quinta-feira, 20 de agosto de 2015


20 DE AGOSTO: PT, CUT E ENTIDADES “CHAPA BRANCA” DEFENDEM A "DEMOCRACIA" DO GOVERNO DILMA ENQUANTO BASE CLASSISTA DENUNCIA O AJUSTE NEOLIBERAL IMPOSTO PELA FRENTE POPULAR

Neste dia 20 de agosto ocorreram atos políticos pelo país afora contra o ajuste neoliberal do governo Dilma e a ofensiva da direita. PT, PCdoB, CUT, MST e UNE trataram de fazer da atividade uma manifestação exclusivamente em defesa da “democracia e contra o golpe” enquanto a LBI e outros setores classistas centraram seu combate nos ataques covardes que o Palácio do Planalto vem desferindo contra os trabalhadores. Em geral os atos foram pequenos, sendo porém bastante representativos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em cidades como Rio, Fortaleza, Recife, Salvador e Vitória houveram atos separados porque várias entidades não aceitaram o caráter “chapa branca” da manifestação. Em Fortaleza, a militância da LBI participou da marcha ocorrida pela manhã que se concentrou na Praça da Bandeira, no centro da cidade e terminou na reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Foram cerca de mil ativistas que se juntaram a servidores, professores e estudantes em greve das universidades federais. Além da LBI, diversas categorias em luta estiveram presentes como servidores municipais, carteiros, militantes do MTST, sindicalistas ligados ao PSOL e a Intersindical. Esta atividade teve uma marca de clara denúncia dos covardes ataques do governo Dilma contra os trabalhadores. Este perfil classista de apoio as greves acabou “assustando” as entidades “chapa branca” como a CUT, UNE e os partidos da frente popular que convocaram uma manifestação para o período da tarde contra o fictício “golpe contra Dilma”, da qual não participamos. De fato, o apoio ativo aos servidores federais em greve e à luta contra a privatização do Instituto de Previdência do Município (IPM) de Fortaleza, ataques desferidos pelo governo do PT e seu aliado na capital, o Prefeito Roberto Cláudio (PROS), filhote da oligarquia Gomes, amedrontou as entidades “chapa branca” que não teriam condições de defender governos que atacam os trabalhadores porque sabiam que seriam escorraçadas da atividade. Essa divisão em dois atos foi produto da própria luta de classes, na medida em que não se pode defender os governos burgueses algozes dos explorados e, ao mesmo tempo, resistir aos seus ataques de forma consequente, através da luta direta, greves e enfretamentos de classe. Mais de mil ativistas percorreram as ruas do centro e se juntaram aos servidores em greve, demonstrando que para barrar a ofensiva da direita reacionária é fundamental uma resposta independente dos trabalhadores contra a oposição conservadora e o governo Dilma. Para garantir sua governabilidade burguesa o PT pactuou com a Rede Globo e Renan o incremento das medidas contra o povo através da malfadada “Agência Brasil” privatista, tornando-se ainda mais refém da elite dominante! Ao participar nos atos do dia 20, a militância da LBI soube intervir nas manifestações sem capitular a política de colaboração de classes do PT, não fingiu ser o ministro Levy o único “pai” do ajuste e responsabilizou diretamente Dilma e seu governo como os verdadeiros algozes dos explorados.


Em São Paulo, o ato ocorreu no Largo da Batata e seguiu até a Av. Paulista. Cerca de 30 mil pessoas comparecem a atividade que pelo peso da CUT, UNE e MST deve um caráter abertamente governista. O MTST, que buscou pontuar a denúncia do ajuste neoliberal mas na condição de “conselheiro de esquerda” do governo Dilma foi na verdade avalista da política da Frente Popular. Ao lado do PSOL, não denunciou o governo burguês do PT mas apenas questionou os efeitos sociais da aplicação do ajuste. O núcleo de militantes da LBI esteve no ato onde panfletou milhares de declarações política intituladas “Neste 20 de agosto, lutar contra os ataques covardes do governo Dilma, a ‘Agenda Brasil’" privatista e a ofensiva da direta reacionária!”. Nossos camaradas explicaram pacientemente a uma série ativistas classistas presentes que a LBI considera não haver risco de golpe no Brasil como alega o PCdoB e PCO e outros setores “chapa branca” que na manifestação blindaram o governo Dilma e sabotam a resistência operária ao ajuste neoliberal imposto pelo PT. Explicamos porém que em nenhum momento flertamos com o “Fora Dilma” e muito menos vemos com simpatia as marchas da reação fascista. Desde as manifestações de março e abril chamamos a enfrentar a direita inclusive nas ruas através de brigadas de militantes para responder as provocações fascistas em tom “verde-amarelo”, iniciativa sempre sabotada pela CUT e o PT que se acovardam e inclusive se negam a defender seus dirigentes como Dirceu e Vacarri. Aproveitamos nossa panfletagem para esclarecer que consideramos ser o melhor caminho para enfrentar o ajuste neoliberal o fortalecimento das greves e a ação direta dos trabalhadores, ou seja, a resistência aos ataques de Dilma-Levy. Entretanto deixamos claro que o apoio decidido a estas lutas não estava na contramão de intervir nos atos do dia 20 convocados pela CUT e MTST com um programa próprio, de combate as medidas neoliberais do governo do PT. Como já afirmamos nossa tarefa não foi defender o lacaio governo Dilma de um suposto golpe militar inexistente ou para dar suporte ao “Estado Democrático” que espolia e assassina a população pobre e negra. Participamos dos atos deste dia 20 no sentido de mobilizar o proletariado para com a ação direta derrotar a ‘Agenda Brasil’, a direita fascista e impor nosso programa histórico de reivindicações sociais, combatendo concretamente para que as manifestações reacionárias não galvanizem setores da população mais castigados pela política neomonetarista do governo. 

A partir do "Acordão" de várias frações das classes dominantes para estender a governabilidade petista, cai por terra o engodo do perigo do golpe. O momento impõe mobilizar os trabalhadores contra a "Agenda Brasil" que unificou o conjunto burguesia, sacrificando até os hidrófobos da direita mais inconvenientes para Dilma como Cunha e Aécio. Ficou absolutamente cristalino que o proletariado não está disposto a sair massivamente as ruas para defender um governo que ataca seus direitos mais elementares.