quinta-feira, 29 de maio de 2014


JB sai da presidência do STF e se aposenta precocemente: É a hora de “realizar os lucros” dos negócios celebrados

O anúncio da aposentadoria precoce do ministro Joaquim Barbosa, retirando-se não só da presidência do STF, mas definitivamente também da própria Corte, pela via de uma aposentadoria aos 59 anos de idade, surpreendeu a alguns incautos e muitos “crédulos” (incluindo neste saco a esquerda revisionista) da mídia “murdochiana”. Mas não para nós da LBI que há muito tempo vínhamos delimitando com a farsa do julgamento chamado de “Mensalão”, realizado o trabalho “sujo” era hora de sair de “campo” e retirar os holofotes do novo “herói nacional”, que agora espera “colher” os lucros de todos os negócios realizados. JB renúncia à presidência do Supremo cinco meses antes do término de sua gestão e, não por coincidência, evita assim enfrentar o resultado das eleições presidenciais, que deverão dar ao PT o quarto mandato consecutivo. O PIG produziu o espetáculo do julgamento do “Mensalão” para desmoralizar o conjunto da esquerda, porém ao mesmo tempo “fabricou” um aprendiz de feiticeiro que ousou ocupar o papel político da oposição burguesa conservadora. Acalentado pela poderosa máfia das organizações Globo, JB pretendia assumir a vaga de Aécio ou Campos na disputa para derrotar Dilma, mas nem o Tucano e tampouco o ex-governador pernambucano estavam dispostos a abdicar do “privilegiado” posto do anti-PT. As classes dominantes não estão mais dispostas a entregar a gerência do seu estado a um aventureiro da política, como fizeram com Collor em 89. Sem espaço no papel de protagonista central nas próximas eleições e sem aceitar a vaga de coadjuvante previamente derrotado, restou a JB organizar a “retirada” do Supremo para junho, com vencimentos integrais, passando por cima inclusive de todo o discurso ético da “moralidade pública”.

Agora em minoria no plenário do STF, o melhor caminho para JB seria mesmo o de se afastar do centro do cenário nacional, para não ser ele próprio alvo de alguma “revanche” dos “colegas” de Corte ou mesmo de algum setor do estado burguês afetado pelos seus espetaculosos atos midiáticos. Como Ministro do STF, mas sem o “poder” da presidência nas mãos, o “capitão do mato” estaria bem mais vulnerável a investigações acerca do vertiginoso crescimento de seu patrimônio pessoal. A “solução” da aposentadoria foi muito bem costurada politicamente por um acordo das elites burguesas, o que obviamente também envolveu o crivo do Palácio do Planalto.

Para o governo do PT a saída de Barbosa assegura bem mais estabilidade jurídica para sua próxima gestão, que já ocupa a estratégica presidência do TSE e a partir de junho “ganha” também a direção máxima do STF, na posse de Lewandowski. Para os Demo-Tucanos fica a certeza de que seus “criminosos” continuarão impunes, inclusive os piores escroques da nação, como os ex-governadores Arruda e Azeredo. As “viúvas” de Barbosa já começam a espalhar nos bastidores imundos de Brasília que seu “herói” foi traído e que este não merecia a saída pela “porta dos fundos”, mas na política burguesa sempre é assim, os estafetas recebem o seu “cachê” e são obrigados a sair de cena, sob pena de um fim bem mais trágico.

O “Mensalão” já é parte da história da luta de classes no país, revelando acidamente para a esquerda a lição de que a burguesia não nutre nenhuma “gratidão” para com seus capachos reformistas. Desgraçadamente, os setores revisionistas do Trotsquismo resolveram pegar carona na onda reacionária do PIG, embarcando no reacionário circo conduzido por Barbosa, avalizando politicamente desta forma a ofensiva judicial contra o conjunto dos movimentos sociais, e não apenas voltada a atacar a direção do PT. A Frente de Esquerda (PSOL e PSTU), com sua ladainha da “probidade pública”, esperava faturar eleitoralmente com a prisão de Dirceu e Genoino, mas quem capitalizou mesmo foi a direita corrupta ultrarrecalcitrante, a mesma que tem depositado nos paraísos fiscais pelo menos mil vezes mais do que todo o valor movimentado no suposto esquema do “Mensalão”.