segunda-feira, 20 de março de 2017

20 DE MARÇO DE 2003 – IMPERIALISMO IANQUE INVADE O IRAQUE: INTERNACIONALISTAS PROLETÁRIOS DA LBI DEFENDERAM A VITÓRIA MILITAR DA NAÇÃO OPRIMIDA E A FRENTE ÚNICA COM SADAN HUSSEIN PARA DERROTAR AS TROPAS NEOCOLONIALISTAS!


Neste 20 de março completa-se 14 anos da invasão das forças imperialistas anglo-ianques no Iraque. Como pontuamos na época, a guerra foi lastreada por uma brutal ofensiva ideológica, política e militar do imperialismo, aberta com a derrota histórica sofrida pelo proletariado mundial com a liquidação da URSS e dos Estados operários do Leste europeu. Com o projeto “neoliberal” chegando ao seu esgotamento e sem um contraponto político e militar ao seu poderio, como era realizado pela ex-URSS, o imperialismo ianque sentiu-se à vontade para adotar uma política de ofensiva militar baseada nas tendências nazi-fascistas. Essa política tomou impulso após os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono com a escusa do combate ao terrorismo. A necessidade econômica de se apoderar da segunda maior reserva de petróleo do mundo e a primeira em água do Oriente Médio, abrindo a possibilidade de controlar o preço do barril de petróleo no mundo inteiro, levou Bush a desferir o ataque ao Iraque. Detendo a supremacia bélica do planeta, Casa Branca avaliou que não era preciso a formação de grandes blocos de alianças militares para invadir e ocupar países de pequeno e médio porte, como foi o caso do Iraque. A militância da LBI defendeu desde o primeiro momento a consigna de “Vitória militar ao Iraque” porque acreditávamos no enorme potencial de luta das massas árabes e iraquianas, apesar de não depositarmos nenhuma confiança no regime burguês nacionalista de Saddam Hussein, sempre propenso a um acordo com os bandidos imperialistas, como o pactuado em 91. Para recordar a análise que fizemos a época tão atual, reproduzimos abaixo as “Teses Trotskistas acerca da ocupação militar ianque sobre o Iraque”, extraídas do livro “Guerra de rapina contra o Iraque”, lançado pela LBI em abril de 2003.


TESES TROTSKISTAS ACERCA DA OCUPAÇÃO MILITAR SOBRE O IRAQUE

(ABRIL/2003)

1. Após 12 anos, Bush Júnior completa o "serviço" iniciado por seu pai na guerra do Golfo em 1991, invadindo militarmente o Iraque e aniquilando o regime de Saddam Hussein. O triunfo militar norte-americano, ancorado em menor escala pelo imperialismo inglês, marca um novo período de correlação de forças entre as classes sociais na arena mundial, aberto após o ataque sofrido no 11 de setembro. A nova doutrina de segurança nacional do governo Bush de "ataques preventivos" é reflexo direto da ofensiva imperialista mundial, desencadeada com a queda dos Estados operários do Leste europeu e da ex-URSS. A ocupação militar no Afeganistão foi o balão de ensaio para o novo passo, ou melhor, para a passagem de um período da ofensiva mundial ao atual momento de extremo recrudescimento, com a vitória militar sobre o Iraque. A ofensiva imperialista iniciada em 89, consolidada com o triunfo militar sobre a Iugoslávia (1999), um antigo país da "cortina de ferro" (Pacto de Varsóvia), atinge agora um ponto de inflexão mais profundo, pavimentando uma perspectiva de guerras de ocupação a diversos países e, ao mesmo tempo, de fomentar contrarrevoluções internas sob pressão dos EUA. A lista dos prováveis alvos ianques vão desde Cuba à Coréia do Norte, do Irã à Síria, da Colômbia ao Zimbábue. É óbvio que não irão desencadear uma "guerra total" imediatamente. Referimo-nos a um novo período histórico, dentro da etapa mundial de ofensiva imperialista aberta em 89, ou seja, estamos projetando uma caracterização para os próximos 15 anos. Se até o 11 de setembro de 2001, o imperialismo ianque mesclava sua ofensiva sobre os povos com políticas de "cooptação democrática" ou "reação democrática", como a convocação de eleições presidenciais na Nicarágua em 1990 e os Acordos de Oslo entre a OLP e o Estado sionista em 1993, o período pós 11 de setembro é marcado pela contrarrevolução aberta em toda linha, o que inclui guerras de ocupação sem nenhuma justificativa, ampliação da presença militar ianque em todo o planeta (desde o 11 de setembro, os EUA instalaram mais 17 bases militares em vários países), deposição pela via da contrarrevolução interna de governos "adversários" etc.. Se alguns pontos relacionados acima não são propriamente uma "novidade" para a política imperialista, sua utilização de forma ininterrupta, e sem nenhum "revés" registra o ingresso de um novo período político, claramente ultrarreacionário e, portanto, desfavorável ao proletariado mundial.


