terça-feira, 31 de outubro de 2017

LEIA A EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 325, OUTUBRO/2017


EDITORIAL
100 anos da Revolução de Outubro: o Bolchevismo vive!

AS “JORNADAS DE JULHO” QUE PRECEDERAM A TOMADA DO PODER EM OUTUBRO
O Partido Bolchevique organiza um “recuo tático” com o objetivo de preparar as condições políticas para a vitória final da revolução proletária

A “REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO” NA RÚSSIA
A verdadeira ante-sala para a tomada do poder pelo Partido Bolchevique!

1905 - O “ENSAIO GERAL” DA TOMADA DO PODER PELOS BOLCHEVIQUES EM 1917
A vigência da criação dos sovietes e o armamento do proletariado

LENINISMO VERSUS ANARQUISMO
Em defesa da Ditadura do Proletariado!

STALINISMO E BOLCHEVISMO
O Bolchevismo é o responsável pelo Stalinismo?   

22 DE ABRIL DE 1870 - NASCIA LENIN, DIRIGENTE MÁXIMO DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
Vida longa ao Bolchevismo! Viva os 100 anos da insurreição proletária soviética!

A REVOLUÇÃO RUSSA HOJE
O Fevereiro de 1917 e o embuste da esquerda revisionista acerca das “revoluções democráticas” em nossos dias

III INTERNACIONAL
Do internacionalismo prolétario de Lenin e Trotsky ao “ultra-esquerdismo” de Stalin que pavimentou a ascensão do nazismo... depois sepultada pela política de colaboração de classes das frentes populares

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

INAUGURADO O MEMORIAL LUIZ CARLOS PRESTES EM PORTO ALEGRE: OS TROTSKISTAS COMBATEM O FASCISMO SEM ABRIR MÃO DA CRÍTICA MARXISTA À POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO STALINISMO

Neste sábado (28.10)  foi inaugurado em Porto Alegre (RS), o Memorial Luiz Carlos Prestes. Projetado por Oscar Niemeyer à décadas atrás, a obra localizada na avenida Ipiranga no bairro Praia de Belas, que homenageia Prestes foi anteriormente alvo de protestos anticomunistas por parte de grupos fascistas e de extrema direita, como o MBL. Os militantes da LBI defenderam a inauguração do Memorial e a rica exposição sobre a vida pessoal e política do "Cavaleiro da Esperança". Na ocasião, distribuímos um artigo crítico a trajetória do ex-Secretário-Geral do PCB que reproduzimos abaixo. O texto, longe de saldar acriticamente a política levada a cabo ao longo de sua vida, faz uma delimitação detalhada com a política de colaboração de classes de Prestes, desde a Coluna, passando pelo seu papel como dirigente máximo do PCB, até o último período de sua vida, quando o chamado "Prestismo" rompido com o PCB transitou entre o PT e o PDT de Brizola. No artigo inclusive analisamos o racha "à esquerda" que deu origem ao chamado PLP, justamente porque Prestes negou-se a construir um partido no Brasil apesar de sua grande influência política, organização centrista que implodiu e seus pedaços depois migraram para o PSOL e PT, além de muitos ex-militantes aderirem diretamente à direita como a Rede e o PPS. Apesar das críticas ressaltamos a dedicação militante e a honestidade pessoal de Prestes como dirigente político. 



PRESTES: A TRAJETÓRIA DO CAVALEIRO DA CONCILIAÇÃO DE CLASSES
(Extraído do Jornal Luta Operária nº 25 - Março/98)


Luís Carlos Prestes foi, durante 37 anos, o principal dirigente do antigo Partido Comunista do Brasil, o PCB, e faleceu em 7 de março de 1990. Em geral as comemorações e homenagens a Prestes em nada contribuem para esclarecer o papel desempenhado ele e o PCB em momentos decisivos da luta de classes no Brasil, onde o Prestismo destacou-se pela submissão do movimento operário aos interesses da burguesia nacional e do imperialismo.

O CARÁTER PEQUENO-BURGUÊS DO TENENTISMO

O fenômeno do prestismo tem suas origens ligadas ao movimento dos tenentes da década de 20. Foi exatamente dois anos após o fracassado levante do Forte de Copacabana, que explodiu a rebelião tenentista em São Paulo (05/07/1924), desencadeando outras revoltas e culminando na formação da Coluna Prestes.  Motivado por seus delírios pequeno-burgueses de moralização política e aperfeiçoamento do Estado burguês, mediante a realização de eleições honestas e do estabelecimento do voto secreto, o movimento tenentista acreditava que a ação isolada de uma elite militar, adotando métodos putchistas em nome de um programa democrático, poderia substituir as lutas das massas contra seus exploradores.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

PELA INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA: NÃO A INTERVENÇÃO POLÍTICA E MILITAR DO ESTADO ESPANHOL SOB O COMANDO DO REACIONÁRIO RAJOY (PP) E DA MONARQUIA FRANQUISTA! POR UMA ALTERNATIVA OPERÁRIA E SOCIALISTA CONTRA O CONJUNTO DA BURGUESIA E O IMPERIALISMO! POR UMA FEDERAÇÃO SOVIÉTICA E SOCIALISTA DAS REPÚBLICAS EUROPEIAS! 


O reacionário Senado do Estado Espanhol a pedido de Mariano Rajoy aprovou hoje, nesta sexta-feira (27.10), a aplicação do artigo 155 da Constituição franquista que determina a intervenção contra a Catalunha, até então uma região com limitada autonomia do país. Foram 214 votos a favor e 47, contra. A decisão ocorreu logo após o Parlamento regional da Catalunha aprovar o início do processo de independência da região. A atual crise política foi desencadeada após a realização de um referendo considerado ilegal pelo governo e pela Suprema Corte espanhóis. Na consulta popular de 1º de outubro, 90% dos votantes foram a favor da independência (2 milhões de pessoas, ou 43% do eleitorado catalão). Com o resultado favorável à independência, o presidente regional catalão, Carles Puigdemont, declarou no dia 10 no Parlamento local que a região “ganhou o direito de ser independente” e em seguida suspendeu seus efeitos para negociar com Rajoy, uma clara tentativa de buscar uma saída negociada entre a burguesia catalã e seus pares do Estado Espanhol. O artigo 155 é a ferramenta mais dura do governo central para intervir em uma região autônoma. Ele nunca tinha sido ativado desde a promulgação da Constituição fascista espanhola de 1978. A medida determina o afastamento do presidente regional e todo o seu governo. Limita as funções do Parlamento catalão e obriga a convocação de novas eleições regionais em até seis meses, além da intervém na polícia local, em resumo trata-se de uma intervenção direta política e militar contra o direito a independência da Catalunha. A covarde resolução aprovada pelo Parlamento catalão que vem sendo negociada com Rajoy prevê “constituir uma República Catalã como um Estado independente, soberano, democrático e social”. A decisão foi muito comemorada por apoiadores reunidos nas ruas de Barcelona e em outras cidades da região mas logo gerou desilusão pelo recuo do governo regional. Tanto que Puigdemont pediu que a luta pela independência seja pacífica temendo a radicalização das massas: “Virão horas em que precisaremos manter o pulso deste país, mas mantê-lo principalmente no terreno da paz, no terreno do civismo e no terreno da dignidade”. O artigo 155 da Constituição franquista de 1978 estipula que "se uma Comunidade Autônoma não cumprir as obrigações que lhe são impostas pela Constituição ou outras leis, ou atue de forma que prejudique seriamente o interesse geral da Espanha, o Governo poderá adotar as medidas necessárias para obrigar a região a cumprir essas obrigações ou a proteger o referido interesse geral". Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que não reconhece a independência da Catalunha: “Para a União Europeia não muda nada. A Espanha continua como nosso único interlocutor. Espero que o governo espanhol favoreça a força do argumento, não o argumento da força”. Os Marxistas Revolucionários defendem que o direito a independência nacional devem ser garantidos como os método de luta da classe operária: greve geral, ocupações de fábricas e terras, armamento popular, organismos de duplo poder, inclusive chamando a solidariedade de classe com o proletariado do Estado Espanhol como o “velho” Bolchevique nos ensinou: “Os revolucionários proletários não devem nunca esquecer o direito das nacionalidades oprimidas a dispor de si próprias, inclusive o seu direito à completa separação, e o dever do proletariado da nação que oprime a defender este direito, inclusive, se necessário, com armas na mão!”. Nesse sentido, é necessária uma ampla mobilização da classe operária, inclusive com a convocação de uma Greve Geral, para garantir a independência da Catalunha, organizando junto com seus irmãos de classe a luta contra Rajoy e a Monarquia reacionária, unindo a luta pelo direito a separação da Catalunha e do País Basco ao combate por uma Espanha operária e socialista!
GRANDE TRIUNFO DE MACRI NA ARGENTINA: QUANDO A FARSA DA DEMOCRACIA E A FRAUDE ELEITORAL LEGITIMAM NAS URNAS UM GOVERNO NEOLIBERAL ODIADO PELO POVO


