sexta-feira, 20 de março de 2015


POR UMA FRENTE OPERÁRIA, POPULAR E DA ESQUERDA CLASSISTA PARA DERROTAR O AJUSTE NEOLIBERAL E ENFRENTAR A DIREITA FASCISTA!

Diante da polarização política e social que se abriu no país após as marchas contra Dilma, potencializando intensamente o rescaldo da última campanha eleitoral, a vanguarda classista se pergunta: qual caminho seguir, por que campo político se colocar?  A perspectiva apontada pela CUT, PT e seus novos satélites, como o PCO, é o apoio ao governo Dilma usando sempre o fantasma do “golpe” da direita para subordinar a luta contra o ajuste neoliberal aplicado pela gerência do PT. Esta é a velha política de colaboração de classes em defesa do regime político e mesmo da chamada “legalidade democrática”. Não custa relembrar que estamos a véspera do primeiro de abril onde se completam 51 anos do golpe militar de 64 e, desgraçadamente, o movimento de massas foi atado a estratégia de resguardar o governo "democrático" para combater a reação de direita. Na contemporaneidade, o que vemos é o Planalto seguir com os covardes ataques aos trabalhadores com o corte de direitos sociais e arrocho salarial enquanto se aproxima ainda mais da quadrilha do PMDB em nome da governabilidade. As medidas adotas pela frente popular não se chocam com os interesses da grande burguesia e do trustes imperialistas, mas um setor da classe dominante trabalha para sangrar o PT a fim de abrir caminho para a tucanalha retornar em 2018 tendo o "Opus Dei" Alckmin como o candidato preferencial. Desejam desde já a liderança de um Lula desmoralizado pelos escândalos de corrupção e com sua base política e social reduzida devido a receita neoliberal que vem sendo aplicada por Dilma para retomar a Presidência da República. Dentro desta conjuntura, onde a classe operária atomizada não estabelece uma "ameaça" concreta de tomada do poder, e portanto, para a burguesia não interessa politicamente romper a ordem institucional vigente, a tarefa que se impõe aos que não se vergaram a política de cooptação da Frente Popular e tampouco se "acovardam" com o fantasma de um golpe de estado inexistente, é a da construção de uma Frente Operária, Popular e da Esquerda classista para derrotar o ajuste neoliberal e enfrentar a direita fascista! Se trata justamente de combater o governo do PT que não recua em suas investidas contra os explorados e ganhar força através do movimento de massas, greves e ocupações para enfrentar a reação burguesa que colocou a cabeça para fora com força no último dia 15.



Esta Frente Operária, Popular e da Esquerda classista deve inclusive fazer o seguinte chamado aos setores de base que apoiam o governo Dilma: se realmente estes setores da CUT, CTB, do PT e do PCdoB desejam lutar contra a direita e os golpistas, no sentido mais amplo da expressão, devem-se começar por impulsionar o combate de classe contra a corja de Levy e seus “chefes” rentistas que pretendem solapar cada conquista social da classe trabalhadora e da juventude. Somente com uma estratégia de total independência de classe frente aos atuais gestores neoliberais do Estado capitalista poderemos estimular a derrota das forças mais sinistras que se escondem por trás do “cordão de proteção” da oposição conservadora demo-tucana. Como se observa, esta posição não representa um abstencionismo das massas diante de iniciativas reacionárias como a do dia 15 de março, ao contrário, é prioritário impulsionar imediatamente os comandos populares antifascistas e impedir que a direita conquiste sua “liberdade” para conspirar abertamente contra o país e a classe operária. Onde for possível se impõe a defenestração política destas marchas direitistas como as que ocorreram no dia 15, contando com a mais ampla unidade de ação no campo da esquerda popular para esmagar a reação. Este é a melhor senda política para reforçar o moral do proletariado, colocando sempre o norte do programa socialista e o combate a política de colaboração de classes.

O que vemos até agora é a corja de Levy continuando intocável, o estafeta dos banqueiros chega mesmo a ameaçar o corrupto Congresso Nacional com sua renúncia caso o parlamento não avance ainda mais no “ajuste” neoliberal. É muito provável até que estes ratos pulem fora do barco quando pressentirem o naufrágio completo do governo Dilma, mas ai será mesmo o “sinal” definitivo do “default” político da Frente Popular. É bem verdade que existe ainda muita coisa a ser feita por estes patifes do “sacrossanto” mercado ... como a destruição da Petrobras e a entrega substancial das reservas cambias para os piratas rentistas. A tucanalha saliva com a renúncia ou o impeachment de Dilma, embora sua tática do “sangramento" deverá prosseguir até que se complete as linhas fundamentais do “ajuste”. O movimento de massas deve dar uma resposta imediata a esta situação que pode desembocar com ataques mais profundos as conquistas históricas do proletariado. É necessário organizar imediatamente um dia nacional de paralisação, focado na luta por direitos sociais e contra o “ajuste” neoliberal.

