segunda-feira, 11 de maio de 2015


LUTA DE CLASSES, O PACTO DAS ELITES E O CASAMENTO DO MÉDICO KALIL FILHO: QUANDO LULA, DILMA, CUNHA, RENAN, ALCKMIN E SERRA CELEBRAM “MAJESTOSAMENTE” COM A BURGUESIA OS ATAQUES CONTRA O POVO TRABALHADOR!

Nosso Blog não é um folhetim de fofocas para cobrir as festas da elite dominante. Entretanto o casamento do médico Roberto Kalil filho não foi um “simples” evento social privado de celebridades. O regabofe uniu tucanos e petistas, confluiu na mesma mesa Lula, Dilma, Cunha, Renan, Alckmin e Serra, afinal de contas o cardiologista e o caríssimo hospital Sírio-Libanês acompanham o “coração” do poder burguês enquanto os trabalhadores morrem nas filas do SUS e nas restrições de atendimento dos planos de saúde privados. A burguesia em suas diversas alas políticas se fez presente no luxuoso buffet Leopolldo, badalado ponto de festas da elite paulista em meio a aprovação do ajuste neoliberal do PT que restringe o seguro-desemprego, o abano salarial, a ajuda no defeso dos pescadores além, é claro, reduz a pensão das viúvas dos trabalhadores e os benefícios do INSS. No “cardápio” não podia faltar o PL das Terceirizações que Cunha e o PSDB de Alckmin/Serra aprovaram dias antes da MP 665 na Câmara dos Deputados. A capacidade do noivo de unir a burguesia vem de longe. Em seu primeiro casamento, nos anos 1980, os padrinhos foram o general Figueiredo, o último da ditadura militar e Maluf. Agora, os padrinhos foram Lula, Dilma e Serra, lá estava toda a elite econômica e política do país. Como se observa, há uma ampla celebração da burguesia na ofensiva contra os trabalhadores e suas conquistas enquanto os ricos esbanjam em suas festanças bancadas pela miséria do povo trabalhador, unindo PT, PSDB, PMDB...Como já dissemos a burguesia e o imperialismo não planejam neste momento um golpe contra Dilma (como dizem alguns idiotas na “esquerda” que se refestelam das migalhas da mesa da frente popular) e sim sustenta a “gerentona” petista para que ela leve a frente o ajuste neoliberal e depois faça a transição para a direita em 2018, se desgastando neste período em festanças nababescas como esta enquanto esfola os explorados. Não por acaso, os 20 paneleiros da direita raivosa presente na porta do Leopolldo não conseguiram sequer tirar uma declaração de Serra contra Dilma, sendo taxado de “traidor” pelos coxinhas reacionários. Aos explorados restam tirar mais uma lição em meio a esses holofotes: todos os partidos da burguesia e seus chefes, como Lula e Serra, Dilma e Cunha são inimigos de classe que devem ser derrotados pela ação direta e revolucionária dos trabalhadores para pôr fim a festa podre da burguesia e construir uma alternativa de poder dos trabalhadores! 

O clima estava mesmo descontraído entre os presentes, em um verdadeiro momento de “união nacional” em meio a festança. Na mesma mesa, Lula e Eduardo Cunha. O ex-presidente petista disse “Eduardo, se não trazem comida para você, que é presidente da Câmara dos Deputados, imagine para um mero ex-presidente da República”, dizia Lula, fazendo piada na mesa que dividia com Dilma Rousseff, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Cunha chegou a ficar sozinho na mesa enquanto sua mulher, Cláudia, e três filhas do casal faziam fotos com a presidente. Diante da sugestão, feita a Cláudia, para que aconselhasse o marido a tratar melhor a presidente, a própria Dilma respondeu: “Ah, não estamos nessa, aqui hoje com a gente a conversa é outra!”. Neste ambiente harmônico dos pares burgueses, o anfitrião Kalil filho mostrava a mensagem de Colin Butterfield, do Vem Pra Rua, no Facebook, desautorizando o uso do nome do movimento pelos manifestantes. “Eu conversei com ele, não são eles que estão fazendo a manifestação”. Nada de bravatas golpistas neste momento de celebrações da classe dominante, a burguesia está unida contra os trabalhadores e seus chefes não deram ouvidos ao punhado de coxinhas reacionários que foram desautorizados pelos donos da festa e mesmo pelos tucanos presentes! José Serra (PSDB-SP) foi cobrado a ingressar com um pedido de impeachment contra Dilma mas fez ouvido de mercador. “Eu votei no senhor e o senhor está nos decepcionando”, gritou Adriano Cantelli, 33, funcionário de cartório.

