quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


UM "GRAN FINALE" PARA A FARSA: Campanha "JE SUIS CHARLIE" tem o hediondo carniceiro BIBI como mártir e representante da "liberdade de expressão"!

Não poderia ser muito diferente, a grotesca farsa montada acerca do atentado a redação do periódico "Charlie Hebdo", teve um final merecido: O primeiro ministro do Gendarme terrorista de Israel, o facínora Benjamin Netanyahu (BIBI) foi a figura internacional de proa dos eventos oficiais que homenagearam as vítimas dos ataques. Como os sionistas se especializaram em posar de eternas "vítimas da humanidade", logo os serviços de inteligência da França e C&A providenciaram um novo "terrorista" muçulmano, além dos dois encapuzados do ataque ao Charlie, para que um alvo genuinamente judeu fosse atingido. O mercado "Kosher" foi o palco escolhido onde quatro franceses de origem semita foram assassinadas por um "bárbaro islâmico". Os quatro franceses, que sequer tinham nacionalidade israelense, serão enterrados em Jerusalém no lendário cemitério "Monte das Oliveiras" destinado a personalidades e milionários sionistas. Já o "jihadista" Ahmedy Coulibaly, é claro será jogado em uma vala comum de um dos subúrbios de Paris. Desta forma BIBI, o presidente Hollande e seu antecessor Sarkozy apareceram como a "legítima representação" das vítimas dos "treinados terroristas da Al Qaeda e do ISIS", que atentaram ao mesmo tempo (quanta coincidência!) em oposição fatal ao "sagrado direito da livre expressão" e contra as vidas do "povo escolhido". O carniceiro BIBI ainda limpava suas imundas patas do sangue de 14 jornalistas mortos só no último cerco militar a Faixa de Gaza, quando foi ovacionado em Paris como "bravo", ouvindo dos admiradores o cântico dos hinos de Israel e da França. A fraudulenta campanha mundial pela "liberdade de expressão" (Je Suis Charlie) ameaçada por "fascistas islâmicos", segundo assim definiram alguns "intelectuais" da esquerda revisionista, conseguia obter seus objetivos políticos iniciais: Conceder um novo salvo conduto (o "11 de Setembro" já teve sua validade expirada) para o recrudescimento da ofensiva imperialista contra a luta os povos árabes e palestino. Neste sentido pode-se entender melhor o "papel" dado a BIBI nesta opera bufa de Paris, Israel é o centro militar da OTAN no Oriente Médio e se prepara para atacar o Irã antes que o regime dos Aiatolás conclua seu projeto de armamento nuclear. Porém a "tragédia de Paris" também serve para a França realinhar militarmente seu governo com o Pentágono, já que politicamente Hollande se mostrou um cão muito fiel a Casa Branca. Sarkozy ou Marine Le Pen, esta é a última escolha a ser feita pela "democracia" imperialista francesa. Enquanto o patriarca Le Pen se recusava a aderir ao cínico mote "Je Suis Charlie", Marine se mostrou mais flexível acenando a Washington uma "flexibilização" política da neofascista Frente Nacional fundada por seu pai. Obama resolveu não ir a marcha de Paris (sequer enviou o Secretário de Estado John Kerry), obviamente para não ofuscar a presença do colega sionista, mas nem por isso deixou de agir, o FBI até arranjou uma "invasão de hackers" ao YouTube do Pentágono (parece até piada!) acusando a Al Qaeda pela empreitada "terrorista" que impediu por algumas horas que os soldados ianques assistissem as comédias de Hollywood pela internet, quanto perigo a segurança nacional...

Uma ameaça à liberdade de expressão e imprensa, portanto uma conquista fundamental da revolução democrático burguesa, deveria ser vigorosamente combatida no mesmo bojo em que se condena o obscurantismo religioso dos grupos islâmicos, certo? Totalmente errado, no sentido em que o atentado terrorista ao Charlie Hebdo nem de longe ameaçou a liberdade de expressão da burguesia francesa e muito menos a do proletariado e sua reduzida imprensa alternativa. O ataque supostamente para "vingar" o profeta Maomé teve como "eixo" desatar uma "contra- provocação" que assumiu um caráter político gigantesco em oposição a própria "causa islâmica". Mesmo se hipoteticamente admitirmos que a ação contra o Charlie Hebdo não contou com o "dedo" do Mossad, chegaríamos a conclusão que os grandes monopólios capitalistas da comunicação não foram sequer "arranhados" com o ataque. Na direção oposta a mídia corporativa mundial saiu bastante reforçada com o atentado em Paris, passando a classificar todos os que defendem seu controle social como "fundamentalistas islâmicos".

O espetáculo de hipocrisia nunca antes visto, originado por governos capitalistas e partidos patronais que são a maior ameaça ao que restou do direito a "liberdade de expressão" alçada nos tempos históricos da Revolução Francesa. Por acaso o fundamentalismo sionista, que domina economicamente desde Nova Yorque até Tel Aviv é menor que o islâmico? Em Israel as "leis sagradas" do Torá se sobrepõe a "moderna e ocidental" Constituição (chamada de Leis Básicas) promulgada em 1958. Na própria França queimar a bandeira nacional do país em local público é passível de prisão por um bom período, isto sem falar na imposição estatal a outras culturas nacionais que devem se submeter ao "Iluminismo" francês, que hoje sob a égide imperialista mais se assemelha às "trevas" medievais.

Mas como a ação terrorista em Paris de dois muçulmanos "heterodoxos"  que ao contrário dos ensinamentos do Alcorão não queriam ser "mártires" de nada, extrapolou em muito as fronteiras nacionais da França, também conseguiu produzir um efeito magistral no "front inimigo", ou seja, unificar o "temido" EI e a "poderosa" Al Qaeda, isto tudo é claro no canastresco roteiro da CIA. Este "factóide" em si mesmo já justificaria uma coalisão ainda mais sólida e agressiva dos governos colonialistas para disciplinar as "bárbaras nações islâmicas". Tudo graças a operação "militar" dos irmãos Kouachi e do sequestrador Amedy!

Outros elementos da "pantomina" de Paris (verdadeira tragédia para os povos muçulmanos) estão gradualmente vindo à tona, como o estranho suicídio do comissário de polícia que estava encarregado das investigações. O fato realmente importante para os povos árabes e palestinos é aferir, a partir deste momento, o grau de unidade das potências imperialistas em sua escalada de controle sobre a Ásia e África, incluindo a parte oriental da Europa neste projeto de maior dominação econômica. Quanto ao recrudescimento das liberdades democráticas na França, já temos uma clara noção do que está por vir, somente dimensionando o tamanho do aparato repressivo deslocado (cerca de 70 mil homens) para trucidar uma dupla de supostos terroristas. Romper o silêncio desta reacionária "unanimidade" mundial criada contra a própria democracia e a resistência dos povos é o maior desafio para os revolucionários na próxima etapa.