quinta-feira, 16 de abril de 2015



15A: UM LIMITADO MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA AOS ATAQUES DE DILMA E CUNHA CONTRA OS DIREITOS DOS TRABALHADORES

Ocorreu neste 15 de abril o dia nacional de paralisações contra o PL das Terceirizações. As oposições sindicais filiadas a TRS-LBI intervieram ativamente nas manifestações. Na capital paulista, cerca de 30 mil pessoas compareceram a atividade convocada a tarde no Largo do Batata pelo MTST e apoiada pelo MST, CUT, CTB, CONLUTAS e INTERSINDICAL. Além da LBI estiveram presentes militantes do PSTU, PSOL, LSR, LER-QI, TPOR, PCB e PC do B. O PCO esteve ausente cada vez mais desmoralizado por sua teoria furada do "golpe com data marcada". A manifestação foi um grande teatro montado pela burocracia sindical "chapa branca" em parceria com os setores que se reivindicam de "oposição de esquerda". Nenhuma das organizações políticas e sindicais que possuem consideráveis peso político jogaram pesado com relação a levar adiante uma agenda de ação direta consequente contra a PL 4330 e o plano de austeridade de Dilma-Levy. Em Fortaleza onde as oposições ligadas a TRS fizeram piquetes em frente de bancos e nas ruas centrais da cidade, a atividade concentrou cerca de 3 mil pessoas mas limitou-se a um passeata contra as terceirizações, sendo dispersada pela burocracia sindical quando se radicalizava no fechamento do comércio pela ação direta dos trabalhadores. Em resumo, podemos dizer que apesar de algumas paralisações localizadas (operários das montadoras Volks, Ford e Scania) e de fechamento de rodovias importantes como a Via Anchieta no ABC paulista, o dia 15 tratou-se de um limitado movimento de resistência diante dos ataques históricos de Dilma e Eduardo Cunha contra os direitos dos trabalhadores.

Oposições sindicais da TRS intervem no 15A

Uma prova disso é que a CUT vem apresentando o "adiamento" da votação dos destaques do PL para a próxima semana como uma "vitória parcial" porém o que vimos foi o acordo celebrado entre PMDB, PT e PSDB no parlamento em torno de algumas emendas que sentam as bases para que Dilma sancione futuramente o projeto, depois de passar pelo Senado, sob a alegação de que este foi "melhorado" no parlamento por meio de um "amplo debate". Tanto que o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, declarou "Se o 4.330 do jeito que está redigido seguir adiante e for aprovado pelos senadores, acabou a CLT", já apoiando claramente a política de fazer "ajustes" no PL. Por sua vez a coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Natalia Szermeta, disse que "Não existe acordo sobre o projeto. Ou ele será barrado no Congresso ou vai ser vetado por Dilma. Os trabalhadores não arredarão pé dessas posições" demonstrando a ilusão de que Dilma irá barrar a medida, o que se constituiu em um sério equívoco na medida em que o Planalto deslocou seus principais representantes (Temer, Levy e Rachid) para fazer um acordo com Eduardo Cunha e o relator Arthur Maia aceitando o grosso dos termos da terceirização de mão de obra e resguardando a arrecadação tributária da União. A perigosa ilusão em Dilma também foi patrocinada por Guillerme Boulos ao afirmar "Se o PL for aprovado, a Dilma tem o dever de vetá-lo. Não vamos aceitar as MPs do ajuste. O governo Dilma não foi eleito para cassar direito de trabalhador, nem pra fazer ajuste, nem pra colocar o Levy na Fazenda". A política de pressão pelo "veta Dilma" neste momento cria ilusões na conduta do governo burguês do PT-PMDB, ainda mais quando a presidente não se pronunciou previamente contra o projeto e não moveu um dedo para sua base parlamentar derrotar a medida, ao contrário, avalizou o ataque orquestrado por Cunha (PMDB), Maia (SD) e pelo autor do projeto, Sandro Mabel (PR). O facínora Temer, o Articulador Político do Planalto, deu declarações e atuou para fechar um acordo com estes bandidos para que as emendas ao PL tivesse inclusive o voto do PT, no item que supostamente tira das estatais a possibilidade de terceirizar suas atividades fim. Ocorre que as estatais controladas pelo governo federal, mesmo sem o PL 4330, já tem suas mãos de obra amplamente terceirizadas, como vemos na Petrobras e agora nos Hospitais Universitários via a EBSERH, o mesmo ocorrendo com as administrações estatuais e municipais controladas pelo PT!


Em São Paulo, LBI participou da manifestação contra a precarização
Embora as ações do dia significaram um avanço, fica claro a todo o movimento operário a limitação objetiva da burocracia sindical como um todo, em mobilizar suas bases rumo a uma Greve Geral forte e o impulso a uma agenda de lutas séria dos trabalhadores, como única forma de derrotar o golpe patronal e o fim da CLT. Apesar da tendências mais a esquerda entre os trabalhadores e uma relativa pressão sobre a burocracia, o que se viu foi uma série de manifestações sem grande impacto contra o capital e a negativa por parte dos traidores sindicais, em mobilizar de verdade a classe com paralisações fortes nas diversas categorias que atuam, apesar de possuírem total condições para isso. Além de que, o que se viu, foi a tentativa por parte destes setores em blindar vergonhosamente o governo da Frente Popular.


Por seu turno, a burocracia sindical de "esquerda" dirigida por PSOL e PSTU, além de não potencializar em suas bases uma luta consequente, também apostam e capitalizar eleitoralmente o desgaste histórico petista. Como defendemos nos atos em que intervimos, é necessário que se impulsione no país uma verdadeira agenda de luta classista para a articulação de uma Greve Geral poderosa. Que seja discutido em cada local de trabalho, estudo e moradia as consequências para os trabalhadores, de tais ataques burgueses contra os direitos operários, desferidos por todos os partidos da ordem, desde o PT-PMDB, até a máfia tucana do PSDB. Só a luta direta dos trabalhadores, passando por cima das traições conciliatórias da burocracia sindical traidora, pode barrar o conjunto de ataques sem precedentes levado a cabo pelo Estado capitalista em crise estrutural contra o proletariado. Desde a LBI e as oposições sindicais da TRS alertamos que esta política levará a derrota do movimento. As manifestações deste dia 15 devem servir como uma alavanca de um amplo processo de organização para uma ação direta dos trabalhadores em direção a uma verdadeira Greve Geral no país para barrar o ajuste neoliberal e a terceirização, tendo claro que não só Eduardo Cunha e a direita demo-tucana mas principalmente o governo Dilma estão na mesma trincheira de classe da burguesia no ataque aos trabalhadores, seus direitos e conquistas!