2. A derrubada militar do regime de Saddam Hussein foi amplamente comparada pela mídia burguesa à queda dos estados operários burocratizados do Leste europeu. O "simbolismo" produzido pelas destruições das estátuas de Saddam fez lembrar o "modus operandi" do imperialismo, quando incentivou a derrubada das estátuas de Lenin e de outros dirigentes da revolução socialista de 1917 na ex-URSS. Na verdade, o início do "pesadelo" de Saddam, começa a partir de 1990, quando a camarilha restauracionista de Gorbachev que dirigia a antiga URSS resolve retirar sua influência política e militar de todo o Oriente Médio, deixando seus antigos "aliados", como o Iraque, à própria "sorte", ou seja, vulneráveis às pressões econômicas e militares do imperialismo ianque. O Iraque, no início da década de 90, estava arruinado financeiramente. Não conseguia suportar a enorme dívida externa, contraída ao longo da guerra contra o Irã. Seu principal credor era o Kuwait, utilizado pelos EUA como financiador da compra de equipamentos bélicos norte-americanos para combater o Irã. Acontece que, no final da guerra Irã/Iraque, os EUA mudam de lado, sob pressão de Israel, e passam a fornecer armamento aos aiatolás do Irã, que conseguem impor uma "quase" derrota a Saddam Hussein. Derrotado e falido, o regime de Bagdá recorre à ex-URSS para intermediar um acordo com o Kuwait, tendo por objetivo cancelar a dívida contraída durante a guerra contra o Irã. Neste mesmo período, Saddam enfrenta uma greve geral dos trabalhadores estatais, com salários atrasados por mais de três meses. A URSS nega-se a exercer qualquer pressão sobre o Kuwait, ao mesmo tempo que avisa a Bagdá que não apoiará nenhuma ação militar contra o Kuwait. O governo George Bush, sabendo da delicada situação do Iraque, ordena que o Kuwait baixe o preço de exportação do petróleo, além de duplicar os juros da dívida iraquiana. Era uma provocação clara, uma declaração de guerra ao regime de Saddam vinda de Washington. O Kuwait era uma antiga província iraquiana, separada de seu território pelo imperialismo inglês, no começo do século XX, e transformado em um protetorado econômico das grandes empresas transnacionais petrolíferas. Pressionado pelas massas, diante da crise econômica, Saddam assume uma antiga reivindicação nacional de reincorporar o Kuwait ao Iraque, ocupando militarmente o protetorado, com o objetivo de abrir um "diálogo" sobre sua dívida e elevar subitamente o preço do óleo cru no mercado internacional. A resposta do governo G. Bush foi imediata, fechando as portas para qualquer negociação com o regime de Saddam. Com o aval da ONU e a aquiescência da URSS, o imperialismo deslocou, nos primeiros meses de 1991, um imenso contingente militar para expulsar as tropas iraquianas do Kuwait, conseguindo obter uma vergonhosa capitulação militar de Saddam, que se retirou do Kuwait sem esboçar nenhuma resistência. A partir daí, asfixiado por um criminoso bloqueio econômico, o regime de Saddam agoniza lentamente até o golpe fatal celebrado pela fuga da Guarda Republicana e a debandada do staff iraquiano, com o aval da Casa Branca.

