sábado, 12 de agosto de 2017

HÁ TRÊS ANOS DO “ACIDENTE” ORQUESTRADO PELA CIA QUE VITIMOU EDUARDO CAMPOS E ABRIU CAMINHO PARA ATUAL ETAPA DE REAÇÃO BURGUESA


Neste 13 de agosto completam-se 3 anos do “acidente” que vitimou o então candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. A LBI foi a primeira corrente política não só a anunciar a morte de Campos como a denunciar que a queda do moderno avião Cessna não foi produto de uma falha humana ou mesmo de um problema mecânico ocasional, mas na verdade de uma operação que teve as digitais da CIA para retirar o “socialista” da disputa a fim de abrir caminho para que Marina Silva (a candidata preferencial dos rentistas e do imperialismo ianque naquele momento), pudesse voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. Esta artimanha fatal acabou forçando um segundo turno disputadíssimo entre PT e PSDB e derivou na polarização eleitoral e política em que está mergulhado nosso país até hoje com a ofensiva da direita reacionária contra o governo Dilma que derivou no golpe institucional pela via parlamentar. Passados três anos da queda do jato, a FAB ainda não chegou sequer a um resultado preliminar dos reais motivos do “acidente” justamente porque deseja-se no meio desta situação inconclusa, onde a caixa preta da aeronave estranhamente não conseguiu gravar os últimos momentos do voo terminal de Campos, deixar um rastro de imprecisões do fabricante sobre o acidente que facilitam convenientemente jogar a responsabilidade da tragédia sobre o piloto. A esposa do piloto falecido denunciou recentemente com laudos bastantes robustos tecnicamente enviados a FAB que o motivo da abrupta queda da aeronave foi uma falha mecânica provocada na revisão feita na própria empresa Cessna nos EUA, uma companhia norte-americana controlada sabidamente por militares ianques. Como dissemos a época e reafirmamos agora sem medo de errar, tudo aponta para mais um acidente “fabricado” por razões “estratégicas de estado” com a tragédia tendo as digitais da CIA, uma prova disto é que até hoje a PF não chegou a conclusão de quem é o dono da aeronave. O mais importante agora é compreender que a morte de Campos foi parte de uma ofensiva reacionária do imperialismo que neste momento se condensa no incremento da sanha da direita contra o governo do PT apontando em uma única direção: entronar no Planalto uma marionete diretamente alinhada com a Casa Branca, que inclusive rompa futuramente as relações econômicas e comerciais com os BRIC´s em favor do amo do norte e abra caminho para varrer qualquer vestígio de influência da “esquerda” na política brasileira ou mesmo traço de soberania nacional de nosso país. Para resgatar esse processo político que consideramos ter um claro fio de continuidade, apresentamos para nossos leitores e simpatizantes o livro sobre o “acidente”, com uma coletânea de artigos que inclui o publicado no dia 13 de agosto de 2014, poucas horas depois do acidente. Além disso disponibilizamos uma série de textos que a partir da análise do ocorrido abordou o caráter pró-imperialista da candidatura de Marina Silva (PSB-REDE), coletânea que está à disposição dos nossos leitores em forma do livro “O ‘acidente’ fatal de Campos e a ‘operação’ embuste Marina: Teoria da conspiração ou uma exigência do imperialismo?”, cujo texto principal reproduzimos abaixo a fim de que a vanguarda militante possa abstrair as importantes conclusões deste “acidente” fabricado e sua relação direta com a própria dinâmica da luta de classe no Brasil.

O “ACIDENTE” FATAL DE CAMPOS E A “OPERAÇÃO” EMBUSTE MARINA: TEORIA DA CONSPIRAÇÃO OU UMA EXIGÊNCIA DO IMPERIALISMO? 

