terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Quem é a “tropa de choque” que tanto defendeu Yoani Sanchez?

Durante sua visita ao Brasil a blogueira mercenária Yoani Sanchez foi alvo de justas e combativas manifestações que expressaram o repúdio de diversas correntes políticas, militantes comunistas e ativistas independentes que se reivindicam anti-imperialistas e defensores da revolução cubana contra a verdadeira cruzada de ataques a Cuba e suas conquistas sociais. A “turnê” desta agente oficiosa da Casa Branca foi financiada em nosso país pelos grandes meios de alienação de massa, com direito a ser capa da arquirreacionária revista “Veja” e alvo dos aplausos do fascista Reinaldo Azevedo em seu blog, amplo espaço na mídia venal, visita ao parlamento burguês para a exibição de um documentário provocativo a Ilha operária e, claro, hospedagem em hotel cinco estrelas na condição de hóspede de luxo. Tamanha “gentileza” da burguesia teve seus motivos: esta mercenária a soldo da sinistra SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), além de atacar Cuba, fazia ativa propaganda contra o comunismo e o “totalitarismo de esquerda”. Em sua defesa, estabeleceu-se uma verdadeira "tropa de choque" que agrupou os políticos burgueses mais reacionários de nosso país, figuras abjetas do quilate de Geraldo Alckmin, Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro, Aécio Neves, uma corja direitista que teve ao seu lado o servil senador Eduardo Suplicy (PT) e o... PSTU!

Em todas as atividades púbicas que esta mercenária realizou no Brasil, as manifestações tiveram que enfrentar os ataques da mídia "murdochiana" e o aparelho repressor do Estado burguês, como em Feira de Santana (BA), onde esta ratazana foi literalmente escoltada pela Polícia Militar a pedido do calhorda senador Eduardo Suplicy (PT). O PSDB chegou a solicitar formalmente que a Polícia Federal fizesse sua segurança frente ao ataque de "terroristas de esquerda". Na Câmara dos Deputados, Yoani foi sempre escoltada por Ronaldo Caiado (DEM), homem da assassina UDR e representante-mor do terror do latifúndio contra os camponeses pobres e sem-terra que declarou: “Essa jovem corajosa vem ao Brasil e grupos que não têm como atacá-la moralmente e eticamente tentam destruir sua imagem” no que foi acompanhado do militar fascista Jair Bolsonaro (PP), defensor público do golpe militar de 1964 e das torturas contra militantes de esquerda que colérico vociferou: “Ela é um exemplo vivo do que vive Cuba, não queremos um regime assim”. No senado, foi abraçada por Aécio Neves (PSDB), apresentado como o principal candidato da oposição burguesa. Ao saber disso, ela pediu que não a deixasse só em sua cruzada contra Cuba, reclamando que o governo Dilma era “silencioso” e não condenava os “crimes da ditadura comunista de Fidel e Raul Castro”. Em São Paulo, Alckmin, membro da Opus Dei e inimigo declarado dos trabalhadores, tanto que a qualquer protesto responde com a violenta repressão da PM, recebeu Yoani declarando que ela era uma “guerreira da Liberdade”, ao melhor estilo dos pastelões hollywoodianos que apresentavam o mercenário Rambo como defensor da democracia contra o “demônio vermelho” representado pela União Soviética. As palavras do facínora Alckmin são lapidares: “Ela é uma heroína moderna, heroína na defesa da liberdade de expressão, da liberdade nas redes sociais”.
A esta “tropa de choque” repugnante para qualquer militante de esqueda integrou-se vergonhosamente o PSTU! Em plena polarização com a direita e sua mídia venal, este partido lançou um artigo escandaloso intitulado sintomaticamente de “Quem tem medo de Yoani Sánchez?” (sítio PSTU, 22/02), não por acaso repetindo quase os mesmos termos da revista Veja, que em sua capa desta semana, com letras garrafais, tem como manchete: “A blogueira que assusta a tirania - Porque a ditadura cubana e seus seguidores no Brasil tem tanto pavor de Yoani Sanchez, a ponto de tentar calar sua voz à força”. No seu artigo inspirado na linha política do grupo Abril, da família Civita, o PSTU declara que “não integra nem apóia essas manifestações” e afirma textualmente que “Suposições sobre suas reais motivações à parte, fato é que a blogueira faz uma crítica correta a partir de um fato concreto: a ausência de liberdade de expressão e organização em seu país”. Em resumo, para os morenistas canalhas não importa que a blogueira seja agente da CIA, patrocinada pela SIP, receba gordos salários para atacar a revolução cubana, tenha direito a capa na Veja e palestra “privê” no Estadão com o “supra-sumo” dos “jornalistas” da reação midiática, o importante é que ela ajuda na luta contra a “ditadura totalitária” em Cuba. O PSTU não participou das manifestações contra Yoani porque simplesmente este partido estava no outro lado da barricada, no campo político e militar oposto à trincheira dos combatentes que se reivindicam anti-imperialistas, formando a “tropa de choque” em defesa da agente oficiosa da Casa Branca, junto com Caiado, Bolsonaro, Aécio e Alckmin, a fina-flor da direita no Brasil! Não é de se estranhar tal conduta vergonhosa, recentemente o mesmo PSTU-LIT trouxe ao Brasil a “rebelde” Sara Al Suri, apresentando-a como uma “revolucionária” síria e logo depois se descobriu com amplas provas (fotos e vídeos), como a LBI já havia denunciando na época, que esta não passava de uma agente da CIA, tanto que estava sendo elogiada em um site na internet ligado às forças armadas dos EUA! Para o PSTU, que defendeu a frente com a OTAN na Líbia em nome da “democracia” e agora reivindica a vitória dos “rebeldes” armados pela CIA e o Mossad na Síria contra a suposta “ditadura sanguinária de Assad”, nada mais normal que se postar ao lado de Yoani e declarar que ela “faz uma crítica correta a partir de um fato concreto: a ausência de liberdade de expressão e organização em seu país”. A defesa da democracia burguesa e da suposta liberdade de expressão que, segundo estes ratos revisonistas, o capitalismo permite é um direito “sagrado” que os morenistas defendem, sendo, portanto legítimo se aliar a OTAN ou a direita em nosso país para combater os regimes ou forças políticas que não tem a democracia ocidental capitalista como modelo político ou mantenham algum grau de fricção com a Casa Branca.

