quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013



Coreia do Norte responde as provocações do imperialismo ianque com novo teste nuclear! Pelo direito de autodefesa do Estado operário!

O Estado operário norte-coreano (RPDC) acaba de realizar seu terceiro teste nuclear, com a detonação de uma bomba mais leve, menor e mais potente do que as usadas em 2006 e 2009. O Conselho de Segurança da ONU logo condenou o teste e a Casa Branca ameaçou com novas sanções, alegando que o considera “uma ameaça à segurança americana”. No texto da declaração aprovado pelas Nações Unidas, com o voto de China e Rússia, os 15 países membros afirmaram que a Coreia do Norte “desrespeitou” três resoluções anteriores, incluindo a 2087, votada no mês passado. Obama no seu discurso da União declarou que “O perigo representado pelas atividades ameaçadoras da Coreia do Norte demanda da comunidade internacional ações imediatas e dignas de crédito”. Tal declaração é uma farsa, já que o teste é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. O teste foi o primeiro conduzido sob o comando de Kim Jong-un, o novo dirigente da burocracia stalinista que substituiu seu pai, Kim Jong-il, há pouco mais de um ano e conseguiu o objetivo de dominar a tecnologia para disparo de armas nucleares contra alvos predeterminados. O desenvolvimento dos programas de energia nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações. Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantém bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Frente à reação do imperialismo ianque e seus organismos, a Coreia do Norte lançou um comunicado em que declara: “O objetivo principal do atual teste nuclear é demonstrar a indignação do nosso exército e povo ante o ato hostil criminoso dos EUA, a vontade e a capacidade da Coreia de Songun de defender a todo custo a soberania do país. Nosso teste nuclear é uma medida justa de autodefesa que não contravém qualquer lei internacional. Já faz muito tempo que o império colocou a RPDC na lista de alvos de golpes nucleares preventivos; enfrentar, através do poder nuclear dissuasivo, a essa recrudescente ameaça nuclear dos EUA é uma medida de autodefesa absolutamente justa. Caso escolha o caminho de confrontação, o mundo verá corretamente como defenderão até o fim os uniformizados e os civis da RPDC a sua dignidade e soberania no combate de vida ou morte entre a justiça e a injustiça e com isso, acolherão com o triunfo final, o grande evento revolucionário da reunificação da pátria”. Principal “aliada” de Pyongyang, a China declarou que se opõe “firmemente” ao teste e pediu ao país vizinho que não realize ações capazes de piorar a situação na região. A imprensa pró-imperialista faz todo um alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte. Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil de longo alcance, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar?

O certo é que com a morte do Kim Jong-Il a pressão pela restauração capitalista, que ganhou grande incremento com a liquidação contrarrevolucionária da URSS e a conversão da China ao capitalismo, vem se recrudescendo para impor o fim do Estado operário norte-coreano. A política contrarrevolucionária da burocracia stalinista, hoje formalmente dirigida por Kim Jong-un, mas de fato controlada pelos generais do exército, está buscando uma mediação com as potências imperialistas através da China para uma transição ordenada ao capitalismo. Porém, a tomar como exemplo os planos do imperialismo para a Síria e a investida “democrática” contra Putin na Rússia, o imperialismo deve pressionar para haver uma ruptura por dentro do aparato estatal, ainda mais com uma liderança frágil a frente do Estado e do PTC. O controle de como será esse processo e quem o comandará é justamente o ponto de tensão entre a China e o imperialismo ianque. A Casa Branca está se aproveitando do quadro de instabilidade interna na Coreia do Norte para acelerar o processo de restauração capitalista no país a seu modo e patrocinar grupos civis que busquem insuflar protestos made in CIA no Estado operário norte-coreano aos moldes dos que vem patrocinando no Oriente Médio e na Rússia. Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário, aumentando as tensões intraburocráticas.

Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. Justamente por esta razão, nos opomos a essa “trégua nuclear” que a China deseja impor a Coreia do Norte e reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear, para responder às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista.