terça-feira, 18 de agosto de 2015


NESTE DOMINGO PSTU TEVE VERGONHA DE IR À MARCHA REACIONÁRIA DOS 'COXINHAS'...NO PASSADO DEFENDEU OS 'REVOLUCIONÁRIOS DE MAIDAN' NA UCRÂNIA E A 'REBELIÃO POPULAR' NA LÍBIA, MARIONETES DA DIREITA 

Logo após as manifestações do dia 16 o PSTU lançou um balanço da domingueira da direita onde afirma “Os protestos foram organizados, dirigidos e impulsionados por grupos liberais, pela oposição burguesa, e os deste domingo em especial, pelo PSDB e Cunha diretamente. Ao poupar Cunha e dar voz a Aécio, propõem tirar Dilma e dar o poder ao PSDB, ao presidente da Câmara ou ao vice Michel Temer, pela via do impeachment. Mas, ao contrário do que tenta fazer parecer certa caricatura desenhada por setores ligados ao governo, os protestos contra Dilma e o PT não fazem parte de um ‘golpe’ e nem são apenas o complô da classe média alta endinheirada e de direita contra um governo ‘de esquerda’.  Eles expressam também o desgaste e a ruptura com o governo de amplos setores da população, inclusive setores médios, que estão muito longe de serem ‘coxinhas’.” (Nem dia 16, nem 20 de agosto: colocar os trabalhadores nas ruas contra o governo Dilma, Temer, Aécio e Eduardo Cunha, site PSTU, 17.08). Se o PSTU tem a caracterização de que não estavam somente “coxinhas” nas marchas reacionárias do domingo cabe a singela pergunta: Por que a direção morenista não orientou seus militantes a intervirem criticamente nas manifestações “verde amarelas”? Não seria o caso de disputar com a direita os rumos do “movimento de massas”, pois pelo que se lê acima Eduardo Almeida, Valério Arcary e Zé Maria consideram “progressivo” a suposta ruptura com o governo de amplos setores da população mesmo expressando uma tendência conservadora, tanto que alegam que os presentes sequer podem ser considerados ‘coxinhas’! Nada mais “normal” o PSTU ter ido com todo peso a manifestação do dia 16, já que em outros países, com processos políticos bastante similares, os morenistas apoiaram entusiasticamente manifestações com o mesmo perfil reacionário, como as mobilizações na Líbia, Ucrânia, Síria ou mesmo no Egito contra a Irmandade Muçulmana, qualificando-as de levante popular, rebelião de massas e até revoluções! Pelo que parece os dirigentes do PSTU até por “instinto de sobrevivência” sentiram na própria pele que as tais “revoluções” que eles diziam existir pelo mundo afora, com conteúdo bem parecidos com as marchas da direita no Brasil que perseguem qualquer pessoa vestida de vermelho nas ruas sob a acusação de “comunista”, não eram tão “progressistas” assim! Lembremos que a LIT saudou as hordas de fascistas que derrubaram as estátuas de Lênin em Kiev no ano de 2014, alegando que tais “confusões” fazem parte do “processo revolucionário”, cabendo os revolucionários disputar a consciência das massas que estão fazendo sua “experiência concreta”! Se o PSTU considera, como afirma em seu balanço do dia 16, que nas marchas do domingo se encontram “setores da classe média que sofrem com a inflação, as contas das escolas dos filhos, dos planos de saúde, mas também trabalhadores precarizados, desempregados, bancários, professores indignados com a corrupção e, sobretudo, com a situação dos serviços públicos, em especial da educação. Pessoas que, desgraçadamente, ao não encontrarem referência na esquerda, caem nos braços do PSDB e servem como massa de manobra numa estratégia de desgaste eleitoral” por que não ir as manifestações e disputar os rumos da “luta”, os “corações e mentes” como dizem, com o tucanato e seus satélites, servindo esta intervenção militante como elemento de vanguarda na tal “experiência das massas”?  Como se observa, a direção do PSTU que aplaudiu o recente panelaço contra o PT, afirmando ser “legítimo”, faz todo o malabarismo possível para explicar as razões de no Brasil não seguir a política que aplica em outros países e porque teve vergonha de se juntar a marcha reacionária dos “coxinhas”. Se desse uma resposta consequente teria que fazer uma profunda autocrítica de toda a linha política pró-imperialista que adotou recentemente diante da mal chamada “Primavera Árabe”, teria que declarar que errou ao apoiar o golpe militar no Egito contra Morsi apresentando-o como uma vitória das massas! Na atual conjuntura o “Fora Dilma”, sem que haja uma alternativa revolucionária de nossa classe, significa concretamente o “Venha a Direita” para o governo! Se opor ao institucional “Fora Dilma” de maneira alguma representa emprestar apoio político a um governo que facilita a marcha da direita fascista no Brasil. A LBI também considera assim como o PSTU que não há risco de golpe no Brasil como alega o PCO e outros setores chapa branca que na verdade desejam blindar o governo Dilma e sabotar a resistência operária ao ajuste neoliberal imposto pelo PT, mas em nenhum momento flertamos com o “Fora Dilma” e muito menos vemos com simpatia as marchas da reação fascista. Desde as manifestações de março e abril chamamos a enfrentar a direita e inclusive nas ruas através de brigadas de militantes para responder as provocações fascistas em tom “verde-amarelo”. Neste momento, consideramos que taticamente o melhor caminho para enfrentar o ajuste neoliberal é fortalecendo as greves e a ação direta dos trabalhadores, o que não está na contramão de intervir nos atos do dia 20 convocados pela CUT e MTST com um programa próprio, de combate as medidas neoliberais do governo do PT. Como já afirmamos nossa tarefa é ganhar as ruas no próximo dia 20 não para defender o lacaio governo Dilma de um suposto golpe militar inexistente ou para dar suporte ao “Estado Democrático” que espolia e assassina a população pobre e negra. Vamos mobilizar o proletariado para com a ação direta derrotar a ‘Agenda Brasil’, a direita fascista e impor nosso programa histórico de reivindicações sociais! Nesse sentido, para se construir uma alternativa revolucionária a política de colaboração de classes do PT, CUT, UNE, MST e MTST faz necessário intervir nos atos desta quinta-feira, 20, com uma dura crítica classista e anticapitalista ao governo Dilma. Como não podemos esperar que o arco da esquerda “chapa branca” (PT, PCdoB, PCO) seja capaz de lutar dignamente contra a extrema-direita, é tarefa das forças da esquerda mais consequente e de seus aliados genuinamente democráticos impedir que as manifestações reacionárias galvanizem setores da população mais castigados pela política neomonetarista do governo. Se impõe a construção de uma mobilização operária e popular, que pela via da ação direta das massas esmague o germe do fascismo e derrote seus cúmplices oficiais, uma orientação oposta do “flerte” criminoso que os morenistas vem fazendo para a direita, impressionados com as marchas que vem ocorrendo no país.