Para os Marxistas Revolucionários não se trata de perfilar, em unidade de ação, com o governo burguês contra a falácia de um golpe de estado em marcha. Também não se coloca a defesa em geral do regime democrático supostamente ameaçado por uma conspiração militar. Caso estivessem postos estes elementos na conjuntura, como estiveram em 64, não hesitaríamos em momento algum de impulsionar uma frente única com o governo Dilma contra o golpe e imperialismo. Porém a situação nacional aponta em outra direção, este governo segue contando com o apoio “crítico” do imperialismo para implementar as “contrarreformas” impostas pelo capital financeiro internacional. A plataforma de lutas do movimento operário deve se concentrar em derrotar o “ajuste” pela via da ação direta dos explorados.

A alternativa correta e proletária a ofensiva da direita não será engrossar os atos governistas e seu campanha genérica “contra o golpe”. Nossa tarefa é a construção de uma mobilização independente deste governo neoliberal, contando com o apoio político do MTST e de outras entidades combativas e organizações da esquerda classista. Chamamos a combater a direita tucana e forças golpistas desde um ângulo da classe operária e seus aliados históricos como o campesinato e o movimento popular. Neste norte programático é necessário organizar massivas mobilizações em defesa de uma PETROBRAS sob controle dos trabalhadores, contra as medidas anti-operárias do governo da Frente Popular e em defesa de nossos direitos sociais conquistados com muita luta e sangue do proletariado. Um bom começo para pôr em movimento esta plataforma classista seria uma ampla articulação dos movimentos sociais para mobilizar nossa classe no início de abril em um dia nacional de paralisação contra o “ajuste” neoliberal (defendido pelo PT e PSDB) que ameaça jogar o país em uma profunda recessão econômica, com desemprego em massa, arrocho salarial e destruição das estatais que sobrevieram a era FHC. É nesse sentido que a classe operária precisa constituir uma Frente Operária, Popular e da Esquerda classista não com Levy, Dilma e a direção do PT mas contra eles e para derrotar a direita fascista.

Como já defendemos por várias vezes anteriormente na imprensa partidária da LBI, a tarefa que se coloca no momento é a necessidade da organização de um verdadeiro dia nacional de paralisação rumo a Greve Geral contra o covarde ajuste neoliberal do governo Dilma. Em tempos onde a esquerda revisionista procura confundir o justo combate de classe contra a direita pró-imperialista com a legitimação política do mandato de um governo burguês de Frente Popular, não é demais reafirmar a correta posição histórica de oposição operária e revolucionária aos ciclos de governos petistas, meros gerentes da crise estrutural do modo de produção capitalista. Para o movimento de massas seria um suicídio político em pleno pico da crise social “convocar os sentimentos de solidariedade” dos grandes capitalistas, como fez a CUT e CTB no dia 13 de março. A construção de uma alternativa revolucionária do proletariado neste momento passa bem longe da “unidade nacional” tanto alardeada pela burocracia sindical da Frente Popular.

Ressaltamos que não faltam alguns idiotas úteis no seio da esquerda para defender o “impeachment” do governo petista, entre os quais o grupo revisionista “MNN” que chega mesmo em “Carta aberta ao PSTU e ao PSOL” a defender: “Camaradas, os dias 13 e 15 não podem ser equiparados. Em vez de equipará-los e propor uma terceira via, mais proveitoso seria, nos parece, engrossar atos como o do dia 15 com setores organizados da classe trabalhadora. Isso eclipsaria a direita que está se apropriando ilegitimamente da revolta da imensa maioria da população brasileira contra a corrupção e a carestia de vida... A classe operária poderia paralisar seus locais de trabalho e participar de atividades como a do dia 15, o que colocaria esses atos sob sua influência, bem como colocaria a pressão sobre o governo num novo patamar”. Vejam que tanta idiotia... Sob uma fachada do falso “radicalismo” este grupos e outros no interior do PSOL se colocam em nosso país no mesmo “campo de luta” da reação e do imperialismo, como os revisionistas fizeram na Líbia, Síria, Ucrânia e na Venezuela. Representam o outro lado (sectário) da mesma moeda das correntes reformistas que visualizam um golpe de estado “dobrando a esquina”. O movimento de massas deve rechaçar tanto a política do “fantasma” do golpe para fazer recuar nosso combate a ofensiva neoliberal, como a do emblocamento com a direita e a tucanalha entreguista. O momento é delicado e impõe aos revolucionários uma linha justa de atuação que priorize a ação direta do proletariado sem ilusão alguma neste Congresso das elites dominantes. Também não passa de uma "ingenuidade" muito suspeita a crença de que nesta conjuntura de correlação de forças adversa será possível lutar por “reformas populares” (incluindo neste bojo uma reforma política progressista) vindas da iniciativa deste governo. A frente única dos explorados que precisa ser construída amplamente deve ter como norte inicial a derrota do “ajuste” fiscal, monetário, trabalhista e salarial que está em pleno curso, somente com a mobilização permanente das massas será possível obter a vitória. Quanto as “reformas populares” só poderão vingar efetivamente no marco de um novo poder político do proletariado, que deve ser construído no processo de cada embate concreto de nossa classe. Mãos à obra na construção de uma Frente Operária, Popular e da Esquerda classista para derrotar o ajuste neoliberal e enfrentar a direita fascista, é este o chamado militante que faz a LBI neste momento crucial!