Convidado para o casamento, o jornalista Ricardo Noblat, colunista político do O Globo e sempre crítico ácido do PT registrou que apesar do pequeno panelaço na entrada do Leopolldo, do lado de dentro do buffet, a popularidade de Dilma estava nas alturas entre os barões do capital e seus estafetas nos governos de plantão. Muitos fizeram selfies com Dilma, inclusive a esposa de Noblat e as filhas de Cunha. Nas primeiras filas se sentaram Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, bem juntinhos com suas respectivas “senhoras”. Também chamou a atenção Paulo Maluf e Aloizio Mercadante na mesma fila durante a cerimônia, todos conversando animadamente. Como se observa, Dilma está “em alta” entre a burguesia e até mesmo os plumados tucanos não quiseram de forma alguma tirar o “brilho” da cerimônia (só comparado ao vestido da presidente, um longo azul marinho de mangas compridas com bordados cintilantes na altura do abdômen) porque sabem que é necessário que a política de colaboração de classe do PT, que serve a burguesia mas ainda controla o movimento operário via a CUT, UNE e MST é extremamente útil a estabilidade do regime político!

Segundo a mídia burguesa, Dilma foi embora pouco depois das 22h30 e perdeu a parte mais animada da festa: o show de Tiago Abravanel, que fez as pessoas dançarem até as 5h, bem forrados com pratos como risoto de champanhe e animados por toda a sorte de bebidas. Na festa foram servidos também champanhe Barons de Rothschild Brut e vinho tinto Chateau Lafite Monteil. Quem quis se fartou nas quatro ilhas de comidas frias e quentes. A lembrança do casamento foi uma pequena caixa com oito “bem casados”... O casal Kalil, noivos famosos, embarcou no mesmo dia para a lua de mel em Capri, na Itália. No Brasil do ajuste neoliberal do PT e das Terceirizações de Cunha-PSDB, esta semana será votada a MP 664, pacote de maldades onde Dilma e Levy cortam as pensões do INSS...para pagar juros da dívida. Enquanto corta a verba da Saúde, Educação (e qualquer setor que atenda ao povo) o governo Dilma procedeu, de janeiro a março deste ano, à maior derrama de juros para os bancos, fundos e demais rentistas, já ocorrida em um trimestre. O setor público transferiu, em juros, o equivalente a 10,41% do PIB: R$ 143,85 bilhões, duas vezes e meia o que foi drenado em juros durante o mesmo período do ano passado e quase metade dos 12 meses de 2014, que já fora o recorde em quinze anos, desde que o BC divulga esse dado.

Em 29 de Maio, a CUT convocou um dia de paralisação em conjunto com a CTB, Conlutas e Intersindical contra o PL 4330. Será que Lula depois de participar do casamento dos Kalil com a nata da burguesia e da reação vai ter a cara de pau de aparecer na suposta “Greve Geral” para bradar contra “o golpismo da direita”, de Cunha, do Tucanato e da elite? Seus escudeiros da Frente Popular (que lhe deram palanque no 1 de Maio) apostam que sim, afinal esse é o papel do ex-presidente, subordinar as lutas dos trabalhadores ao pacto das elites. De nossa parte, chamamos a vanguarda classista a organizar desde as bases a luta contra o ajuste neoliberal e o PL 4330, exigindo que os sindicatos convoquem assembleias amplas e democráticas nas próximas semanas para preparar de fato a resistência direta dos trabalhadores nas ruas e locais trabalho. Só desta forma construiremos a verdadeira “festa” dos de baixo contra o regabofe dos de cima!