Ocorreram neste último domingo as eleições legislativas na Argentina, que renovaram a metade do parlamento nacional, ainda que os mandatos do executivo (Casa Rosada e governadores das províncias) não estivessem em jogo (o que somente acontecerá em 2019), o referendo legislativo serve como um termômetro das atuais tendências da conjuntura política do nosso vizinho e "hermano" país. O presidente Mauricio Macri, eleito em 2015 pelo agrupamento "Cambiemos" por uma pequena margem de votos (menos de 3%), obteve uma acachapante vitória eleitoral nas províncias mais importantes da Argentina, como Córdoba, Santa Fé, Mendoza e principalmente na mais numerosa, Buenos Aires, além do esperado triunfo na CABA (Cidade Autônoma de Buenos Aires), seus candidatos derrotaram a coalizão encabeçada por Cristina Kirchner (FPV) por ampla margem, inclusive a própria ex-presidenta que somente ficou com a segunda cadeira do Senado por Buenos Aires. Para entrar no fulcro do debate sem mais "blá-blá-blá" a questão a ser respondida é a seguinte: como é possível que o partido de um presidente neoliberal odiado pelo povo, que promoveu o mais duro "ajuste" dos últimos vinte anos gerando desemprego e fome, e também acusado de ser responsável pela trágica morte do ativista Santiago Maldonado que comoveu o país na véspera da eleição conseguiu triunfar de forma tão expressiva? A resposta deve ser direta e sem "mimimi": somente uma brutal fraude eleitoral, montada em todos os campos (político, midiático, financeira e por último juridico/institucional) poderá explicar o êxito de "Cambiemos". Desgraçadamente este elemento central, o da farsa combinada com a fraude, é completamente ausente de todos os balanços eleitorais, sejam logicamente da direita e principalmente da esquerda revisionista. A aferição eleitoral por que passou Macri neste último domingo estava carregada de uma importância mundial, muito além das fronteiras da Argentina, seria a "prova de fogo" de um governo neoliberal (plenamente alinhado com a Casa Branca e o FMI) logo após a "festividades da posse", ou seja quando já passada a primeira ilusão fabricada do "salvador da pátria"' vem o "chicote" do imperialismo para amealhar economicamente o país. Para o rentismo internacional Macri não poderia sair derrotado de forma alguma, sob o risco de se ver renascer o "nacionalismo desenvolvimentista" em todo o continente americano e em outras partes do planeta. Se há uma "queda de braço" mundial, entre o projeto rentista mercantil e o nacional protecionista, foi ganha pelo primeiro na Argentina e com toda legitimação do sufrágio universal, ainda que sob o manto oculto da fraude e farsa da democracia burguesa. E quando nós Marxistas falamos de fraude eleitoral não estamos nos referindo a uma abstração literária ou simbólica, estamos nos referindo concretamente ao estelionato na totalização dos votos, retirados de um partido ou candidato e computado a outro. É óbvio que este ato (fraude eleitoral) é o fim de um longo processo que inclui pesquisas "truchas", poder econômico desproporcional e uma mídia corporativa engajada na campanha dos "seus". Para se ter uma noção do que ocorreu nestas eleições legislativas argentinas, a maioria da população dos grandes centros urbanos saiu para votar vestida de preto, em sinal de repúdio ao covarde assassinato de Salvador Maldonado, e claro como um protesto político contra o governo Macri que acobertou este crime brutal. A derrota de Cambiemos pelo menos na província de Buenos Aires (não confundir com CABA) era apenas a repetição das prévias (PASO), onde se interrompeu até o escrutínio para tentar evitar a vitória de Cristina para o Senado, o que naquela ocasião acabou ocorrendo apesar das manobras do governo. Com um cenário econômico e político bem mais desfavorável para Macri em relação as "PASO" do mês de agosto, agora Cambiemos derrotou Cristina com uma candidatura inexpressiva (Bullrich), só há uma única justificativa para o "milagro" da direita conservadora: Uma fraude em toda linha foi imposta na estratégica província de Buenos Aires, que se estendeu a todo país. Os "barões murdochianos" da metrópole imperialista estão em êxtase com a vitória de Macri, esperam agora que Macron na França reafirme nas próximas eleições legislativas sua estabilidade no "Palais de L'élysée", para decretarem o fim dos arroubos "estatizantes no mundo livre". Para a esquerda revisionista agrupado na FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores) não existiu um único indício da fraude oficialista, manejada pelo governo Macri e a Justiça argentina completamente submissa, em sua pauta política somente existe espaço para as comemorações pela eleição de dois deputados nacionais (PTS e PO), nem sequer o duro avanço da ofensiva neoliberal é "detectada" pela FIT em seus balanços eleitorais autoproclamatórios. Para viveu já viveu fase do "gigantismo" do velho MAS, quando sozinhos chegavam a eleger vários parlamentares, poderá prever como acabará a euforia do PTS e seus micros satélites. Porém o mais grave é que a própria FIT beneficiada pela fraude agora passa a atuar como apêndice político do macrismo, apoiando no parlamento as perseguições jurídicas contra os peronistas da FPV, em nome da falsa luta contra a corrupção, algo semelhante ao que fez o "MES" (PSOL) de Luciana Genro em relação a "Lava Jato" no Brasil. Os Marxistas Leninistas que intervêm na luta de classes da Argentina devem manter total autonomia e independência política em relação aos dois campos burgueses, CAMBIEMOS e FPV, combatendo no terreno da ação direta a brutal ofensiva neoliberal em curso contra as massas, reforçada no "imaginário popular" pela fraude e farsa da "sagrada" democracia dos ricos. Como afirmava nosso chefe revolucionário, Lenin: "O cretinismo parlamentar é uma sífilis que macula a trajetória de qualquer organização comunista".

