sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ratos covardes prorrogam ultimato para “rendição” de Sirte: como em Trípoli esperam o serviço sujo das bombas da OTAN para depois posarem de “rebeldes heróis” para a mídia “murdochiana”

Os “valentes rebeldes” protegidos por centenas de caças da OTAN anunciaram nesta quinta-feira a prorrogação em uma semana para a rendição das forças leais ao regime Kadaffi sitiadas em sua cidade natal, Sirte, o prazo inicial dado pelo CNT vencia no próximo sábado. A razão de tanta “generosidade” é bem simples, os ratos “rebeldes” não têm a menor condição político-militar de enfrentar a verdadeira resistência popular com suas próprias forças, esperam como em Trípoli os covardes mísseis da OTAN realizarem todo o “trabalho sujo” (aniquilando as defesas nacionais) só para depois da estratégia de terra arrasada colocada em marcha pelo imperialismo, posarem como os “heróis” que libertaram a Líbia da “tirania” kadafista. Sem dúvida, um belo conto de “capa e espada” produzido pelas CNNs murdochianas da vida e desgraçadamente “comprado” pelos canalhas Morenistas da LIT e seus apêndices menores.

A cidade de Sirte situada a cerca de 350 km do oeste de Trípoli está cercada por ar e terra pelas forças especiais da OTAN, seu fornecimento de água, luz e alimentos foi cortado, os bombardeios acontecem a cada trinta minutos dia e noite. Mesmo neste quadro de isolamento as milícias da resistência já anunciaram que não se renderão, revelando o heroísmo da população líbia diante dos abutres saqueadores imperialistas e seus ratos “rebeldes”. O covarde cerco a Sirte poderá se estender por meses, enquanto o novo “governo” títere do CNT ganha tempo de lotear o país para as grandes corporações imperialistas. Por outro lado, prossegue a política de cooptações em larga escala de setores do governo nacionalista burguês que traindo a resistência popular se integram rapidamente ao regime de “Vichi”, imposto pela ocupação imperialista.

O próprio Kadaffi afirmou sua intenção de romper o cerco a Sirte e marchar com uma coluna de vinte mil homens com o objetivo de retomar Trípoli. Para além de suas declarações, como marxistas sabemos que a guerra é o prolongamento da política por outros meios e neste caso concreto os “ziguezagues” de Kadaffi, pela ausência de um autêntico programa proletário, não podem inspirar muita confiança. É verdade que a imensa superioridade bélica da coalizão militar imperialista sobre um país atrasado que sequer possui armamento nuclear, não pode ser secundarizada em nenhuma análise minimamente séria sobre esta guerra. Kadaffi teve uma oportunidade de esmagar os “rebeldes” contra-revolucionários, sem nenhum apoio nacional, concentrados em Benghazi e não o fez, buscou uma saída negociada com o imperialismo quando detinha a ofensiva do conflito. Agora é a OTAN que cerca impiedosamente as tropas de Kadaffi em Sirte, lembrando o cerco nazista a Stalingrado na URSS durante a Segunda Guerra Mundial.

Ainda não se pode sentenciar um resultado final da ofensiva da OTAN e tampouco do cerco a Sirte, mas proclamar previamente a vitória “revolucionaria” do imperialismo, pelas mãos dos “rebeldes” monarquistas, como faz a LIT, significa a maior capitulação de classe já cometida por uma organização que se diz de esquerda em toda a história do marxismo. Sem depositar nenhuma confiança política no regime burguês de Kadaffi, os bolchevique-leninistas devem seguir combatendo pela derrota militar das forças de ocupação, lutando por um programa independente do proletariado (socialista) em completa unidade de ação com a resistência nacional e popular. Se é correto afirmar que Kadaffi não é Stalin e também a Líbia de hoje não representa o que foi o Estado operário soviético, também é verdade que a classe operária de ambas as nações já demonstrou sua capacidade de batalhar heroicamente por suas conquistas históricas.