segunda-feira, 14 de novembro de 2016

OS “MORONISTAS” DO PSTU SAEM EM DEFESA DESCARADA DA FARSESCA OPERAÇÃO LAVA JATO


Sob o pretexto de denunciar uma operação-abafa que garantiria uma “Anistia ampla, geral e irrestrita aos corruptos” (13.11) o PSTU saiu em defesa descarada da farsesca Operação Lata Jato comandada pelo Juiz Moro. Segundo os “Moronistas”, “uma articulação por debaixo dos panos tenta assegurar a impunidade de centenas de políticos metidos até o pescoço na Lava Jato” e conclui “A Lava Jato vem tratando o que os políticos chamam de caixa dois como crimes de falsidade ideológica, além de lavagem de dinheiro e corrupção. Com essa manobra do Congresso, todos esses crimes virariam simplesmente caixa dois (doação não registrada na Justiça Eleitoral) e como não poderia retroagir, todo mundo se safaria”. Por fim o PSTU sai em apoio à prisão de Lula com a consigna de “Não à impunidade! Prisão de todos os corruptos!” quando defende “Uma política de classe frente a isso deve ser a defesa da prisão e do confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, seja de que partido for”. Lembremos que anteriormente, o PSTU já havia apoiado a denúncia do procurador protofascista Deltan Dallagnol contra Lula, uma artimanha jurídica reacionária orquestrada para desembocar na prisão do ex-presidente pelo Juiz “nacional” Sergio Moro. Na época, Eduardo Almeida, dirigente máximo do partido, afirmou textualmente seu apoio a Lava Jato e a ação repressiva do Estado burguês contra o dirigente do PT: “Lula foi denunciado pelo MPF e existe a possibilidade de que seja preso... Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também de Aécio e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da merenda escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria cúmplices de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção também do PSDB e do PMDB”. O PSTU tenta cinicamente justificar sua posição apoiando-se no conceito de que “todos são corruptos, logo todos devem ser presos” pelos organismos repressores do Estado capitalista. Para os Marxistas Revolucionários não se trata de adotar os conceitos típicos da pequena-burguesia moralista, a mesma que é base para os protestos da direita contra o PT que desembocou no Golpe Institucional contra Dilma, mas compreender que a justiça no Estado capitalista tem um caráter de classe. Justamente por esse “detalhe” desprezado pelo PSTU é que somente o PT está sendo de fato alvo da Operação Lava Jato, seus dirigentes históricos vêm sendo presos e Lula deve ir para a prisão em breve, enquanto os ratos da política burguesa como FHC, Temer, Aécio e Renan continuam livres. A denúncia do MPF é claramente um show midiático reacionário para atacar inicialmente Lula e o PT para na sequência perseguir toda a esquerda, inclusive os setores revolucionários que nunca apoiaram ou integraram os governos da Frente Popular. Esses fatos demostram que está em curso um processo de recrudescimento repressivo do regime político que tem como alvo não só o PT, mas o conjunto da esquerda e os movimentos sociais. O objetivo estratégico desta operação é cercear as parcas liberdades democráticas e criar um ambiente político propício para alinhar servilmente o Palácio do Planalto às ordens do imperialismo ianque e da Casa Branca na rapinagem da economia nacional. O descaramento oportunista do PSTU é ainda mais vergonhoso porque tem “duas caras”, enquanto defende a Lava Jato para “ficar de bem” com a opinião pública da classe média "ética", no campo político dos movimentos sociais continua chamando de “companheiros de luta” os dirigentes do PT e da CUT (como nos atos do dia 11 e 25 de novembro) para não “ficar mal” com o ativismo que segue a enorme influência da Frente Popular e luta contra o governo golpista de Temer.

Os “Morenistas” desejam que a Operação Lava Jato seja cada vez mais ampla afirmando “Nessa luta, devemos seguir defendendo a prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores...O povo quer que todos sejam julgados e presos, ou seja: também os corruptos do PSDB e do próprio judiciário, além dos corruptos do PT. Não quer nem que apenas Lula seja punido e nem que não se garanta direito de defesa, quer que todos sejam punidos”.  Com o apoio de agrupamentos como o PSTU, a CST e o MES Moro inocula seu “veneno ético” mortal em todo o espectro da política nacional (da esquerda a extrema direita), só restando compassar seus movimentos para instaurar um regime de “salvação patriótica” para livrar o Brasil de “todos os políticos corruptos”, erigindo um governo bonapartista em parceria com novos agentes capitalistas (muitos dos quais sediados nos centros imperialistas), que de certa forma estão marginalizados nas estruturas de poder do PT, PMDB e PSDB. Nesse sentido preciso veio a prisão de Cunha. Avisamos quando da delação de Sérgio Machado que Moro se utilizou de figuras como Cunha, Temer e Renan para apear o PT do Planalto, foi por um pragmático cálculo político e não se poderia descartar que a própria Lava Jato iria ser a algoz destes bandidos de Brasília futuramente. Foi o que ocorreu agora. Enganam-se os que pensam que a “Lava Jato” tem por objetivo exclusivo a “caçada” judicial ao PT. O Procurador Deltan Dallagnol, o “quadro” formulador da Força Tarefa da direita pró-imperialista, já explanou cristalinamente que a “República de Curitiba” pretendia não só remover o governo petista como também alterar profundamente o regime político vigente. Para esta “tarefa divina” não descartam depurar institucionalmente o PMDB e PSDB, na medida em que a conjuntura permitir, ou seja, caso o governo Temer “engasgue” na aplicação das reformas neoliberais exigidas pelo mercado financeiro, o Tea Party tupiniquin estaria a postos para assumir as rédeas do regime político, reconfigurando radicalmente a Constituição “democrática” de 1988. A plataforma da Lava Jato “10 medidas contra a corrupção” (escandalosamente apoiada por Luciana Genro e PSTU) já é um esboço reacionário do programa do novo regime que defendem para o país.

Ao contrário dos “Moronistas” do PSTU, CST e MES, a LBI chama a combater o embuste da Operação “Lava Jato” assim como denunciou o julgamento farsa do “Mensalão”. Esta tarefa neste momento significa unificar na mesma pauta programática a luta contra a ofensiva neoliberal que pretende subtrair nossos direitos sociais e políticos, combate que deve ser combinada com a defesa incondicional de todos os militantes políticos da esquerda que se postam no campo nacional, democrático e popular. A vanguarda classista deve abstrair todas as lições programáticas destes episódios e jamais empunhar a bandeira da “ética e moralidade pública” como faz o PSOL, PSTU, MAIS.... Como afirmou Lenin, o Estado burguês não pode ser “democratizado” ou tornar-se “público”, deve ser demolido pela ação violenta e revolucionária da classe operária. A corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em nosso país, que supere o PT e não seja sua reedição piorada como o PSOL de Luciana e Babá!  

Convocamos a militância de base do PT e da CUT para somar forças na ação direta pela liberdade de todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês. A classe operária mesmo não reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus inimigos principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se materializa na militância de base do partido e da CUT. Somente a mobilização permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado capitalista. Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “estado de direito” no quadro desta república dos novos “barões” do capital só servirá para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que estamos assistindo agora. Nesse combate de classe o PSTU encontra-se no outro lado da barricada, de mãos dadas com a reação burguesa, a Rede Globo e a justiça reacionária!