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

COM DOZE VOTOS A MENOS, TEMER SEGUE "SANGRANDO" ATÉ AS ELEIÇÕES DE 2018, COMO PRETENDE O PT, PCdoB E PSOL SEM A CONVOCAÇÃO DA GREVE GERAL


Como já era previsto o golpista Temer conseguiu barrar hoje na Câmara dos Deputados a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, com doze votos a menos em relação a primeira denúncia ainda na gestão de Rodrigo Janot. Com a pressão somente no marco parlamentar conduzida pela Frente Popular , ocorreu justamente o previsível, a continuidade do processo de "sangramento" do agonizante governo Temer na medida em que a própria burguesia nacional ainda não se decidiu por produzir um "factóide" midiático que finalizasse a interinidade do golpista. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, até que esperou uma inclinação da burguesia a seu favor, anunciando que teria condições de tocar a plataforma neoliberal "emperrada"  no Congresso Nacional, porém até o momento o Demista parece ser mais útil ao "mercado" ocupando o comando do parlamento. Em plena caravana eleitoral por Minas Gerais, Lula parece imbatível na disputa do Planalto em 2018, o que deixa o PT e seus apêndices políticos absolutamente seguros de que a senda eleitoral deve ser a única opção do seu "cardápio". Porém setores da oligarquia dominante já percebem que para dar prosseguimento ao processo golpista de desorganização entreguista da economia nacional é necessário alçar o "justiceiro" Moro ao posto de "gerente geral" de seus negócios, para além das medidas draconianas da "Lava Jato". O movimento operário está desgraçadamente atado a paralisia de suas direções burocráticas sindicais, que apenas "sonham" com o retorno de Lula ao governo, mas enquanto o "paraíso" não chega avança a ofensiva patronal contra as condições de vida da população e suas conquistas históricas. No terreno político da Frente de Esquerda, o roteiro programático é o mesmo do PT, o PSOL e seus satélites tentam convencer o lulista Boulos a aceitar uma "missão" presidencial para 2018, diante da prévia renúncia da tarefa eleitoral por parte do deputado Chico Alencar. Com a plataforma reformista do "VAMOS", PSOL e PT vão trabalhando uma aliança "informal" para juntos estabilizarem o regime político e possivelmente até coabitarem um futuro governo nacional. Com a rejeição desta segunda denúncia contra Temer, a burguesia encerra as possíveis variantes do golpe (novas denúncias e depurações no campo neoliberal) e abre a corrida eleitoral, cujo protagonista principal ainda é Lula. A estratégia da vanguarda classista para esta etapa de profundo retrocesso de sua organização independente, deve ser radicalmente oposta a da Frente Popular, ou seja ruptura das ilusões institucionais e foco central na ação direta no sentido da construção de uma alternativa de poder revolucionário.
100 ANOS DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO: O BOLCHEVISMO VIVE!


Nós Trotskistas celebramos os 100 anos da Revolução de Outubro de uma maneira muito especial, própria, defensista-revolucionária. Como herdeiros políticos do criador e comandante do Exército Vermelho, jamais fomos apologistas da então URSS burocratizada pelo stalinismo, porém sempre nos postamos como defensores incondicionais do Estado operária soviético mesmo degenerado até o fim de seus dias, na última das barricas de agosto de 1991. Trata-se da posição nos legada por Trotsky em sua vida militante, como dirigente da URSS, membro da Oposição de Esquerda e depois fundador da IV Internacional. Por essa razão não nos admiramos que no centenário da tomada do poder pelo Partido Bolchevique em 1917, a burguesia não descanse em propagandear na mídia mundial vendida que o “comunismo morreu”, tentando para sempre espantar o espectro da sociedade sem classes defendida cientificamente por Marx e Engels. Se os capitalistas não se casam em tripudiar a obra de Lênin, Trotsky e do proletariado soviético com argumentos reacionários próprios das classes dominantes, a intelectualidade de “esquerda” (na verdade socialdemocrata) não fica distante, mesmo a que se reivindica “marxiana”. Em um terreno supostamente “mais elaborado” também é em geral crítica da experiência soviética, sempre que pode repudia em suas “cátedras” ou blogs o leninismo por seu “modelo” de partido “totalitário” comandado por “chefes infalíveis”, disciplinado de forma militar, dividido hierarquicamente entre “dirigentes e dirigidos”, uma conduta que supostamente segundo esses cretinos “esmagou a energia revolucionária do proletariado” pavimentando o caminho da ditadura sobre o proletariado. O centralismo democrático, pilar mestre do Partido Bolchevique que garantiu a vitória de Outubro, é apresentado como um câncer burocrático responsável em última instância, segundo esses pústulas, pelo surgimento da URSS como um verdadeiro “cárcere dos povos”. Esses senhores chegam a identificar o Leninismo com o stalinismo apesar de toda luta política e programática que o dirigente maior bolchevique levou no fim da vida contra a burocratização do Partido e do Estado, com revela seu Testamento Político. Por seu turno, os revisionistas do Trotskismo, apesar de comemorarem formalmente a vitória de Outubro, não souberam defendê-la quando atacada pelo bloco restauracionista comandado por Yelstin em agosto de 1991, ao contrário, se postaram no campo do imperialismo aplaudindo a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS como uma “vitória revolucionária” porque esse “acontecimento histórico” debilitaria o aparato stalinista mundial. Aliás, “Muro” que estes renegados passaram décadas repetindo como papagaios da furibunda reação capitalista que se tratava da “vergonha” mundial da esquerda stalinista, uma propaganda voltada a atacar a própria URSS. Ainda hoje celebram o fim da “Cortina de Ferro” atuando em uníssono com o capital, desta forma ajudaram a arrancar as conquistas operárias históricas de um terço da civilização humana, na destruição da URSS e em mais de uma dezena de Estados Nacionais onde a economia foi socializada com a extinção do mercado. Como se observa, defender Outubro hoje não se trata de um gesto formal, de olhar de forma saudosista o passado há 100 anos atrás, mas de forjar na atualidade a militância revolucionária com consciência de classe para defender a vigência ideológica, política e programática do Partido Leninista e o futuro comunista da humanidade, que hoje marcha a passos largos rumo a barbárie. Nesta questão encontra-se o grande desafio dos genuínos Trotskistas hoje, que mesmo isolados em função da ofensiva ideológica, política e cultural em curso patrocinada pelo imperialismo mantém-se firmes na defesa de Outubro e da construção do Partido Mundial da Revolução Proletária!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

23 DE OUTUBRO DE 1970 - TOMBA O “COMANDANTE TOLEDO”: O CHACAL FLEURY TORTURA E ASSASSINA JOAQUIM CÂMARA FERREIRA, DIRIGENTE DA ALN... NOSSA HOMENAGEM A ESSE HERÓI DA ESQUERDA NA LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR!


Conhecido como “Comandante Toledo” ou o “Velho”, Joaquim Câmara Ferreira foi um dos principais dirigentes da ALN ao lado de Carlos Marighela. Entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1933. Jornalista, dirigiu diversos periódicos do partido e, em 1937, quando Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo, passou a atuar de forma clandestina. Esteve por vários anos preso, tendo sido torturado pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) paulista. Foi submetido a pau de arara, palmatória, afogamentos. Também enfiaram farpas de bambu embaixo de suas unhas, que foram definitivamente arrancadas. Durante as décadas de 1940 e 1950 esteve à frente da imprensa do PCB em São Paulo. Depois da anistia, em 1945, e da legalidade do PCB, Câmara se tornou um dos principais dirigentes do partido em São Paulo. Em 1948, viajou para a União Soviética para realizar estudos sobre política. Em 1964, foi preso pelos órgãos policiais por realizar uma palestra para operários em São Bernardo do Campo, sendo libertado pouco depois. Foi condenado pela ditadura militar a dois anos de reclusão. Rompido com o PCB, durante a ditadura militar, foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional (ALN). Em 1967, foi um dos principais signatários do “Manifesto do Agrupamento Comunista de São Paulo” – que se tornou o embrião da ALN. Era considerado o número dois da ALN e participou diretamente da captura do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, que garantiu a libertação de 15 presos políticos. O comandante Toledo – seu nome de guerra durante a guerrilha urbana – participou do rapto do embaixador estadunidense, que garantiu a libertação de inúmeros prisioneiros políticos. Foi preso no dia 23 de outubro de 1970, na Avenida Lavandisca, em São Paulo. Do local de sua prisão, Câmara foi levado, já sob tortura, para o sítio clandestino “31 de março”, utilizado pelo delegado fascista assassino Sérgio Fleury. No sítio, continuou sendo torturado, morrendo algumas horas após sua prisão. A presa política Maria de Lourdes Rego Melo é testemunha de que Joaquim Câmara Ferreira foi preso vivo e levado ao sítio clandestino do delegado, e que a sua morte se deu como consequência da violência das torturas. Morreu nas mãos dos seus algozes fascistas. Em nome da LBI prestamos nossa justa homenagem a esse herói da esquerda na luta contra a ditadura militar, seu nome entrou para a galeria de mártires do povo brasileiro e virou referência obrigatória para todos aqueles lutam até hoje contra a ditadura do capital e a dominação imperialista. Apesar de sua adesão ao stalinismo (PCB) e depois ao foquismo (ALN) com todos os equívocos derivados dessas opções política, Joaquim Câmara Ferreira é um exemplo de dedicação a causa revolucionária do proletariado mundial!


