terça-feira, 16 de agosto de 2011

Viva os 50 anos da construção do Muro de Berlim!

Neste mês de agosto completam-se 50 anos da construção do Muro de Berlim. Hoje o imperialismo se vale desta data para comemorar com toda empáfia e cinismo o oposto, a restauração capitalista do antigo estado operário alemão, produto da queda contrarrevolucionária do Muro. A mídia burguesa aproveita para espalhar por todos os cantos do planeta que a Alemanha “unificada” está agora, sem o muro, mergulhada no paraíso! Nas palavras da chanceler alemã Angela Merkel: “A queda do muro foi um acontecimento que mudou a minha vida e a de milhões de outras para melhor” (Der Spiegel, 10/8). A verdade é, no entanto, outra, completamente oposta. Os trabalhadores da antiga Alemanha Oriental estão pagando um alto preço social com o fim do Estado operário: o “sonho” do consumo capitalista em troca do pleno emprego.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, maio de 1945, Berlim fora tomada, pela ofensiva do Exército Vermelho, das garras das tropas nazistas. O exército soviético avançava  rumo ao Ocidente, levando a cabo por onde passava, mais especificamente os países do Leste europeu, a expropriação das burguesias nacionais. O fato é que mesmo dirigida pela burocracia stalinista, as expropriações significavam um fenômeno histórico extremamente progressivo para os interesses da classe operária mundial.

Com o advento da Guerra Fria, o Muro de Berlim passa a significar militarmente a divisão entre as tropas imperialistas da OTAN e as forças do Pacto de Varsóvia capitaneadas pelos Estados operários burocratizados do Leste europeu e a URSS. O que estava em jogo representava muito além de um conflito militar. Tratava-se da existência de dois modos de produção diametralmente antagônicos: a economia planificada burocraticamente da URSS e dos Estados operários deformados e o caos do mercado capitalista. A queda do Muro de Berlim e a destruição do Estado operário alemão como produto da contrarrevolução, representaram uma profunda derrota para o proletariado mundial, exatamente porque a derrubada da burocracia foi obra do imperialismo e não parte da revolução política dirigida pelo proletariado.

A derrubada do Muro de Berlim marcou, por sua vez, o fim do Pacto de Varsóvia, o que levou a termo a bipolarização política até então existente. O Muro, em outras palavras, era o contraponto militar ao avanço da OTAN rumo ao Leste. A partir da restauração capitalista da RDA e da URSS, o imperialismo teve a possibilidade de levar adiante a sua brutal ofensiva militar sobre toda uma série de países que até então estavam sob a influência soviética, o que abriu caminho para as atuais agressões da OTAN sobre o Iraque, Afeganistão e Líbia...