quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mais uma vez a baixaria do “Big Brother Brasil” revela a falência ideológica de uma esquerda “politicamente correta”

Como já tínhamos alertado em nosso artigo anterior (15/01), a crítica feita pela esquerda revisionista ao lixo televisivo do “BBB”, carece de profundidade marxiana, no que tange caracterizar a própria etapa histórica em que vivemos, além de resvalar para um moralismo “politicamente correto”, próprio dos valores “éticos” decadentes da burguesia. Não tardou muito e os próprios fatos concretos confirmaram plenamente nossos prognósticos. No domingo a noite, 15/1, a Rede Globo transmitiu ao vivo uma cena do “Big Brother Brasil” (BBB) em que um casal participante do “espetáculo” televisivo estava supostamente tendo relações sexuais. Após a cena “escandalosa” não faltaram moralistas de plantão, da direita à esquerda, para afirmarem que se tratou de um “estupro”, um crime por parte do “brother Daniel contra Monique”. Ora, todos sabem que este lixo televisivo faz todo tipo de manipulação e jogadas para aumentar a audiência e que todos os participantes (homens e mulheres) fazem parte, sem exceção, de uma escória social escolhida a dedo pelo “patrão” Boninho e sua equipe. Quer dizer, neste ambiente do esgoto da pequena burguesia asquerosa, ninguém pode ser considerado “inocente”, todos estão lá para venderem uma mercadoria, seus “esculturais” corpos, já que “cérebro” desgraçadamente não possuem!

“Politicamente correta” e portanto moralmente burguesa é a posição do PSTU no episódio. Os morenistas se valeram de “twiteiros” para declarar que “A interpretação de que houve abuso sexual é tão óbvia que, na manhã do dia 15, a expressão #danielexpulso estava entre os “trending topics” do twitter e as manifestações contra o participante tomaram conta das redes sociais” (Site do PSTU, 17/12). E para concluir a barbaridade política, reivindica a prisão do “brother”: “Daniel não pode sair impune. É o que manda a lei, raramente aplicada, principalmente em casos como estes. Mas é isto que está no artigo 213 do código penal” (idem). Evoca sem o menor constrangimento, rompendo a fronteira de classe, a lei burguesa que condena a própria mulher pobre à iminência da morte, que criminaliza o aborto, cobra a sua atuação com rigor, a fim de que o “brother” seja preso. Nisto, tem o apoio igualmente dos neomorenistas da LER-QI que afirmam categoricamente ter acontecido “um estupro ao vivo” (site da LER, Pão e Rosas, 18/2), “uma sujeira nojenta”, e arremata de forma incisiva: “a Monique foi violentada por Daniel, Pedro Bial, ‘Boninho’...” e por aí vai. Estes pequenos burgueses “feministas” da LER, travestidos de trotsquistas, não têm a menor ideia do que é realmente um estupro, destes que ocorrem cotidianamente na periferia das grandes cidades contra mulheres pobres e negras. Imaginam estes neomorenistas, que em suas “festinhas” da PUC ocorrem “fatos” muito similares ao que ocorreu no Big Brother Brasil.

Esta esquerda “politicamente correta” torna-se cúmplice do retrocesso ideológico das massas, ao legitimar o BBB, elegendo seus “mocinhos e bandidos”, como tanto deseja a Rede “murdochiana” dos Marinhos. Tanto é verdade, que a “vítima sister” Monique em depoimento disse que estava cheia de “tesão” embaixo do edredom, anunciando logo depois, na maior cara-de-pau, ter recebido e aceito, várias propostas de revistas “masculinas” para posar nua! Esta é a “inocente e vítima” que tanto alarde fazem as “feministas” pequeno-burguesas, em uma tentativa de manter em pé as velhas estruturas da Família burguesa cristã. A esquerda revisionista comparte desta concepção e está cada vez mais se aprofundando em seu viés moralista: apoiou a OTAN e a democracia dos ricos contra a “ditadura sanguinária” de Kadaffi, clama para que a justiça burguesa condene o “mauricinho” por ter supostamente “estuprado” a “patricinha”, “pura e vestal”.

Em suma, os apologistas da democracia como valor universal (oposta pelo vértice à ditadura do proletariado), como o PSTU e LER, correm sempre a reboque do que pauta a reacionária “opinião pública”, a serviço dos interesses capitalistas e dos valores morais da burguesia. Os genuínos marxistas leninistas sabem muito bem diferenciar as “disputas” no campo de nossos inimigos de classe, como as que ocorrem nos bandos fascistizantes, como os de “mauricinhos” de classe média, e as verdadeiras vítimas da opressão capitalista, as mulheres proletárias, negras e pobres, alvo constante destas hordas reacionárias de “mauricinhos e patricinhas”, racistas contra uma população humilde e trabalhadora.