3. Não são poucas "as vozes" que saudaram como progressiva a queda de Saddam Hussein sob as mãos do imperialismo anglo-ianque. Com ângulos distintos de análise mas com traços do mesmo conteúdo reacionário, desde os revisionistas do trotskismo até os "falcões" da Casa Branca, mais uma vez conformou-se a "Santa Aliança" também ungida na queda do Muro de Berlim e no ataque ao Pentágono e às Torres Gêmeas do WTC. Os arautos da democracia burguesa afirmam que agora as massas iraquianas se livraram da "ditadura sanguinária" de Saddam Hussein e estão em melhores condições para lutar contra a ocupação imperialista. Na mesma linha política, concluem que a vitória militar imperialista foi produto exclusivamente de dois fatores: 1) as massas iraquianas não defenderam militarmente seu país, porque não estavam dispostas a manter vivo o regime de Saddam Hussein; 2) o triunfo militar anglo-ianque era inevitável devido à imensa superioridade bélica sobre o Iraque, portanto, não adiantava "resistir" no campo militar, cabendo unicamente "protestar" contra a guerra nos principais países do mundo ocidental. Estas duas "teses" que se entrelaçam, levantadas pela maioria da esquerda mundial, "ignoram" completamente os próprios fatos concretos das primeiras duas semanas da incursão imperialista no território iraquiano. Como reféns da opinião pública pequeno-burguesa "democratizante", os revisionistas acham mais "fácil" repetir o "senso comum" veiculado pelos órgãos de comunicação a serviço do capital e seus interesses políticos e ideológicos. Em franca oposição à "Santa Aliança", nós, os marxistas revolucionários, declaramos bem alto: sim, era possível derrotar militarmente o imperialismo anglo-ianque nesta guerra de rapina. Levantamos desde o primeiro momento a consigna de "vitória militar ao Iraque" porque acreditávamos no enorme potencial de luta das massas árabes e iraquianas, apesar de não depositarmos nenhuma confiança no regime burguês nacionalista de Saddam Hussein, sempre propenso a um acordo com os bandidos imperialistas, como o pactuado em 91.

4. Com a ocupação militar imperialista no Iraque, foi quebrado não apenas o regime político de Saddam Hussein, como fundamentalmente o próprio Estado nacional iraquiano foi posto abaixo. O conjunto das instituições estatais iraquianas já não existem. Não há mais forças armadas, justiça constitucional, parlamento, serviço público estatal, moeda nacional etc.. O vácuo de poder não foi ocupado por nenhuma força política nacional, dando lugar à barbárie e aos saques, como um prenúncio da guerra civil que se aproxima. O governo Bush recuou de seu objetivo de instalar rapidamente um governo de ocupação comandado pelo general da reserva Jay Garner (especula-se a sua iminente substituição como produto do impasse acerca da instalação do governo militar de ocupação), em função da enorme resistência popular à ocupação ianque também foram por terra os planos de uma transição para a passagem gradual ao poder de um governo "nacional" títere chefiado pelo banqueiro "xiita" Armed Chalabi, ligado ao mercado financeiro de Wall Street. O Iraque caminha a passos largos rumo à desintegração nacional, retrocedendo à sua condição tribal das três ex-colônias do Império Otomano no século XIX. O imperialismo aposta na velha máxima: "dividir para governar" no Iraque e não está disposto à reconstrução de um Estado nacional. Joga suas fichas na conversão do Iraque em um protetorado militar com a instalação de várias bases militares que possam dar suporte à toda a sua influência na região do Oriente Médio. A aniquilação política do Partido Baath, responsável pela unificação nacional do Iraque e pela expulsão da aristocracia religiosa e monárquica do poder, liberou forças centrífugas extremamente reacionárias, como as seitas xiitas e as tribos fundamentalistas curdas que se alçam à posição de retomar o controle das respectivas regiões do país onde são maioria étnica. A tão propalada "liberdade iraquiana", com direito inclusive da repentina aparição de um duvidoso Partido Comunista, noticiado pela CNN, não passa da mais completa barbárie reacionária, incluindo a guerra interna entre os xiitas que marcham a Najaf para demonstrar sua adoração ao genro do profeta Maomé e à própria guerra civil entre as diversas etnias do país. O antigo exilado aiatolá supremo do Iraque, Mohamed Bakir Al-Hakin, ligado ao aiatolá Khamenei, líder máximo do Irã, entrou no país com um verdadeiro exército, muito bem armado para liquidar as forças do Grão aiatolá Ali Husseini Al Sistani, também xiita, mas inimigo do regime de Teerã. Os EUA observam a "contenda" interna xiita intervindo somente na medida de neutralizar a influência do Irã, mas concedendo espaço militar suficiente para que se enfrentem fisicamente pela disputa da hegemonia no sul do Iraque. No norte do país, entre a etnia curda, não há unidade política acerca do papel que assumirão no Iraque pós Saddam. Existem grupos políticos que lutam pela criação de um novo país, com fronteiras e autonomia nacional bem delimitadas em relação à Turquia e ao Iraque, porém, organizações curdas mais ligadas ao imperialismo ianque advogam a formação de uma "província independente" menos hostil ao governo de Ancara e limitada ao território iraquiano. Os sunitas, atônitos com a covarde capitulação de Saddam Hussein, travam ainda no centro do país uma guerra de guerrilhas contra as tropas piratas. Apesar da enorme desmoralização e isolamento provocado pela traição do regime burguês de Bagdá.