Por mais contraditório que possa parecer, os mais “crédulos” no funcionamento das instituições “democráticas” deste bastardo regime burguês são justamente as organizações da esquerda, incluindo neste bojo as que se reivindicam “reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a direita golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu caminho, inimigos ideológicos ou não (sempre com o suporte de seus “amigos” da CIA), a esquerda jura obediência à institucionalidade, confiante na “probidade” de seus adversários mais reacionários. No caso do suspeito acidente aéreo que levou à morte do candidato Eduardo Campos não foi diferente. Diante da abrupta queda de um jato Cessna moderno, em condições de uma manobra de relativa segurança (o arremetimento da aeronave foi realizado com êxito, ao contrário do que ocorreu com o acidente da TAM em 2007) deveria no mínimo se buscar uma resposta elementar para as causas do trágico acidente. Porém, o caminho da investigação parece que seguiu por um rumo diferente, como em todo crime a primeira pergunta a ser feita é a quem serviu a morte de Campos? Que forças foram as grandes beneficiadas com a queda inexplicável de seu avião, porque Marina Silva não se movimenta um milímetro sequer para buscar uma averiguação rigorosa do acidente que vitimou seu companheiro de chapa. Não seria demais lançar o país, que mergulhou em um clima de induzida comoção pela mídia com a morte de Campos, na procura dos responsáveis pelo fatal acidente. Sim porque os responsáveis terão que aparecer um dia, a menos que se acredite na “mão de deus” como a que levou Marina para o Planalto, sob as cinzas e destroços do avião da comitiva de Campos. O Cessna de Campos tinha pouco mais de quatro anos de uso, sendo considerada uma moderna e leve aeronave, uma das mais seguras de sua categoria. Após o arremetimento na pista do Guarujá, por questões de clima e visibilidade, o piloto do Cessna sobrevoou normalmente a cidade de Santos quando perdeu o contato com a torre e logo depois veio a cair em “forma de faca” apontada para o chão em um terreno urbano. A caixa preta da aeronave estranhamente não conseguiu gravar os últimos momentos do voo terminal de Campos, deixando um rastro de imprecisões do fabricante sobre o acidente. Tudo aponta para mais um acidente “fabricado” por razões “estratégicas de estado”, assim como foi o acidente aéreo que vitimou o ex-presidente golpista Castelo Branco. Crimes e Assassinatos bem planejados são a especialidade da “Casa”, aquela mesma “residência” albina que está situada em Washington, e no Brasil não seria o primeiro caso (e nem o último com certeza) o do ex-governador de Pernambuco. Mas logo os “crentes” na democracia dos ricos nos acusarão de delírio, de estarmos acolhendo a mais nova versão da “Teoria da Conspiração” para as eleições presidenciais deste ano. Para estes senhores tudo não passaria de uma mera coincidência sinistra, o fato de Marina despontar como a nova “salvadora da pátria” após a morte de Eduardo Campos, a figura “redentora” que veio livrar o país das “garras da esquerda petista”.

Para termos uma noção da extrema importância da “anulação” definitiva da figura de Campos para a disputa eleitoral em curso é só vislumbrar que com o seu nome no páreo a vitória de Dilma estaria assegurada praticamente no primeiro turno, e mesmo supondo que ocorresse uma segunda volta a candidatura de Aécio seria esmagada sem grandes dificuldades pelo PT. Estava configurado um “cenário dos sonhos” para a Frente Popular e o pior dos ambientes políticos para os interesses de Washington, com um quarto mandato consecutivo para o PT. Soma-se a esta “configuração” política já impossível de ser digerida pela Casa Branca o elemento que no final da segunda gerência Dilma o PT ainda teria o trunfo de lançar a mítica liderança de Lula, com uma vitória bastante provável. Vinte anos com o PT na condução do estado burguês brasileiro alteraria radicalmente o quadro de forças internacionais na América Latina, criando fortes laços entre a região e os BRICS, “oferecendo” para a China uma grande plataforma  comercial no tradicional quintal do império ianque em decadência.

A disputa presidencial este ano no Brasil ocorre em meio de uma forte polarização global, que envolve tantos aspectos políticos e econômicos, quanto a feroz luta pela hegemonia militar do planeta. Pela primeira vez desde a restauração capitalista a Rússia se volta contra o governo norte-americano, tentando se defender da ofensiva imperialista que hoje ameaça suas fronteiras históricas, como a Ucrânia. Por sua vez, a China começa a “costurar” uma aliança estratégica com o Irã, retardando desta forma os planos ianque-sionistas de atacar suas usinas atômicas sob receio de uma resposta violenta do pacto sino-iraniano. Na Síria o governo Obama também foi obrigado a recuar da invasão, temendo uma represália russa. Em resumo os BRICS, ou pelo menos seus “cabeças” China e Rússia estão no meio do caminho da ofensiva imperialista para espoliar povos e nações, um reforço deste bloco nas Américas era tudo que o Tio Sam não suportaria assistir passivamente.

