sábado, 25 de outubro de 2014



Dilma e Aécio juntos no "repúdio veemente" ao direito da livre manifestação da militância contra a imundice da VEJA

Quando se trata de reprimir as livres manifestações do movimento de massas contra as forças fascistizantes sempre encontramos bem unidos "progressistas e reacionários", defendendo  o "sagrado direito" de propriedade da burguesia. Este foi o caso de Aécio e Dilma diante da manifestação ocorrida na noite da última sexta-feira (24/10) em frente a sede da editora Abril em São Paulo. O ato político de repúdio a mais recente publicação da máfia dos Civitas foi convocado pela UJS, contando com a participação de vários militantes da juventude do PT, transcorreu pacificamente e foi finalizado com algumas pichações em via pública ou em placas da editora que se encontravam na parte externa da sede. Se no palco institucional a edição da VEJA ficou completamente isolada, sendo inclusive obrigada pelo TSE (por decisão unânime) a publicar em seu site um direito de resposta do PT, não ocorreu o mesmo em relação a justa manifestação da militância da UJS, taxada pela mídia corporativa de um "ataque bárbaro a liberdade de imprensa". Não demorou muito para que os noticiários da Rede Globo dessem ampla cobertura na cínica condenação ao "brutal vandalismo" organizado por "apoiadores da candidatura Dilma". Logo se formou uma cadeia de solidariedade aos "indefesos" Civitas, ameaçados pelos "perigosos" militantes que portavam alguns sprays de tinta. Como era de se esperar o candidato Tucano saiu com a seguinte pérola da reação: “Assistimos ontem e hoje a um atentado contra a democracia, contra a liberdade de expressão", porém Dilma não ficou muito atrás: "Isso é uma barbárie, não deve ocorrer. Deve ser proibido. Só podemos aceitar atos pacíficos. Não se faz um país civilizado dessa forma". A identidade dos dois candidatos só não é maior do que o cretinismo contido nas declarações, por acaso só as  empresas podem se manifestar através da força do seu capital, será que as manifestações do povo nas ruas devem ser consideradas como "atentado contra a democracia"... só se for a democracia dos ricos! Para nós não é surpresa alguma a conduta política similar do PT e PSDB no que tange a repressão aos movimentos sociais, não foi diferente no início "Jornadas de Junho" quando o MPL foi brutalmente atacado pela polícia tucana de São Paulo, recebendo o pleno aval do governo Dilma que ofereceu a PF para auxiliar o fascista Alckmin. Frente a detenção dos militantes da UJS e a sórdida campanha contra o direito de manifestação pública, exigimos a liberdade imediata dos "presos da Abril", assim como convocamos a o movimento de massas a protagonizar um amplo repúdio ao cartel da mídia "murdochiana". O que está em jogo neste momento ultrapassa o resultado eleitoral deste domingo, onde as duas alas da burguesia (ganhe Dilma ou Aécio) pretendem recrudescer ainda mais as parcas liberdades de organização e manifestação conquistadas na luta contra o regime militar.

O PT não se limitou apenas a "condenação verbal" da manifestação de setores organizados da esquerda contra o grupo Abril, o ex-deputado e advogado do partido, Eduardo Greenhalgh, afirmou a imprensa que o ato pode ter sido "uma armação do PSDB", isto quando todo o movimento conhece muito bem a natureza política da UJS. O advogado petista que no passado mais distante se notabilizou por corajosas defesas de presos políticos, como a do próprio sequestrador brasileiro do empresário Abílio Diniz, agora toma a direção oposta e se omite completamente diante da covarde prisão dos militantes da UJS. Este fato só comprova o que costumamos caracterizar como um enorme retrocesso ideológico da esquerda reformista e pequeno-burguesa. Também nos causa estranheza o silêncio até agora do próprio PCdoB, organização que impulsiona politicamente a UJS.

Como esta eleição será decidida por uma margem de votos muito pequena, o "factoide" político criado a partir da manifestação contra a máfia dos Civitas e suas publicações de corte fascista, poderá ser um elemento a ser explorado pela direita durante todo o pleito de domingo. Inúmeras entidades da mídia capitalista vem emitindo comunicados contra o que qualificam de "atentado criminoso ao estado de direito". Desgraçadamente a esquerda burguesa como o PT e seus aliados reformistas cedem terreno político a esta ofensiva reacionária, não "compreendendo" que esta iniciativa direitista também se voltará contra eles próprios, seja no terreno eleitoral ou social.

Os apologistas da Frente Popular não cansam de apresentar o candidato tucano como o legítimo representante do imperialismo no país, na outra ponta esgrimam o caráter de esquerda da presidente Dilma contra o que chamam "as forças do retrocesso neoliberal". Porém quando fatos concretos da luta de classes batem as portas do "campo progressista" este se comporta com os mesmos vícios da reação mais atrasada e obscurantista. Não por coincidência é o próprio governo do PT quem financia a maior parte das publicações "golpistas" do país, ou seja o "PIG" agradece e depois retribui com sua especial vilania aos dóceis gerentes da esquerda do capital.