sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sarah Palin do Tea Party desiste da disputa à presidência, uma gentileza para o “neo”falcão Obama

A corrida eleitoral pela Casa Branca parece estar se afunilando mesmo antes das prévias partidárias que começarão ano que vem. O fato novo foi a decisão do Tea Party em abrir mão da disputa à presidência dos EUA, anunciando prematuramente a desistência da “badalada” Sarah Palin. O anúncio do TP corresponde na verdade ao fortalecimento do presidente Obama que mesmo desgastado com a crise econômica que castiga o país teve o seu “reconhecimento” no plano internacional com o “sucesso” da intervenção militar ianque na Líbia. A chamada “revolução árabe”, uma operação política engendrada no Pentágono conseguiu galvanizar a esquerda reformista no apoio à ocupação da OTAN, a um país oprimido semicolonial, com a fachada de “ajuda humanitária”.

Com este trunfo na “manga” Obama, antes considerado um “banana” pela extrema-direita republicana, passa a ser tratado como opção preferencial do imperialismo para enfrentar os próximos “desafios” dos EUA. As intervenções imperiais na Síria, Irã e Cuba deverão seguir o mesmo roteiro “democrático” do que ocorreu na Líbia. Neste sentido, as candidaturas republicanas que restaram, a do governador do Texas Rick Perry e do ex-governador de Massachussetts Mitt Rommey, não devem estabelecer uma grande ameaça à “estratégia” Obamista considerada mais adequada em tempos de profunda crise capitalista. No plano interno do próprio partido Democrata, a oligarquia Clinton também já se deu por convencida a “engolir” o “ banana” em troca da manutenção do controle do Departamento de Estado por mais uma gestão.

O surgimento de uma oposição pequeno-burguesa, com características “antineoliberal”, não deverá tirar o sono de Obama. Fenômenos sociais como este da “ocupação de Wall Street” são incapazes de estabelecer um vínculo mais orgânico com a poderosa classe operária norte-americana, pela absoluta ausência de uma perspectiva revolucionária. O recente exemplo da dinâmica política dos “indignados” espanhóis já demonstrou as profundas limitações de movimentos desta espécie. A tentativa de buscar a substituição do proletariado por novas “vanguardas”, feita pela esquerda revisionista no passado recente, já se mostrou completamente falida. Somente a construção de um verdadeiro partido operário com influência de massas poderá representar uma real alternativa ao embuste que significou a eleição do “negro” Obama e que agora ameaça se repetir sob a forma de desastre.