sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Ação terrorista orquestrada pela CIA no Líbano pretende “exportar” a guerra civil da Síria ao país vizinho

O desespero da OTAN e seus “amigos de esquerda” pela franca derrota do ELS na guerra civil da Síria, já provocou até a necessidade de recorrer ao reacionário governo turco para promover (com tremendos insucessos) ataques militares contra o território e o povo sírio. Agora, diante do fiasco de todas as provocações cometidas pela Casa Branca contra o governo Assad (considerado um “ditador” pelos carniceiros “democratas” do Pentágono e seus colegas da LIT/PSTU), chegou a vez da sinistra CIA entrar em cena. E o cenário escolhido pela “inteligência” do governo Obama para desgastar politicamente o regime da oligarquia nacionalista dos Assad foi o Líbano, país vizinho e aliado estratégico da Síria. Nesta sexta-feira (19/10) um carro bomba explodiu no centro da capital Beirute matando oito pessoas e deixando cerca de oitenta feridos, incluindo o falecimento de um general da autoridade libanesa, Wissam al Hassan, sunita ligado à oposição pró-imperialista da Síria. Imediatamente após o atentado terrorista, a imprensa “murdochiana” internacional entrou em campo para “imparcialmente” imputar resolutamente a ação criminosa nas costas do Hezbollah e do próprio governo Sírio, apesar da veemente condenação do covarde atentado feita pessoalmente pelo presidente Assad. O governo libanês, dirigido pelo premier Najib Mikati, é formado por uma delicada coalizão confessional entre sunitas e xiitas, e os promotores ianques da ação terrorista tinham como objetivo desestabilizar a aliança de governo para isolar o Hezbollah, permitindo uma intervenção imperialista (sob os auspícios da ONU ou OTAN) em uma região de fronteira com a Síria.

O chefe da oposição libanesa, Saad Hariri, ligado diretamente a Washington e Israel, tem grande interesse na dissolução do governo de coalizão de olho nas próximas eleições legislativas que se realizarão em 2013. O Líbano já vive uma intervenção “humanitária” da ONU desde o último conflito com as forças militares sionistas que foram fragorosamente derrotadas na ocasião. Agora a oposição cristã sunita objetiva ampliar esta intervenção imperialista até o território sírio, utilizando cretinamente os atentados terroristas em Beirute como um pretexto. Obviamente, nesta etapa do conflito interno sírio, onde todos os esforços dos EUA foram derrotados para derrubar o regime Assad, a “cartada libanesa” surge como a última esperança dos chacais imperialistas. O gendarme de Israel tem atuado em conjunto com os “rebeldes” sírios e a oposição libanesa no sentido de preparar um corredor militar “free way” entre Tel Aviv e Teerã. O regime Assad tem conseguido superar o isolamento internacional, seus únicos aliados são o Irã e o Líbano, com um forte apoio das massas que heroicamente tem combatido contra os mercenários a serviço da OTAN. O proletariado sírio mesmo tendo plena consciência que o atual governo não o representa, não está disposto a permitir a devastação do seu país pelas transnacionais, em nome das supostas “liberdades democráticas”.

A tática da generalização da chamada “primavera árabe”, induzida pelo departamento de estado dos EUA, já produziu seus “resultados” na Líbia, saqueada pela OTAN e seus títeres. Na Síria a força política do regime Assad vem bloqueando uma intervenção imperialista até o momento, mas a eclosão de um nova “guerra civil” na região seria um verdadeiro “presente” para os planos de reeleição, tanto de Obama quanto Netanyahu. O Líbano com uma longa tradição de separatismo e guerras civis, hoje abriga a principal força militar de oposição ao sionismo. O Hezbollah fortemente apoiado pelo regime sírio deve ser esmagado para se chegar até Damasco, segundo a ótica dos estrategistas do Pentágono e dos terroristas do gendarme de Israel.

O surpreendente nesta etapa dos acontecimentos é a posição da “família” da esquerda revisionista, que em uníssono com a mídia “murdochiana” insiste em repetir o mantra de que Al Assad não passa de um “assassino”. Nesta lógica pró-imperialista, que desgraçadamente envolveu até mesmo organizações “defensistas”, deve-se apoiar os “rebeldes” sírios como um “mal menor” frente ao “sanguinário” Assad. Ao estabelecer a unidade de ação militar com o ELS contra o “ditador” Assad, o revisionismo acaba por apoiar as ações terroristas da OTAN e CIA, que objetivamente fortalecem seu campo militar. Os Marxistas revolucionários que não nutrem a menor simpatia política pelo regime da oligarquia dos Assad sabem muito bem que no atual conflito sírio não está em jogo democracia versus ditadura, mas sim a subordinação de um país semicolonial aos ditames do imperialismo. Neste sentido, estabelecemos sem vacilações unidade de ação, com absoluta independência política, com todos os adversários reais do principal inimigo dos povos, o grande “amo do norte”.