Os seguidos governos da Frente Popular no Brasil não são propriamente um exemplo de anti-imperialismo, seguiram a cartilha neoliberal preservando os lucros das grandes corporações transnacionais no país. Porém, sob a batuta estatal de Lula, para escapar do crash financeiro provocado pelo cassino de Wall Street, conduziu a burguesia nacional a estabelecer novas parcerias comerciais, fincando sua “bandeira” em outros mercados distantes dos centros imperialistas. Esta “inflexão internacional” da Frente Popular gerou ao país uma enorme reserva cambial, além de atrair para o Brasil uma massa de crédito para o consumo de bens e serviços. Quando o “milagre econômico” do PT emite claros sinais de esgotamento cíclico, as hienas da reação tramam abertamente pelo retorno ao leito original dos EUA.

Também por parte da Casa Branca há o temor que a consolidação dos BRICS na América Latina não se resuma aos aspectos puramente econômicos e comerciais, como até então tem se limitado. O objetivo de refazer a capacidade bélica das Forças Armadas brasileiras preocupa o Pentágono, principalmente se forem firmados acordos de cooperação militar com a Rússia e a China. Como facilmente podemos aferir o comando do Planalto pelo PT, por mais quatro ou oito anos, afeta diretamente a “doutrina de segurança” norte-americana, nem tanto pelas posições neoliberais da Frente Popular, mas pelas implicações dos “links” mundiais estabelecidos.

O quadro de uma eleição “fácil e tranquila” para o PT, como até então vinha se desenhando, não passava perto dos objetivos da reação tupiniquim, aliada visceral de Washington. A única maneira de “virar o jogo” seria recolocar Marina como protagonista da disputa pelo Planalto, mas Campos se recusava a ceder seu lugar. O Tucanato em estado falimentar não despertava nenhuma “esperança” na derrota de Dilma, a única via possível era convencer Eduardo a abrir mão de seu posto. Em viagem aos EUA, acompanhado do banqueiro Roberto Setúbal, o último esforço foi tentado, Campos se reúne com a cúpula do Partido Democrata e assume vários compromissos com os parasitas, entre os quais o mais significativo foi a promessa de tornar o Banco Central “independente” do governo. Mas ainda era pouco, os rentistas queriam uma troca na composição da chapa do PSB, catapultando Marina para a “cabeça”. Eduardo, mesmo sob intensa pressão, não cede e ali mesmo, sem saber é óbvio, assina sua própria sentença de morte. Fazer cair um pequeno jato civil não é uma das tarefas mais complicadas para a CIA, ainda mais quando o governo Obama tem contratos com a própria fabricante Cessna.

O “currículo” de tentativas de golpes militares (bem e mal sucedidos), crimes e conspirações políticas dos EUA no Brasil é bastante extenso, remontando à própria proclamação da república. Como não relacionar a “Operação Condor” coordenada diretamente pela CIA para eliminar as lideranças políticas que em algum momento “atrapalharam” os planos do imperialismo para a região. Para o “Tio Sam” nunca foi problema envenenar, inclusive aliados fiéis como o reacionário Carlos Lacerda, assassinado no final dos anos 70 às vésperas de fundar a “Frente Ampla”. Como já afirmamos anteriormente, o “socialista” Campos não era inimigo dos EUA, apesar da antipatia que o império nutria pelo seu falecido avô Miguel Arraes, porém estava no “posto” errado em um momento crucial para geopolítica internacional. Não estava disposto a “pacificamente” mudar de posição em favor da fundamentalista Marina Silva, pagando com a própria vida a “ousadia” que teve em romper com o PT para encabeçar uma chapa na disputa pelo “poder” central.

Mantida a atual “correlação de forças” é muito remota a possibilidade do PT reverter o quadro da iminente derrota. Ainda que o “jogo” esteja “aberto” a vertente de uma nova gerência estatal para a Frente Popular, anteriormente considerada “líquida e certa” se coloca como uma hipótese política em declínio. O golpe que atingiu mortalmente Campos também feriu gravemente o PT, embora este tenha uma sobrevida política com o forte nome de Lula para 2018. Quanto a Marina, não passará de mais um títere do capital financeiro no país, de vida política muito curta e com suas “puras mãos evangélicas” todas sujas de sangue.