sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014


Cinegrafista da Band bombardeado na cabeça pela PM em protesto no Rio: Estado de “exceção” em plena vigência no Brasil!

O cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade, foi alvo de uma bomba de gás (de alto poder lesivo) lançada contra ele pela PM do Rio de Janeiro enquanto cobria o protesto popular contra o aumento das tarifas de transporte urbano ocorrido na noite desta quinta-feira (06/02) no centro da capital fluminense. O trabalhador da Band foi alvejado gravemente na cabeça no exato momento em que registrava a bárbara repressão levada a cabo pela assassina PM do governador Sérgio “Caveirão” contra manifestantes sociais desarmados. É importante destacar que não se tratou de um caso de “bala perdida” da PM, mas sim de um covarde e letal ataque a um profissional de jornalismo (neste caso da própria mídia corporativa) que documentava a desproporcional truculência da polícia militar utilizada contra ativistas políticos indefesos. O fato de Santiago ter sido atingindo na cabeça (sob uma precisa mira) só comprova a tese de que se trata de uma clara “sinalização” de que a PM não admitirá nenhum registro fotográfico de suas ações criminosas, seja da mídia independente ou não. A violenta repressão policial generalizada começou quando a combativa e pacífica passeata iniciada na Av. Presidente Vargas chegou a Central do Brasil, neste momento decidiu-se por “liberar” as catracas de cobranças provocando a fúria da tropa de choque, verdadeiros cães de guarda da burguesia e seus “negócios”. Foram efetuadas 28 prisões de manifestantes, completamente arbitrárias, além do saldo de vários feridos e da tentativa de assassinato do funcionário da Band.

Os trágicos acontecimentos do Rio (ainda não sabemos se Santiago sobreviverá à lesão sofrida) ocorrem há pouco mais de uma semana do fuzilamento, pela PM do governador Tucano Alckmin, de um jovem um manifestante que participava do ato contra a Copa da FIFA organizado por várias entidades populares na cidade de São Paulo. É evidente que não se tratam de meras coincidências desastrosas, o recrudescimento do regime político contra os movimentos sociais é um fato já consolidado e até mesmo reconhecido oficialmente pelo governo da Frente Popular, que admitiu que monitora eletronicamente todas as correntes de pensamento que se opõem a esta Copa dos magnatas capitalistas. Também é bastante óbvio que a repressão estatal não está unicamente dirigida aos chamados “Blak Blocs”, apresentados (tanto pela mídia “murdochiana” como pela blogosfera “chapa branca”) como os “demônios” que atuam contra os “interesses da pátria”. As sinistras forças do aparelho policial e militar (herdadas da época da ditadura) estão agindo contra o conjunto da esquerda revolucionária e o ativismo classista, que se recusa a ceder à pressão do reacionário discurso “patrioteiro” do Brasil “potência emergente”.

A ofensiva neoliberal da burguesia contra as conquistas operárias requer a implantação de um regime democratizante (democracia dos ricos) cada vez mais semelhante politicamente a um estado policial de “exceção”. Desta forma, a criminalização dos militantes e das próprias organizações comunistas é parte integrante desta inflexão fascistizante. Para este fim a burguesia lança mão dos arcaicos bordões “nacionalistas”, mas que no fundo são “elaborados” nos bastidores da Casa Branca em Washington. O governo do PT e os partidos reformistas de sua base de apoio são os “gerentes” tupiniquins da atual ofensiva imperialista contra os povos, tentando “vender” a falsa versão de que inserindo o país no calendário mundial dos “grandes eventos” é a população pobre que será beneficiada. Mas quando esta mesma população da periferia urbana “ousa” visitar os “templos de consumo” da elite capitalista e afins, são “recepcionados” com a selvageria da PM ancorada por sentenças judiciais racistas que nos fazem lembrar a Ku Klux Klan (KKK).

Como Marxistas Revolucionários estaremos sempre na primeira fileira dos que lutam contra este regime bastardo e seus embustes políticos, mesmo não avalizando a totalidade de seus métodos ou de suas ações diretas contra o estado burguês. Do mesmo lado da barricada dos bravos e jovens ativistas, publicitaremos pacientemente que o combate mais justo contra o capital é o da adoção do programa da revolução socialista, protagonizado pela classe operária e seus aliados históricos. Neste rico processo dialético a vigorosa denúncia contra toda e qualquer repressão policial e arbitrariedades judiciais a militantes da esquerda ou trabalhadores em geral, ocupa um papel de absoluto destaque na atividade dos Marxistas, inteiramente independente do acordo ideológico que tenhamos ou não com as vítimas desta direitista ofensiva neoliberal em pleno curso. Nesta difícil conjuntura de acúmulo de derrotas do movimento de massas (onde as próprias liberdades democráticas burguesas estão sendo suprimidas) é hora de reforçar o chamado feito pela LBI para a realização de um encontro nacional contra as demissões e perseguições políticas, como uma importante alavanca política para a organização de nossa resistência socialista!