5. Como marxistas, devemos chamar as coisas pelo seu nome, e dizer a verdade por mais dura que possa parecer. A rendição sem luta da Guarda Republicana representou uma derrota para a heróica resistência das massas iraquianas, expressa nos primeiros dias de combate. Sempre é bom "lembrar" para os apologistas da "inevitabilidade" do triunfo militar ianque, que os invasores não conseguiram tomar uma única cidade importante do país, apesar do intenso e criminoso bombardeio aéreo, antes da capitulação do alto comando do exército iraquiano. Por hierarquizarmos a luta contra nossos inimigos, é que convocamos o estabelecimento de uma frente única militar com o regime burguês de Saddam para combater o imperialismo. E, de fato, a frente única entre as massas e o regime foi conformada no exato momento em que as massas acorreram ao chamado para defender seu país com a própria vida contra as tropas piratas invasoras. Não colocamos um sinal de igual entre Bush e Saddam, como hoje fazem os revisionistas de todos os matizes. Sabíamos muito bem que a derrota do regime burguês de Saddam sob o tacão das tropas imperialistas significaria uma "dupla derrota" para as massas iraquianas. Trotsky definiu brilhantemente a possibilidade de uma hipotética derrota do "Brasil fascista" diante da "Inglaterra democrática": "Se [a] Inglaterra triunfar, poria outro ditador fascista no Rio de Janeiro e colocaria uma dupla corrente ao redor do Brasil" (Leon Trotsky, entrevista com Mateo Fossa, 1938). Afirmar agora, após o triunfo militar ianque, que a luta das massas iraquianas está em "melhores condições" é uma demência contra-revolucionária, do mesmo naipe dos que saudaram a restauração capitalista na URSS como uma vitória da "liberdade" para o proletariado.

6. A luta das massas contra a ocupação imperialista, apesar de traídas pela covarde burguesia iraquiana, não está definitivamente derrotada. É verdade que sofreu um duro golpe, gerando enorme confusão política entre suas fileiras, abrindo caminho desta forma para "alternativas" ainda mais reacionárias do que o próprio regime de Saddam. Mas as enormes dificuldades das tropas invasoras apresentarem pelo menos um "governo provisório de ocupação" revela que a resistência não foi de todo debelada. A tarefa neste momento consiste em reorganizar a resistência militar, no primeiro momento, de forma clandestina e baseada em comandos populares multiétnicos, eleitos democraticamente com mandatos revogáveis. Cada ação concreta no campo militar deverá combinar-se com a luta de massas nos grandes centros urbanos, começando por exigir a libertação de mais de 8 mil presos políticos pelas forças militares de ocupação. A reconstituição de um exército nacional iraquiano, multiétnico baseado na luta das massas contra a ocupação ianque, é a única perspectiva progressista para evitar a guerra civil que inexoravelmente "balcanizará" o Iraque.