DO INÍCIO DA MILITÂNCIA STALINISTA À LUTA CONTRA O FASCISMO

Joaquim Câmara Ferreira nasceu em Jaboticabal no dia 5 de setembro de 1913. Seu pai, o engenheiro Joaquim Batista Ferreira Sobrinho, havia sido por três vezes prefeito dessa pacata cidade do interior paulista. A mãe, Cleonice Câmara, morreu depois de apenas vinte dias de ele ter nascido. Seguindo o caminho paterno, foi estudar na Escola Politécnica de São Paulo. Porém, no segundo ano, abandonou a engenharia e se transferiu para o curso de filosofia na Universidade de São Paulo (USP) que estava se iniciando. Também estava no início o seu engajamento político junto ao movimento comunista. Certo dia indo para a Politécnica viu alguém que atentamente lia um livro de Vladimir Ilitch Lênin. O jovem curioso se aproximou e começou uma discussão sobre o socialismo e o marxismo. O estranho era o comunista Adolfo Roitman – que já havia passado pelas prisões do novo regime de Vargas. Eles marcaram outros encontros, nos quais conheceria Noé Gertel e Caio Prado Jr. Em 1932, ao lado desses novos companheiros, organizou um núcleo do Socorro Vermelho Internacional, órgão de ajuda e solidariedade aos perseguidos políticos. No ano seguinte, estaria militando ativamente no PCB. Quem o recrutou foi Sebastião Francisco, secretário de organização do comitê estadual de São Paulo. A veterana comunista Sara Mello contou ao historiador Luiz Henrique de Castro Lima o que aconteceu: “Câmara falou o que esperava (do Partido) e esse companheiro disse: ‘Então, você pode se considerar hoje membro do Partido Comunista do Brasil’. Foi a maior sensação da vida de Câmara (...) o dia em que foi considerado membro do Partido Comunista do Brasil”.

domingo, 22 de outubro de 2017

EM CARTA ESCRITA DE PRÓPRIO PUNHO EX-MULHER E MÃE DO FILHO DE 04 ANOS DE CESARE BATTISTI APELA PELA PERMANÊNCIA DO ESCRITOR ITALIANO NO BRASIL

Em carta escrita de próprio punho, Priscila Pereira, professora, faz um apelo pela permanência no Brasil de Cesare Battisti, seu ex-marido e pai do seu filho de 4 anos, para “que tenha o direito de continuar exercendo sua paternidade de maneira integral”. Além disso, afirma que, sozinha, não teria “renda suficiente para arcar” com sua “subsistência e a de uma criança”. “Tenho vivido nesses últimos dias o limite de minha angústia”, declara. Em entrevista na semana passada, Battisti disse que não pretende levar sua família para a Itália caso seja extraditado. “Meu filho tem quatro anos, filho de brasileira, portanto, ir para a Itália significaria afastá-lo de sua cultura e de seus afetos. Aliás, é óbvio que na Itália nenhuma pessoa relacionada comigo tem muita segurança ou será bem-vinda”, afirmou o ex-militante do Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). No último dia 13 de outubro, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Fux, condicionou a possível decisão do golpista Temer de extraditar Cesare Battisti para a Itália até que seja julgado o mérito do pedido de habeas corpus feito pela sua defesa no pleno do STF. O julgamento foi marcado para o dia 24 de outubro, próxima terça-feira. A LBI esteve na linha de frente da denúncia da arbitrária prisão de Battisti no Mato Grosso do Sul, enquanto várias correntes políticas vacilavam em defendê-lo da armadilha jurídico-fiscal montada na fronteira com a Bolívia pela PF, muitos agrupamentos só vieram a se pronunciar pela pressão política de nossa campanha nacional lançada poucas horas depois da absurda detenção ilegal em Corumbá. Apesar do ativista italiano ter sido liberto da prisão, a ofensiva reacionária jurídico-policial continua, visando sua extradição pelo governo golpista de Temer para apodrecer nas masmorras da Itália. Nesse sentido é necessário reforçar a campanha pelo fim da perseguição a Cesare Batista, unido essa luta ao combate pela liberdade de todos os presos políticos no Brasil e contra os ataques neoliberais ao conjunto dos trabalhadores promovido pela canalha de Temer e a máfia de Toga que comanda a justiça burguesa, prestando neste caso serviço ao imperialismo europeu. Assine abaixo a petição pública contra a extradição de Cesare Battisti.



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

LBI E OPOSIÇÃO DO SINDIÁGUA/CE IMPULSIONAM ATO EM SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA CEDAE/RJ E CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA!


A LBI e a Oposição do Sindiágua/Ceará impulsionada pela TRS realizaram nesta sexta-feira, 20/10, um ato político em solidariadade ao trabalhadores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e contra a privatização dos serviços de água e esgoto no país. Foi feito um amplo esclarecimento aos trabalhadores de base acerca do processo de destruição das estatais do setor, com o chamado da Oposição recebendo um amplo apoio da categoria, tanto dos operários de campo como dos servidores administrativos. Essa ofensiva neoliberal tem como alvo também a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) pelas mãos de um acordo entre o governo Camilo Santana (PT) e o golpista Temer, um ataque nos mesmos moldes que Pezão está fazendo contra a CEDAE fluminense. Enquanto o SINDIÁGUA/CE encontra-se completamente paralisado em função de sua política de colaboração de classes com a Prefeitura de Fortaleza (PDT) e o Governo do Ceará (PT), a militância da LBI vem mobilizando junto com a Oposição Unidade na Luta a base da categoria para resistir através da luta direta a privatização em curso, nesse sentido a forte adesão a atividade de hoje demonstra a tremenda disposição de luta dos trabalhadores e sua solidariedade de classe. Está marcado para esta segunda-feira, dia 23 de outubro, às 10h30, em frente ao prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no Rio de Janeiro um ato contra a privatização da CEDAE, atividade que também foi divulgada na manifestação realizada hoje na CEGECE e conta com o nosso apoio militante. Entre as diversas medidas de desmonte estatal tomadas pelo governo Pezão, a privatização do sistema hídrico do Rio de Janeiro tem assumido caráter cada vez mais urgente. No dia 24, está marcado o leilão da venda das ações que privatizam a CEDAE, sob o comando de Pezão e Michel Temer.


Aqui no Ceará, a privatização da CEGECE está sendo levada adiante pelas mãos do petista Camilo Santana. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que conduz o processo de privatização das empresas estaduais de saneamento, confirmou o Consórcio Aqua, constituído pela BF Capital, Aecom do Brasil e Azevedo Sette Advogados Associados, como vencedor da licitação para elaboração de estudo de viabilidade, montagem do projeto de concessão e preparação do edital de desestatização da Cagece. O Consórcio Aqua arrematou o pregão do BNDES com uma proposta no valor de R$ 3,59 milhões, 75% abaixo do valor estimado de R$ 14,36 milhões. Curiosamente, dois meses antes da realização dessa licitação, a direção da Cagece e governador Camilo Santana já haviam anunciado que o objetivo pretendido é a realização de Parcerias Púplico-Pivadas (PPP) nas regiões metropolitanas de Fortaleza e do Cariri. Depois de acumular prejuízos de mais de R$ 380 milhões em 2014 e 2015, em parte decorrente de ingerências políticas e de má gestão, a CAGECE registrou lucro de R$ 146,90 milhões em 2016. Justamente agora, quando a empresa começa a se recuperar, pretendem entregar as áreas mais lucrativas para o capital privado.


