesses dos EUA e Israel na região . 

Fica absolutamente cristalino para os marxistas que as mobilizações que varreram o Egito contra a ditadura de Mubarak, estiveram muito distantes de  se configurarem como uma "revolução  democrática", sem falar dos idiotas que afirmaram ser "uma revolução socialista em curso". O que ocorreu de fato foi um processo de reação democrática, desembocando na atual junta militar que governa o pais, sob o controle político de Obama e da própria CIA. El Baradei, muito provavelmente o próximo presidente eleito com o apoio inclusive da esquerda reformista, simboliza a natureza do processo da reação democrática, ou seja uma transição política ordenada pelas classes dominantes  para se livrarem do velho regime corrupto e desgastado.

A prostituição do legado do Leninismo é tamanha que faz com que os revisionistas do marxismo se igualem a gente como El Baradei, para celebrar a instauração (pela via golpista) da  democracia dos ricos  como uma verdadeira "revolução". A classe operária e as massas árabes só protagonizarão uma genuína revolução socialista, ou mesmo democrática como ante sala da tomada de poder, quando construírem de forma independente seus próprios organismos soviéticos (conselhos operários e populares), para a destruição violenta do estado capitalista. Como nos ensinou o atualissimo  Lenin: "Fora da tomada do poder é tudo uma ilusão", desgraçadamente o proletariado mundial está acaudilhado por toda sorte de charlatões de esquerda que se transformaram em porta vozes das manobras políticas do imperialismo.