quarta-feira, 4 de setembro de 2013


Abaixo a perseguição policial aos “Black Blocs”! Liberdade imediata para os presos políticos do governo Sérgio “Caveirão”!

Está em curso uma escalada repressiva no Rio de Janeiro contra as manifestações populares. O alvo inicial da sanha fascistizante desatada pelo governador Sérgio “Caveirão”, sua polícia assassina, a mídia “murdochiana” tendo a frente a Rede Globo e a justiça burguesa são os “Black Blocs”. As recentes prisões de manifestantes mascarados, o monitoramento das páginas do “grupo” na internet e a acusação de formação de quadrilha, inclusive imputando-lhes o uso de armas e patrocínio de pedofilia mostram bem os objetivos macabros que estão em curso por trás das ações do aparato repressivo fluminense: passar a ofensiva contra o conjunto dos movimentos sociais, criminalizando suas lideranças políticas e isolando os setores mais radicalizados que são vanguarda da luta direta contra o governo e a prefeitura. No curso deste operativo, policiais civis realizaram uma verdadeira operação de perseguição política em todo o estado fluminense nesta quarta-feira, 04 de agosto, para localizar pessoas acusadas pela PM e a justiça de cometerem “atos de vandalismo durante protestos no Rio”. Segundo a imprensa burguesa, três “administradores” da página Black Bloc foram presos e dois menores, apreendidos. Eles serão indiciados por formação de quadrilha armada e incitação da violência, que são crimes inafiançáveis sendo enviados para o complexo de presídios de segurança máxima de Bangu. Desde a LBI nos solidarizamos com os companheiros detidos e exigimos sua imediata liberdade, são presos políticos do governo Cabral! A perseguição aos “Black Blocs” abre um grave precedente contra o conjunto das organizações políticas de esquerda e, mais particularmente, para as correntes revolucionárias que se enfrentam com o Estado capitalista e não se subordinam às regras do regime político “democratizante” vigente, que exige manifestações pacíficas e ordeiras que não questionem a sacrossanta propriedade privada, o poder político da burguesia e de seus gerentes de plantão, Cabral e Paes, aliados do governo Dilma e da frente popular, tanto que suas administrações têm vários secretários indicados pelo PT e PCdoB!

A chefe da Polícia Civil do Rio, a fascistóide Marta Rocha, cinicamente declarou que “Encontramos vários materiais, máscaras, faca, artefato de ação perfurante de múltiplas pontas conhecido como ‘jacaré’. O artefato tem pregos, quando jogado pode ferir manifestantes, policiais, jornalistas. Quando analisamos a página dos Black Blocs há um comando para multiplicar esse objeto. Isto é uma ação criminosa”. Durante as investigações, os policiais da Comissão Especial de Investigações da Polícia Civil, comandados pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), utilizaram redes sociais para chegar aos suspeitos de envolvimento em supostas depredações e destruições nas manifestações, em uma operação que abrangeu várias localidades: Tribobó, São Gonçalo, Niterói, Itaipu, Cachambi e Morro do Urubu, na Abolição. Já na noite desta terça-feira, 03 de agosto, quatro pessoas foram detidas no ato batizado de “Baile de máscaras”, realizado na Cinelândia, no Centro do Rio, convocado justamente para protestar contra a repressão policial e a votação que aconteceria na ALERJ para aprovar novas medidas contra as manifestações, incluindo a proibição ao uso de máscaras. Durante o protesto, a polícia civil e a PM abordaram as pessoas que tinham o rosto coberto para que retirassem a máscara e apresentassem identificação em uma clara conduta provocativa do aparato repressivo. Segundo o facínora deputado estadual Paulo Melo (PMDB) “Vivemos em um regime democrático e não há razão para que as pessoas saiam às ruas mascaradas, como se precisassem esconder o rosto. O projeto é extremamente democrático porque defende o direito dos que querem se manifestar de forma pacífica, mas vem sendo impedidos pela violência dos baderneiros que acabam com os protestos”. O projeto proíbe o “porte ou uso de quaisquer armas” e inclui pedras, bastões, tacos e similares como armas potenciais, ou seja, visa impedir a autodefesa dos manifestantes frente à barbárie policial.

Como alertamos na polêmica travada com o PSTU sobre os “Black Blocs”, quando este partido buscou isolar os companheiros acusando-os que “Entram nas passeatas e, sem que tenha havido qualquer deliberação por parte dos manifestantes ou dos grupos que organizaram o protesto, atacam de forma provocativa a polícia, que reage, sistematicamente, reprimindo e muitas vezes acabando com as mobilizações. Agem como provocadores da repressão policial, tendo sido responsáveis, muitas vezes, por acabar com várias passeatas. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro, nas últimas manifestações pelo ‘Fora Cabral’” (Sítio PSTU, Uma polêmica com os “Black Blocs”, 01/08), reafirmamos agora diante da ação de perseguição policial que a “delimitação” dos morenistas não tinha nada de progressista porque acabava jogando os trabalhadores e a população em geral contra os setores mais radicalizados que se lançam contra o aparato de repressão e atacam as instituições burguesas, assim como os símbolos do grande capital! Somente canalhas completamente adaptados à democracia burguesa, poderiam construir o amálgama de acusar combativos manifestantes de “provocadores da repressão policial” quando todo militante honesto sabe que é a polícia que infiltra P2 para tentar “legitimar” suas barbaridades, valendo-se da ajuda da grande mídia para criminalizar os “radicais”.

Como genuínos trotskistas, mesmo se delimitando com o limitado programa anarquista dos “Black Blocs”, jamais condenamos suas ações quando voltadas a atacar o Estado burguês, pelo contrário, na medida de nossas forças militantes sempre estivemos em “frente única” com estes companheiros para responder aos ataques policiais e questionar a ordem capitalista no vivo campo de batalha. Nossa crítica leninista a este setor anarquista sempre partirá do mesmo campo de batalha e nunca para justificar a repressão estatal, como se esta necessitasse dos desvios “ultra-esquerdistas” dos “Black Blocs” para atacar o conjunto do movimento de massas. O leninismo delimitou-se historicamente do anarquismo sempre pela esquerda e nunca denunciando os métodos da conspiração e clandestinidade na organização de ações, próprios do Partido Bolchevique! Desde a LBI chamamos o conjunto da esquerda classista e que se reclama revolucionária a repudiar a ação da PM e a convocar um ato político pela liberdade imediata dos presos políticos do governo Sérgio “Caveirão”. A perseguição aos “Black Blocs” é a antessala para uma ação de maior envergadura contra o movimento de massas, justamente quando Cabral e Paes tentarão passar a ofensiva policialesca para disciplinar as manifestações, buscando contar com a providencial ajuda do PT/CUT, PCdoB/CTB e... PSTU/Conlutas nesta sanha reacionária!