A privatização da CAGECE faz parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), criado pelo governo Michel Temer para forçar os governos estaduais a vender empresas públicas de saneamento como parte de um acordo para o recebimento de ajuda federal e redução dos débitos fiscais. Em nenhum momento, o objetivo desse programa foi a universalização do saneamento público, para atender ao conjunto da população. Seu verdadeiro objetivo, além de proporcionar altos lucros para os grupos privados nacionais e estrangeiros, é – como já ficou explícito nas delações da JBS – alimentar a corrupção estatal através desvios de recursos públicos e do recebimento de propinas para bancar candidaturas em 2018.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017


XIX CONGRESSO DO PCCh REAFIRMA A “VIA CHINESA AO CAPITALISMO”: UMA TRANSIÇÃO “LENTA, GRADUAL E SEGURA” NA CONSOLIDAÇÃO DA ECONOMIA DE MERCADO PELAS MÃOS DA BUROCRACIA RESTAURACIONISTA NA TENTATIVA DE SE ALÇAR COMO UM CONTRAPONTO MILITAR AO IMPERIALISMO IANQUE


O presidente da China e Secretário-Geral do Partido Comunista, Xi Jinping, abriu ontem o XIX Congresso do PCCh com um longo discurso em que descreveu seu governo como uma nova era em que “a China se moverá para mais perto do centro do palco”. Prometeu abrir ainda mais a economia e respeitar os interesses das empresas estrangeiras no país. Um dos objetivos declarados de Xi Jinping é levar a China a tornar-se uma “sociedade modestamente próspera” até 2021, nas comemorações do centenário do PCCh. Para isso, será preciso manter o crescimento na faixa de 6,5% ao ano até 2020. Outro objetivo é que, no centenário da revolução, em 2049, ela seja um país rico e desenvolvido. O Congresso do PC chinês ocorre a cada cinco anos quando a burocracia restauracionista herdeira do stalinismo de Mao-Tsé-Tung anuncia formalmente ao mundo seus planos estratégicos, políticos e econômicos. No discurso de Xi, Mao foi apresentado como o responsável pela revolução socialista e pela consolidação do Partido Comunista no poder. Deng Xiao Ping pela abertura e pela era de crescimento econômico. Ele, Xi, pela conquista do poderio como superpotência global. A realidade nem de longe é a retratada pelo dirigente da burocracia tendo como base uma análise mais apurada do ponto de vista do Marxismo Revolucionário. A China é um ex-Estado Operário burocratizado que transita ordenadamente ao capitalismo e vem se convertendo em uma poderosa semicolônia, porque as bases econômicas do desenvolvimento chinês se apoiam em relações de produção capitalistas onde a burocracia restauracionista cada vez mais assume o papel de sócia subordinada e dependente do capital financeiro internacional. Na medida em que na China está em curso um processo de acumulação primitiva de capital para forjar a nova burguesia, a Casa Branca e o imperialismo europeu buscam incentivar no curso dessa transição divisões políticas que lhes favoreçam. Historicamente, o imperialismo tem recorrido a vários meios políticos e militares para impor seu controle nos países que consideram adversários ou desejam fragilizar. As manifestações pela “autonomia total” de Hong Kong, pela independência no Tibet para “recriar” uma classe dominante baseada na dinastia lamaísta e as tentativas de patrocinar, desde o governo Clinton, o separatismo islâmico e muçulmano em algumas províncias chinesas via patrocínio da CIA às atividades da Al Qaeda na região são parte dessa estratégia que até agora tem fracassado pela unidade da burocracia em sua “via chinesa ao capitalismo”. A grande mídia e a própria burocracia restauracionista qualifica a China como uma grande potência, no que é grotescamente imitada pela esquerda revisionista do trotsquismo. A realidade, no entanto, é distinta e deve ser analisada além das aparências. A China, no curso do processo de restauração capitalista, vem se transformando na verdade no maior entreposto comercial e industrial do mundo, uma grande consumidora de commodities e é nisto que consiste a sua “exuberância” econômica. Caracteriza-se por ser uma economia semicolonial com fortes induções estatais, remanescentes da herança stalinista. Em suma, por maior que seja o crescimento do PIB chinês, a hegemonia militar em todo o planeta ainda se concentra plenamente nas mãos da Casa Branca, sendo apenas um “sonho” da China converter-se em uma superpotência capitalista. Nesse sentido “a via chinesa” de restauração capitalista como vemos reafirmada por Xi Jinping é um processo lento, ordenado e centralizado de medidas que, levadas a frente sob o férreo controle político do PPCh, avançam o ritmo da restauração capitalista para se fortalecer futuramente como contraponto militar e econômico ao imperialismo ianque. Essa estratégia encontra-se resumida nas palavras na abertura do Congresso proferidas por Xi Jinping “Cada um de nós precisa fazer o possível para defender a autoridade do partido e o sistema socialista chinês, e se opor de forma resoluta a toda palavra ou ação que vise a solapá-lo... A abertura traz progresso para nós, enquanto o isolamento nos deixa atrasados. A China não fechará suas portas para o mundo, estaremos cada vez mais abertos”.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

NO MESMO DIA DA DESMORALIZAÇÃO DA "POLÍTICA" COM O SALVO CONDUTO DO SENADO A AÉCIO: GLOBO LANÇA O "JUSTICEIRO" MORO COMO "SALVADOR DA PÁTRIA" PARA OCUPAR O PLANALTO

Parece mesmo um roteiro montado pelas classes dominantes do tipo "teoria da conspiração", na qual a esquerda reformista crédula na democracia universal insiste em negar a existência, mas no mesmo dia em que a política institucional atinge um dos seus maiores picos de desmoralização nacional (com o salvo conduto dado a Aécio Neves pelo Senado), as Organizações Globo lançam sutilmente a candidatura do "justiceiro" Moro a presidente da república. Em uma entrevista especial no canal "Globo News" que foi ao ar na noite de terça-feira logo após a votação do Senado em que o tucano mineiro recebeu licença oficial para "extorquir" empresários, o jornalista Gerson Camarotti apresentava a nação o homem que poderia "salvar o país" da corrupção e dos políticos ladrões: Sergio Moro. E o chefe da "República de Curitiba" não se fez de rogado, afirmou em tom soberbo que tinha o "apoio da sociedade civil para o seu projeto de moralização do país". Ainda que o "justiceiro" tenha formalmente negado pretensões eleitorais, ficou cristalino o objetivo da famiglia Marinho em iniciar o processo de "politização" da asquerosa figura de Moro em direção ao Palácio do Planalto. A burguesia nacional que sofreu um duro processo de fracionamento com o golpe parlamentar que apeou Dilma da presidência da república, busca sua reunificação política em torno de um nova plataforma econômica, bastante distinta da qual se "alimentou" em mais de uma década nos governos da Frente Popular. O projeto estatal da "colaboração de classes" do PT se exauriu na medida em cessaram os fluxos internacionais de capital e crédito para o Brasil. Agora emerge a etapa do puro rentismo e da necessidade de um fortíssimo ajuste neoliberal no formato do Estado capitalista. É óbvio que as quadrilhas políticas tradicionais (PMDB,DEM, PP, PTB etc..) só foram úteis para impulsionar o golpe contra Dilma, a ascensão do bandido Temer ao governo central foi uma necessidade conjuntural de um efêmero consenso da burguesia nacional. Porém se o ciclo estatal do PT foi esgotado, não se pode afirmar o mesmo do enorme prestígio eleitoral e político que cerca a figura de Lula, ainda mais diante do desastre econômico em que os golpistas submeteram o país. Esta é a principal contradição do momento político nacional, se de um lado o projeto de poder da Frente Popular não interessa mais a burguesia e ao imperialismo, ainda não foram capazes de construir um "nome" que sintetize sua nova estratégia econômica. As tentativas de emplacar o "Ceo" Dória na gerência do Estado nacional (para além de seu eleitorado "mauricinho" paulistano), fracassaram prematuramente junto a sua infame "ração para pobres", outros possíveis tucanos como Alckmin estão invariavelmente atracados ao cadáver político do golpista Temer. Nem precisamos gastar "tinta" com a possibilidade do oligarca falastrão Ciro Gomes vir a preencher os requisitos mínimo exigidos pela burguesia para a ocupação do Planalto. Portanto neste cenário de crise do regime e transição de "modelos econômicos", restou a burguesia somente duas opções: Lula e Sergio Moro. A primeira alternativa uma possibilidade política muito distante, somente em caso de abrupto aquecimento financeiro dos BRIC's, um novo governo Lula poderia servir como "cartão de visitas" a investimentos diretos no país pelos chineses. A segunda via do "justiceiro" é muito mais segura para a burguesia nacional completar o processo de de recrudescimento do regime, instaurando um governo Bonapartista e implementando um quadro de completa desnacionalização da economia nacional. Moro hoje é o único personagem que teria condições de bater Lula no terreno eleitoral, logicamente contando com todos os componentes auxiliares do bombardeio midiático e jurídico, sem falar no "toque final" da urna eletrônica sem comprovação física do voto. Faltando menos de um ano para as eleições gerais, parece que não há mais tempo de se produzir novos "fakes", a burguesia deverá manejar os já criados midiaticamente para enfraquecer o PT, incluindo o "factóide" do PSOL e sua farsante "Frente de Esquerda". O movimento de massas combativo e classista deverá trilhar o caminho de ruptura com esta institucionalidade burguesa fraudulenta, construindo a perspectiva estratégica de uma dualidade de poder revolucionário e proletário pela via da ação direta.

