segunda-feira, 8 de julho de 2013


Sob os governos da Frente Popular continuam as bases de espionagem da CIA no Brasil

Os noticiários da mídia “murdochiana” deram bastante destaque às revelações do ex-agente Edward Snowden (abrigado provisoriamente na Rússia) sobre a existência de bases de monitoramento eletrônico pertencentes a CIA/NSA, instaladas em Brasília no período do governo FHC. As atuais informações fornecidas por Snowden datam no máximo ao ano de 2002 e, portanto, seriam relacionadas a fatos do passado, nada tendo a ver com a atualidade dos governos da Frente Popular, é o que tenta provar a mídia no afã de tranquilizar a opinião pública nacional. Diante das denúncias o próprio embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, em visita nesta segunda-feira (08/07) ao ministro das comunicações negou que o programa de monitoramento sediado no Brasil (com abrangência para toda a América do Sul) tenha sido executado para fins de “espionagem de nossos cidadãos”. A verdade é que os convênios oficiais de cooperação assinados entre a NSA (Agência de Segurança Nacional - EUA) e o governo brasileiro na gestão FHC, permanecem vigentes até hoje.Na realidade são estes acordos bilaterais para fins de " inteligência" que permitem a CIA vasculhar livremente nosso sistema de informações e dados, valendo inclusive para o monitoramento dos computadores do TSE ,responsável pela totalização dos votos da urna “robotrônica”. Mas a presidenta Dilma se finge de indignada e até mesmo o vassalo FHC cobra explicações do governo ianque, a imprensa capitalista não comenta o fato dos acordos com a NSA estarem valendo em plena etapa dos supostos riscos de “terrorismo” nos “grandes eventos” que o Brasil sediará.

Um cinismo sem precedentes marca todo o debate acerca da quebra do sigilo pessoal e corporativo na internet, por parte dos organismos de “inteligência” norte-americanos. Empresas como o Google e Facebook logo se apressaram em afirmar que nunca repassaram dados e informações de seus usuários ao governo Obama. As chamadas “redes sociais” (Face, Twitter, etc...) ou mesmo o protótipo de inteligência artificial que é o Google, foram criadas diretamente pelo Departamento de Estado Ianque como colaterais “privadas” de seus organismos oficiais. Fazem parte de um projeto de monitoramento global dos EUA, integrado à estratégia de consolidar a hegemonia imperialista em um mundo totalmente dependente da internet, seja para troca de dados comerciais e financeiros ou simples informações pessoais.

A “lenda” plantada por Hollywood de que empresas como o Face teriam sido criadas por jovens universitários ou mesmo o Google como produto da “mente brilhante” de empreendedores tecnológicos só pode convencer a pessoas muito tolas. Se os EUA atravessa uma etapa mundial de crise de acumulação capitalista, o que ameaça sua hegemonia planetária, foi forçado a recorrer a sua supremacia tecnológica não somente no campo bélico-militar, mas também no terreno “virtual”. O controle mundial da “grande rede” passa a ser uma questão de sobrevivência para o imperialismo ianque, atropelando as regras formais da diplomacia, inclusive com seus parceiros leais da União Europeia e Japão. Mantendo-se este cenário internacional podemos dizer que a “guerra nas estrelas” pensada por Reagan na década de 80, foi ganha pelos EUA a partir da superioridade de seus satélites, servindo hoje para “gerenciar” a Net muito mais do que para a interceptação de mísseis inimigos.

O governo Dilma deveria diante do escândalo da espionagem ianque, romper imediatamente todos os acordos firmados de cooperação policial e de “inteligência” com os EUA, sob pena da completa desmoralização nacional. Se no Itamaraty realmente existisse algum brio do justo patriotismo anti-imperialista, o chanceler (nada) Patriota se colocaria à disposição de Snowden para lhe oferecer o asilo político pedido ao Brasil, inclusive oferecendo um avião do governo para sua busca na Rússia. Mas a Frente Popular seguirá fingindo indignação com a espionagem da CIA, enquanto cretinamente renova os tratados de cooperação militar com os EUA, que por sua vez seguirão jurando “inocência” no caso das bases de monitoramento em Brasília. Cabe aos genuínos combatentes anti-imperialistas levantar a bandeira da expulsão dos agentes (civis e militares) ianques em toda América Latina, assim como a dos grandes trustes econômicos norte-americanos que trazem exploração e miséria ao nosso povo.