7. A economia norte-americana mergulhada em uma profunda recessão, espera obter "bons rendimentos" com a pilhagem do Iraque. O pífio crescimento anual do PIB, algo em torno de 1% (de um total de 10 trilhões de dólares), foi "puxado" pelos investimentos estatais na indústria bélica, provocada pela guerra contra o Afeganistão e o Iraque. A dívida pública e o déficit da balança comercial norte-americana é tão gigantesca que ameaça atingir o nível do próprio PIB. Nos outros centros imperialistas, a situação não é melhor. O Japão tem o crescimento congelado do PIB há dez anos! A União Européia, em melhor situação econômica do que o Japão e os EUA (o euro não pára de valorizar-se em relação ao dólar), sofre uma dura "baixa" com a dominação econômica do Iraque com os trustes petrolíferos norte-americanos. A indústria da UE (principalmente França e Alemanha) depende fundamentalmente das fontes de energia não renováveis importadas dos países árabes. Com o controle ianque sobre os poços do Iraque, ficam anulados os contratos firmados entre a EU e o regime de Saddam, acerca da troca de petróleo por alimentos e comodities. O imperialismo, como sistema "globalizado" atravessa uma crise econômica de superprodução e de recessão generalizada nos principais centros mundiais. Por maior que seja a "lucratividade", suas transnacionais, com o "botim iraquiano" não será capaz de reverter a atual tendência mundial a um novo colapso financeiro, do qual o "crash" de 97 foi apenas um sinal.

8. O governo Bush transferiu o centro do comando militar no Oriente Médio, da Arábia Saudita ao Katar, provisoriamente até o seu deslocamento "definitivo" para o Iraque. Pretende, a partir daí, transformar em centro de "irradiação" militar para toda a região. A permanência das tropas ianques na Arábia Saudita era fonte de profunda crise no seio do regime saudita. Seitas fundamentalistas, ganhando cada vez mais influência na população, exigiam a retirada imediata dos marines de seu território. A monarquia Saud, que domina o país desde sua fundação enquanto Estado nacional, atravessa sua pior crise política. Neste sentido, a ocupação militar no Iraque também é uma operação preventiva contra uma possível desestabilização do establishment saudita. Tendo o território iraquiano como centro militar com possibilidades de contingenciar centenas de milhares de soldados, sem nenhuma restrição de um governo nacional, como ocorria na Arábia Saudita, os EUA pretendem atuar sobre a Síria, Líbano, Palestina, Irã e sobre a própria Arábia Saudita se for necessário. Portanto, é na arena do território iraquiano que o imperialismo ianque concentrará todas as suas forças para combater e dominar os povos árabes e muçulmanos. Também é nesta mesma arena que o proletariado mundial deve concentrar todos os seus esforços para expulsar e derrotar o imperialismo e seus planos de anexação imperial.

9. A luta internacionalista contra a ocupação militar do Iraque não pode fixar-se nas mãos das direções nacionalistas árabes, completamente impotentes e claudicantes diante do imperialismo, tampouco deve recair sobre a social-democracia (em suas várias versões), instrumento da ONU, um covil de bandidos, para "democratizar", leia-se "espoliar humanamente" o povo iraquiano. Os pacifistas pequeno-burgueses já mostraram sua incapacidade em defender a vitória militar do povo iraquiano diante de seus governos "democráticos" imperialistas. Somente a classe operária internacional, e seus aliados históricos, é capaz de levar até as últimas conseqüências o combate antiimperialista. As trágicas lições extraídas desta guerra imperialista, contra uma nação oprimida, confirmam dramaticamente a lógica de ferro das teses da Revolução Permanente.


10. A defesa da unificação dos povos árabes em um único estado nacional publicitada pela voz do presidente egípcio Gamal Abdei Nasser, nos anos 60, e acompanhada pelo partido Baath da Síria e do Iraque há muitos anos foi enterrada pelas burguesias árabes que trilharam seu próprio curso de subserviência ao imperialismo. A OLP também arriou sua bandeira histórica de destruição do enclave sionista de Israel em troca da promessa de poder constituir um "bantustão" e ser feitora dos carrascos racistas do Likud. Mas a vigência da unificação dos povos árabes não morreu com o fim dos arroubos nacionalistas das burguesias árabes. Tampouco a expulsão dos invasores sionistas da Palestina perdeu sua necessidade histórica em razão da traição dos pigmeus da OLP como Arafat. O combate encarniçado das massas iraquianas contra a ocupação do império norte-americano, assim como a heróica Intifada palestina que se enfrenta com os criminosos nazi-sionistas recoloca na ordem do dia a necessidade vigorosa do proletariado árabe e palestino em lutar pela formação de uma república soviética dos países socialistas do Oriente Médio.