terça-feira, 17 de outubro de 2017


DELAÇÃO "PREMIADA" DE FUNARO: BURGUESIA NACIONAL VOLTA A COGITAR CENÁRIO PÓS-TEMER COM RODRIGO MAIA NO PALÁCIO DO PLANALTO

A ampla divulgação midiática da delação "premiada" do operador/doleiro Lúcio Funaro, pela via de um "vazamento" obtido no portal da Câmara dos Deputados, colocou em evidência a possibilidade da burguesia nacional ter novamente voltado a cogitar a troca de "gerente" no Palácio do Planalto. A "bola da vez" seria o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, considerado até então um dos mais fiéis escudeiros do golpista Temer. Maia que recusou a postulação de ocupar o Planalto quando da primeira denúncia do Ministério Público contra Temer, apesar da clara preferência política de um setor importante da burguesia nesta alternativa diante da crise do regime, agora se movimenta ostensivamente para "detonar" a anturragem peemedebista. O DEM, partido de Maia, tem sido colocado de lado pelo pelo governo Temer na nova reacomodação partidária do Congresso Nacional, no chamado "troca-troca" às vésperas de um ano eleitoral o PMDB tem sufocado grande parte das legendas aliadas de menor densidade parlamentar. Porém o episódio da divulgação dos vídeos de Lúcio Funaro foi a gota d'água que faltava. Maia sabia que ao divulgar o conteúdo no site da Câmara causaria indignação do outro lado e quando isso aconteceu, se colocou como vítima e partiu para o conflito aberto. Rodrigo tem organizado reuniões com adversários diretos de Temer no PMDB, com Renan Calheiros e Katia Abreu debateu até um a composição global de um futuro ministério. A decisão de Maia de se afastar da base do governo pode ainda ter um efeito colateral indesejável para Temer e prejudicar Aécio Neves no Senado. Mas o elemento fundamental para a saída do mafioso Temer do Planalto ainda passa bem longe dos bastidores do Congresso, trata-se de uma possível deliberação tomada pelo "Conselho Diretivo" das classes dominantes e não por meros conchavos parlamentares. Neste ambiente atual a burguesia não encontrou um consenso definitivo sobre os rumos da conjuntura nacional, principalmente acerca das opções preferenciais para as eleições 2018, nem sequer há uma definição se Lula poderá voltar a ser uma "aposta" para tentar fechar a crise de governabilidade aberta com o golpe parlamentar que apeou Dilma do Planalto. O único consenso existente no seio da burguesia é que o curso das reformas neoliberais e a famigerada operação "Lava Jato" não podem ser paralisadas. Quanto ao "futuro" da permanência de Temer, somente a luta de classes poderá definir, ou seja, caso a governabilidade seja ameaçada diante de um aprofundamento da crise política a burguesia nacional não hesitará em empossar Rodrigo Maia como mais um "gerente" neoliberal de curta permanência. No plano de voo da Frente Popular (PT, PCdoB e PCO) só existe o horizonte eleitoral e a sabotagem das lutas em curso, no campo do PSOL a simulação aponta no mesmo norte político e até  a candidatura presidencial "laranja" do deputado Chico Alencar foi trocada pelo desconhecido Nildo Ouriques, agora o "ultra-laranja". A tarefa revolucionária de impulsionar a ação direta das massas contra a brutal ofensiva reacionária da direita e do capital, recai sobre os ombros da vanguarda classista e suas organizações Leninistas, rumo a construção de uma alternativa de poder estatal da classe operária e seus aliados históricos.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

GREVE DOS PROFESSORES DE MARACANAÚ (CEARÁ) COMPLETA 14 DIAS: OPOSIÇÃO DE LUTA DA LBI-TRS DEFENDE RADICALIZAR A PARALISAÇÃO PARA IMPOR NOSSAS REIVINDICAÇÕES E DERROTAR O PREFEITO FIRMO CAMURÇA, ALIADO DO GOLPISTA TEMER

ANTONIO SOMBRA (AO MICROFONE) DEFENDE 
A GREVE GERAL DOS SERVIDORES
A greve dos professores da rede municipal de Maracanaú, uma das mais importantes cidades do Ceará, uma região operária que concentra o conjunto industrial da região da grande Fortaleza, completou 14 dias nesta segunda-feira, 16 de outubro. Hoje foi realizado um importante ato político em frente à Secretaria de Educação em que o companheiro Antônio Sombra, militante da LBI e membro da Oposição de Luta dos professores, interveio propondo a radicalização da luta para impor as reivindicações da categoria e derrotar o prefeito Firmo Camurça (PR). Os trabalhadores em educação lutam pela imediata implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) do Magistério e o pagamento dos dois salários acertados através de acordo anterior na Justiça. A Prefeitura acenou apenas com a possibilidade de pagar os dois salários com a condição da categoria assinar um termo se comprometendo em renunciar ao restante dos 60% do dinheiro referente ao precatório que está em juízo. Uma chantagem absurda que deve ser repudiada pela categoria. A frente da direção do SUPREMA, o sindicato da categoria, encontra-se a Articulação (PT) que buscar encontrar uma saída de acordo com a prefeitura, perspectiva que não interessa aos trabalhadores porque significaria sacrificar direitos e conquistas. Os professores têm como principal objetivo a aplicação do PCCR porque no ano que vem será o início da PEC do teto de gastos imposta pelo golpista Temer, de quem o prefeito Firmo Camurça é aliado. Para vencer é preciso radicalizar a luta, paralisar todas as escolas e ampliar a greve para o conjunto dos servidores do município de Maracanaú, chamando também com a solidariedade da classe operária que é explorada nas várias fábricas que se localizam na cidade, cujos filhos são educados por nós professores e seus irmãos de classe! Por isso lutamos por mais escolas e verbas para a educação pública, gratuita e de qualidade. A LBI vem intervindo ativamente na paralisação que começou em 03 de outubro propondo aprofundar a luta no sentido de ampliar e fortalecer a greve até a vitória!

domingo, 15 de outubro de 2017

GOLPE CONTRA A CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS: ACORDO BIANUAL, IMPOSTO PELA CUT-CTB EM 2016, GARANTE TRÉGUA PARA A QUADRILHA DE TEMER RETIRAR DIREITOS E OS BANQUEIROS DEMITIREM EM MASSA!

