quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

As novas “tecnologias da informação” a serviço dos monopólios capitalistas: a “campana” cibernética contra militantes anti-imperialistas

Hoje em dia uma questão extremamente vital é pouco analisada, quer na “blogsfera” quer em nível da elaboração programática da esquerda: o desenvolvimento desenfreado da rede de comunicações internacional (internet) após a queda da URSS e o retrocesso ideológico que se seguiu. Por se tratar de um “objeto” de consumo de massa, de um modismo quase irracional, criticá-la beira à heresia, uma vez que tudo praticamente funciona em torno desta rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento. Mas a “indústria” da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não tem como princípio a liberdade de expressão porque está precisamente concentrada nas mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e estes associados incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e seu aparato repressivo.

A intercepção de informações é a característica básica dos novos tempos da internet. E, claro, a fonte irradiadora desta realidade concentra-se no coração do monstro imperialista, os EUA, onde existe a chamada Agência de Segurança Nacional (ASN) que se ramifica em mais outras 16 agências menores responsáveis pela captura e análise da informação por qualquer meio de comunicação. A ASN localiza-se em Fort Meade (Maryland) e é dirigida pelo Grupo de Segurança Naval dos EUA e pelos serviços de espionagem da Força Aérea, cujo complexo apóia-se numa rede planetária de satélites espiões que pode processar uma gama quase infindável de dados.

O cerco à internet após o 11 de Setembro de 2001 recrudesceu com a fascista “Lei Patriota” que concedeu à ASN plenos poderes para espionar a navegação e e-mails em todo o mundo, inclusive em seu próprio território (antes havia restrições jurídicas) como produto da sanha “antiterrorista” do império. O aperfeiçoamento tecnológico facilitou a edificação de uma poderosa base de dados em nível mundial num sistema complicadíssimo denominado de “Total Information Awareness” (conhecimento total da informação) que tem a capacidade de armazenar vídeos, fotos, ligações telefônicas e parâmetros biométricos de “alvos” que contrariem interesses das grandes corporações e assim persegui-lo. Quer dizer, quanto mais complexa e desenvolvida a tecnologia de informação, paradoxalmente maior é o controle social da mesma por mais que as organizações e partidos políticos de “esquerda”, adaptados ao regime da democracia dos ricos tentem afirmar o contrário.

Empresas do “quilate” da Microsoft, Google, Sony, Apple etc. etc. podem controlar indiscriminadamente telefones celulares, computadores, “tablets” através de softwares e hardwares por eles fabricados. Basta enviar “trojans” em anexos de e-mails ou simplesmente inserir “scripts” maliciosos escondidos em um site muito visitado (as redes sociais, por exemplo!). Ou então, com um minúsculo “chip” inserido na placa mãe dos aparelhos (computadores, celulares), as empresas, o Estado burguês pode gravar tudo o que é digitado, “ligar” remotamente telefones celulares como um “microfone” sem que o proprietário perceba, mesmo que não efetue nenhuma ligação, acionar webcams para espionar um “alvo” em tempo real, localizar via satélite pessoas por suas características biométricas. Isto se agrava ainda mais em se tratando da indústria bélica que tem a tecnologia controlada a mão de ferro pela matriz imperialista que utiliza aviões de ataque não-tripulados computadorizados. São os “Reapers” (ceifadores de vida) que arrasaram recentemente a Líbia e hoje são usados para assassinar os dirigentes das FARC nas selvas colombianas e futuramente numa guerra contra o Irã. Ninguém, a não ser os EUA, por exemplo, tem o domínio de como funcionam estes aparelhos, que durante a “guerra fria” tinha o contraponto militar e tecnológico a ex-URSS.

Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas da humanidade. É uma profunda ilusão no regime “democrático” acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle. Neste sentido, os “Facebook”, os “Twitters” nada têm de independentes, basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão propalada “liberdade” cibernética. A tecnologia da informação a serviço do bem-estar da humanidade só será possível através da tomada do poder da burguesia através revolução proletária, a qual imporá um novo modo de produção, o socialismo.