quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Após 50 anos de bloqueio econômico do imperialismo ianque, nossa resposta continua sendo a defesa incondicional de Cuba e das conquistas da revolução!

Nesse mês de fevereiro se completa 50 anos do bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, que já provocou um prejuízo superior a US$ 1 trilhão segundo o governo da Ilha. Por ordem do então presidente “democrata” Kennedy, a Casa Branca suspendeu em 1962 as relações comerciais com o Estado operário cubano, além de proibir linhas de crédito e vários outros tipos de intercâmbios. A medida era uma retaliação às nacionalizações de empresas norte-americanas e às crescentes relações com a URSS. Essa política tem sido levada a cabo até hoje, sendo renovada sistematicamente por outro “democrata”, Obama, pondo assim um fim às ilusões da burocracia castrista que acreditou inicialmente que este alteraria as relações políticas entre Cuba e os EUA. Hoje, o bloqueio é usado como fonte de forte pressão para impor dificuldades econômicas ao povo cubano e, ao mesmo tempo, serve de chantagem para o incremento da abertura capitalista por parte da direção do PCC, opositora do programa trotskista da revolução permanente.

Com a liquidação contrarrevolucionária da URSS, os efeitos do bloqueio econômico ianque se fizeram sentir ainda mais ferozmente. A derrubada do Muro de Berlim e a liquidação da URSS entre os anos de 89-91, saudada como um “avanço ao socialismo” por grupos revisionistas como a LIT/PSTU, forçou o castrismo a adotar uma série de medidas de mercado para incrementar a atividade econômica na Ilha. Até então a ilha mantinha 85% de seu intercâmbio econômico e comercial com a URSS. Com o fim do Estado operário soviético Cuba deixa de receber abruptamente 14 milhões de toneladas de combustível ao ano a preço abaixo do mercado mundial, quando a produção nacional chegava a no máximo 500 mil toneladas anuais. O desaparecimento das condições vantajosas do comércio de Cuba com o Leste europeu e, fundamentalmente, com a URSS fez caírem as exportações cubanas em mais de 70% em apenas três anos, entre 1989 e 1993. Como produto dessa situação 1/3 do PIB caiu, dividido na redução de 50% da produção da agricultura, 30% da indústria e 70% da construção civil. Em resposta à Lei de Torricelli e a Lei Helms-Burton que reforçaram o bloqueio econômico, o governo cubano aprovou a Lei de Inversões Estrangeiras, em 1995, que flexibilizou o monopólio do comércio exterior, permite investimentos do capital estrangeiro em ramos centrais da economia, autoriza a remessa integral dos lucros e dissolveu a Junta Central de Planificação, órgão responsável pela planificação da economia no Estado operário.

Inicialmente Fidel Castro escondeu a nocividade destas medidas e buscou identificá-las com a NEP de Lenin, quando na verdade sua política não estava baseada na expansão da revolução mundial, como podemos ver claramente nas relações que Cuba estabelece com o chavismo, apoiando o “presidente bolivariano” em sua política nacionalista-burguesa de não-ruptura com o modo de produção capitalista, como fez anteriormente com a Nicarágua de Daniel Ortega. Hoje esta orientação está clara nas resoluções do VI Congresso do PCC, condensadas nas palavras de Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular: “O socialismo não é a propriedade pública de todos os meios de produção. A luta política e nosso próprio voluntarismo conduziram a exageros no passado, que precisam ser retificados. Não podemos mais compreender o empreendedorismo privado, sob controle do Estado, apenas como uma concessão temporária. Essa atividade deve ter seu lugar em nosso modelo socialista. Para essa tarefa, precisamos entender qual o socialismo possível, capaz de trazer desenvolvimento e prosperidade para as novas gerações. Não temos medo de criticar nossos próprios erros, pois não há outra forma de construir um projeto histórico de nação.” (Opera Mundi, 08/02). Ao contrário dessa apologia a abertura feita pela direção castrista, que ataca direitos históricos dos trabalhadores, os genuínos trotskistas não escondem por um só momento a angustiante realidade por que passa Cuba, produto da própria etapa contrarrevolucionária aberta com o fim da URSS e da ação da burocracia parasitária.

Alertamos que os “ziguezagues” do castrismo diante da ofensiva mundial do imperialismo ianque colocam em risco a defesa das conquistas históricas da revolução cubana, que mesmo debilitadas por um bloqueio criminoso, permanecem socialmente vigentes para o proletariado da ilha operária. Os próximos passos da Casa Branca estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática”, utilizando a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco” ou os ataques midiáticos da blogueira-mercenária Yoani Sánchez, posteriormente a tradicional agressão militar como vimos na Líbia. Quando se completam os 50 anos do bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, reafirmamos que somente a mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução cubana. Frente às provocações ianques sobre o Estado operário cubano, a posição dos revolucionários deve ser a sua defesa incondicional, para na trincheira da luta contra o imperialismo preparar as condições para a revolução política. A destruição do Estado operário cubano seja pela via da agressão militar ou da contrarrevolução “democrática”, inspirada na farseca “revolução árabe” apoiada por todo arco revisionista, não por acaso os mesmos canalhas de “esquerda” que clamam pela “derrubada da ditadura dos irmãos Castro”, representará uma enorme derrota para o proletariado da América Latina, abrindo um período sem precedentes de avanço imperialista. Por isso, nossa resposta continua sendo a defesa incondicional de Cuba e das conquistas da revolução!