HYRLANDA MOREIRA, DE PUNHO ERGUIDO NA GREVE GERAL
A burocracia da CONTRAF-CUT e da CTB sempre traiu a greve dos bancários, mas em 2016, ela se superou e, após 31 dias de greve, inaugurou um novo modelo de acordo, ultra rebaixado e com validade de 2 anos, isto é, até 2018. Por essa Convenção, o reajuste de 2017, previamente definido, foi inflação pelo INPC mais 1%, isto é, apenas 2,75%. Uma miséria! Na ocasião, os bancários do Movimento de Oposição Bancária (MOB), ligado à TRS, contrários a esse acordo, intervieram nas assembleias alertando e denunciando a manobra dos pelegos para minar a disposição de luta da categoria. Pela primeira vez em mais de 20 anos, a categoria bancária que protagonizou greves históricas de enfrentamento com os banqueiros, era referência nacional para unificar sua luta com outras categorias, está completamente engessada pela política de conciliação das direções sindicais. O acordo bianual foi apenas um pretexto para que a burocracia sabotasse a disposição de luta dos trabalhadores e conferisse um ambiente de “tranquilidade” para o governo golpista de Temer avançar na reestruturação e privatização dos bancos públicos, além dos banqueiros continuarem a demitir em massa, apesar da enorme lucratividade do sistema financeiro. Lucros recordes graças às altas taxas de juros, demissões, PDV´s, assédio moral, terceirização, aumento de correspondentes bancários, extrapolação da jornada de trabalho, privatizações, cobrança de altas tarifas contra a população, etc. No entanto, esta não é uma política isolada da burocracia sindical. As diversas lutas em outras categorias são sistematicamente sabotadas e isoladas como foi a greve dos trabalhadores dos Correios. A unidade, baseada numa política de independência de classe, tão necessária e fundamental à luta dos trabalhadores, está na contramão dos interesses das direções sindicais. Enquanto a quadrilha do governo golpista de Temer ataca às nossas conquistas com as reformas da previdência e a trabalhista, precariza as relações de trabalho, criminaliza os movimentos sociais, o movimento operário e popular encontra-se completamente paralisado, sem reação, porque a única preocupação de suas direções é “moralizar” as instituições do Estado e garantir a estabilidade do regime para as eleições de 2018, envolto numa profunda crise política e escândalos de corrupção. É preciso romper o caráter defensivo e disperso das lutas, unificando-as e centralizando-as rumo a construção de um amplo movimento que culmine em uma Greve Geral, capaz de derrotar a ofensiva neoliberal do Temer e do parlamento de corruptos. Denunciar a capitulação política das direções conciliadoras e intervir na crise com fisionomia própria, através de um programa operário e independente é forjar uma alternativa classista dos trabalhadores, tarefa que o MOB coloca todas suas energias militantes.
MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA (MOB)

sábado, 14 de outubro de 2017

DA LÍBIA, PASSANDO PELA SÍRIA E CHEGANDO HOJE A VENEZUELA: A CONLUTAS COMPROVA EM SEU CONGRESSO QUE FAZ O JOGO DO IMPERIALISMO


O Congresso da Conlutas acaba de aprovar uma resolução internacional escandalosa em apoio a ofensiva imperialista contra o governo Maduro na Venezuela. Em nome de combater a “ditadura chavista” o PSTU-LIT e a CST-UIT, com o apoio dos reformistas do MES, deliberaram uma política criminosa em defesa da derrubada do governo nacionalista burguês do PSUV sem que haja no país neste momento uma alternativa de massas à esquerda, revolucionária, ao Chavismo. Cinicamente esses revisionistas do Trotskysmo usam como pretexto para alia-se a direita “a luta pelo Socialismo” como podemos ver no cartaz acima. Essa orientação vergonhosa, oposta ao internacionalismo proletário e ao legado de Lenin e Trotsky, dever ser rechaçada firmemente pela vanguarda comunista revolucionária, só podendo ser aplaudida entusiasticamente pela Casa Branca, Trump e seus aliados capachos no continente latino-americano, como Temer, Santos e Macri, ávidos por controlarem diretamente o petróleo venezuelano. A militância da LBI, que rompeu com esta central servil ao imperialismo em 2012 denunciando publicamente sua direção por estabelecer já naquele momento uma frente única com a OTAN e seus “rebeldes” primeiro na Líbia e depois na Síria em nome da “Revolução Árabe”, não é tomada da menor surpresa diante da resolução aprovada no dia de hoje. Ao contrário, a CSP-Conlutas comprova hoje em seu III Congresso, 11 anos após sua fundação, a “evolução” de ser um aparato sindical da burocracia que faz o jogo da reação burguesa e do imperialismo. Em nome de combater governos nacionalistas burgueses, reformistas e frente populistas alia-se a direita reacionária, como vimos também no Brasil recentemente diante do golpe parlamentar! Da mesma forma que na Líbia chamou a derrubada de Kadaffi, aplaudindo seu assassinato pelos “rebeldes” da OTAN em terra e na Síria pediu que Obama fornecesse armas e munições aos “guerreiros da liberdade” do ELS, agora apoia as manifestações do MUD de Capriles e Lopes na Venezuela contra Maduro, patrocinadas em parceria com a CIA e grupos paramilitares fascistas. A LBI fundou a Conlutas em 2005 e rompeu com esta central justamente porque caracterizou que sua direção havia se passado de "malas e bagagens" para o campo do imperialismo. Neste momento fazemos um chamado a todos os ativistas classistas, organizações políticas e coletivos sindicais combativos que se reivindicam anti-imperialistas a denunciar vigorosamente esta central amarela, combatendo no movimento de massas e nas lutas essa política de direita que em nada representa o autêntico Bolchevismo, ao contrário, macula o legado de nossos mestres justamente quando a Revolução de Outubro completa 100 anos!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CONLUTAS: DA PROGRESSISTA RUPTURA COM A CUT À CRISTALIZAÇÃO DE UMA CENTRAL CONTROLADA PELA BUROCRACIA SINDICAL DE ESQUERDA QUE ADOTOU UM PROGRAMA ABERTAMENTE PRÓ-IMPERIALISTA IMPOSTO PELO PSTU-LIT