A LBI, que foi a primeira corrente política a convocar a importante manifestação contra Yoani realizada em São Paulo no último dia 21, quando esta foi a um “debate” a portas fechadas na Livraria Cultura na Avenida Paulista, tem o dever militante de combater tanto a “tropa de choque” da blogueira mercenária como de desmascarar os revisionistas que enlameiam o nome do trotskismo, como o PSTU, estando a serviço desta canalha reacionária unida em prol da “democraia e da liberdade”, ao melhor estilo das marchas por “Deus e pela Liberdade” que deram apoio ao golpe de 64 e depois à ditadura militar no Brasil. Ombro a ombro com outras correntes políticas e movimentos sociais (PCdoB, PCR, Inverta, Comitê de Solidariedade a Cuba, Levante Popular da Juventude e MST), apesar das enormes diferenças políticas que temos com estas forças, respondemos as provocações de um grupo de direita fascitizante pró-Yoani no hall de entrada do evento entoando palavras de ordens em defesa da liberdade dos cinco presos políticos cubanos encarcerados nas masmoras do império. O PSTU não compareceu a esta atividade internacionalista porque este partido e seus satélites revisionistas estavam ao lado das figuras mais nefastas de nosso país em seu virulento ataque ao Estado operário cubano. Os morenistas agiram da mesma forma quando saudaram recentemente o arquirreacionário STF, junto com a Rede Globo, a Veja, o PSDB e o DEM, depois do “Supremo” condenar uma parte do núcleo histórico do PT (Dirceu, Genoíno, Delúbio e João Paulo) na farsa do julgamento do chamado “mensalão” em nome da suposta moralização do Estado burguês. É preciso que a vanguarda política tire as lições desta “frente única” escandalosa que abarca desde os defensores da ditadura militar, da UDR, da Opus Dei, passando pelo PSDB-DEM e chegou até o... PSTU! Esta santa aliança que vem se consolidando em questões candentes da luta de classes (“mensalão”, Líbia , Síria e Cuba) demonstra que o PSTU passou de malas e bagagens para o campo de reação burguesa imperialista, atravessou o rubicão de classe, daí ter se integrado sem vacilar à “tropa de choque”  que defendeu Yoani Sanchez em sua visita ao Brasil!