Nestes dias está ocorrendo o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. A LBI foi a primeira corrente política a lançar o chamado em defesa da ruptura com a CUT e a formação de uma nova central operária, camponesa, estudantil e popular, a COCEP, quando o próprio PSTU e seus satélites eram contra essa posição e vacilava em convocar a desfiliação a CUT. No Encontro de Luziânia em abril de 2004, a LBI foi a vanguarda na defesa da ruptura com a CUT e da proposta de formação de uma coordenação nacional de lutas e da ação direta das massas. Interveio nos dois encontros da Conlutas realizados em 2005 (Porto Alegre e Brasília) em defesa da construção da COCEP, delimitando-se com as posições centristas do PSTU que apontava apenas para 2006 a fundação da nova central. No CONAT de 2006 combatemos mais uma vez pela criação de uma alternativa classista a burocracia sindical cutista e ao pelegos da Força Sindical. Naquele momento pontuamos que nossas profundas divergências com a política do PSTU para a Conlutas não nos colocava no papel de “tropa-de-choque” da CUT no interior do CONAT, como era a política da então LER (hoje MRT) e da TPOR, para não falar obviamente do corrupto PCO. Ao contrário, naquele momento pontuamos que o centrismo do PSTU e suas seguidas concessões à chamada esquerda da CUT e ao PSOL reforçava a necessidade de construir uma nova central para agrupar o proletariado de forma independente da burguesia. Nesse fórum foi criado a Conlutas que apesar de todas suas limitações foi um passo progressivo para o movimento operário e popular. Travamos a luta política no interior da Conlutas, em seu 2º Congresso e combatemos contra sua diluição no CONCLAT de Santos via a fusão burocrática com a Intersindical em junho de 2010. A fusão não chegou a ocorrer apenas por uma disputa de aparatos burocráticos e não por divergências políticas de fundo. Rompemos com a CSP-Conlutas em 2012 diante da política abertamente pró-imperialista adotada por sua direção hegemonizada pelo PSTU-LIT, uma orientação escandalosa que só aprofundou-se até este momento, 11 anos após sua criação. Publicamos aqui o manifesto nacional lançado pela LBI e os sindicalistas revolucionários da TRS em defesa da ruptura com a Conlutas em abril de 2012, justamente quando esta central estabeleceu uma frente única com a OTAN e os mercenários 'rebeldes' para derrubar os governos nacionalistas burgueses na Síria e na Líbia usando como pretexto a fantasiosa "Revolução Árabe" patrocinada pela CIA no Oriente Médio, aliado a um avançado processo de burocratização na Central imposto pelo PSTU-LIT, caçando a voz das oposições sindicais e restringindo de forma absurda a democracia operária. Essa plataforma contrarrevolucionária evoluiu ao ponto da CSP-Conlutas sequer lutoar contra o golpe parlamentar em 2016 no Brasil, ao contrário, aliou-se a direita reacionária saudando o impeachment de Dilma (PT), uma manobra institucional comandada pelo PSDB-DEM que acabou parindo o governo da quadrilha de Temer. Essa orientação desastrosa no campo nacional e mundial faz hoje a Conlutas junto com o imperialismo ianque reivindicar a queda de Maduro na Venezuela, o que só favoreceria a reação burguesa e não a construção de uma alternativa revolucionária ao Chavismo.

COORDENAÇÃO  NACIONAL DA TRS: HYRLANDA MOREIRA, CIDA ALBUQUERQUE, ANTONIO LUIZ E SOMBRA NETO
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ROMPER COM A CSP-CONLUTAS, CENTRAL PRÓ-IMPERIALISTA ALIADA DA CASA BRANCA NA LÍBIA E NA SÍRIA! NENHUM APOIO A SEU CONGRESSO ULTRABUROCRATIZADO MONTADO PARA APROFUNDAR A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PSTU!

(EDITORIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 233, 1ª QUINZENA DE ABRIL/2012)

O Congresso da CSP-Conlutas se realizará entre os dias 27 a 30 de abril. Nós, militantes da LBI e da TRS, que fomos os primeiros a chamar a ruptura com a CUT e a defender a fundação de uma coordenação nacional de lutas ainda em 2004, no encontro de Luiziânia, proposta mais tarde materializada com a criação da Conlutas, agora damos mais um passo em defesa da independência política dos trabalhadores e chamamos os setores classistas e revolucionários a não darem nenhum apoio à realização do Congresso da CSP-Conlutas e, muito menos, a participarem desse fórum arquiburocrático de uma central que "evoluiu" para posições abertamente pró-imperialistas, tornando-se aliada da Casa Branca na Líbia e na Síria.


Nossa posição está baseada em um critério de classe muito simples, porém caro para os revolucionários internacionalistas: a Conlutas hoje se coloca abertamente no campo do imperialismo e sua "reação democrática" na arena mundial. De nada adianta sua direção postar-se formalmente como "oposição de esquerda" ao governo Dilma, ainda que essa posição em nada signifique impulsionar a luta direta contra a gestão da frente popular, se a direção desta central, controlada pelo PSTU e seus satélites (LSR, MR, LER...), é entusiasta partidária dos agentes da OTAN na Líbia e na Síria.

Hoje, o combate político e militar travado no Oriente Médio é o teste ácido da luta de classes em nível planetário e a Conlutas tem uma posição escandalosamente contrarrevolucionária na região. Sua orientação de apoiar as forças financiadas pela OTAN e a CIA não significa "só" um ataque à luta anti-imperialista dos povos oprimidos, também impede que a central possa travar qualquer combate consequente contra o governo Dilma. Afinal de contas como combater a frente popular no Brasil se a Conlutas e o PSTU se colocam ao lado da Casa Branca contra os governos nacionalistas burgueses atacados pelos "rebeldes" mercenários financiados pela CIA no Oriente Médio? Ainda que não tenhamos a menor simpatia com esses governos, declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um "lado" na guerra civil da Síria como tivemos na Líbia, o nosso campo é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus "amigos-abutres" apostam suas "fichas". Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista

A posição da Conlutas em apoio à farsesca "revolução árabe" assim como em seus ataques ao Estado operário cubano, considerando a Ilha já um "estado capitalista sob o controle de uma ditadura burocrática burguesa" rompe qualquer fronteira de classe. Não por acaso, a mesma central que aplaude a ação dos "amigos da Síria" comandados pela víbora Sra. Clinton, saudou como "revolucionários" os rebeldes do mercenário CNT líbio e clama para que os "ventos da primavera árabe" cheguem a Cuba. Em resumo, são entusiastas do plano de reação democrática patrocinados por Obama.

Alguns incautos podem argumentar que a Conlutas é uma central sindical, um organismo de frente única, sendo dever dos sindicalistas revolucionários travarem o combate internamente. Nossa bússola política sempre foi a luta de classes e a tendência mais progressiva no interior do movimento operário, por isso caracterizamos que hoje é impossível estar "disputando" os rumos de um organismo sindical que está solidamente ao lado da contrarrevolução no Oriente Médio, ainda mais quando sabemos que a ofensiva na Líbia e na Síria tem como alvo o Irã. Uma vitória do imperialismo sobre o Irã abrirá o caminho para o recrudescimento da ofensiva da Casa Branca contra os povos, inclusive o nosso, sob o tacão do governo de colaboração de classes do PT.

Se no terreno internacional as posições da Conlutas são escandalosas, no pátio interno nada fica a dever. Além da avassaladora burocratização da entidade, com praticamente o fim da representação de centenas de oposições sindicais e da imposição de taxas proibitivas para participar do congresso, a direção da entidade leva uma política de aberta integração ao Estado burguês, apresentando-se como uma central domesticada que se nega a impulsionar a luta direta contra o governo Dilma. As demissões sem resistência, primeiro na Embraer e agora na GM de São José dos Campos, assim como a sabotagem a resistência do Pinheirinho e a escandalosa política de contenção nas mobilizações operárias nas obras do PAC, apostado todas suas fichas na justiça burguesa e nas comissões tripartites com o governo petista e os empresários em busca de um "compromisso nacional", são exemplos reveladores do que afirmamos. Por fim, temos o apoio às greves das polícias, nas quais a Conlutas se posta ao lado das reivindicações que fortalecem o aparato repressivo do Estado burguês contra os trabalhadores e suas lutas, em mais uma aberrante ruptura com o abc do marxismo, inclusive aprovando a participação dos mafiosos sindicatos de policiais na central.

DA CRIAÇÃO DA CONLUTAS A SEU ESGOTAMENTO POLÍTICO E ORGANIZATIVO

O surgimento da Conlutas em 2004 correspondeu historicamente ao esgotamento do ciclo cutista, iniciado em 1983, enquanto uma referência de independência e superação do velho sindicalismo getulista que perdurou até os últimos anos de vida da ditadura militar. A ascensão da frente popular ao gerenciamento do Estado burguês foi o golpe de misericórdia no espectro político de uma CUT que já há algum tempo tinha consolidado seu "espaço" burocrático, impermeável à luta das tendências classistas que ainda habitavam seu interior. Nós, da LBI, fomos pioneiros em caracterizar este processo e propor a construção de uma nova central, classista e independente dos patrões e seus capatazes da frente popular. Estávamos balizados não só por um "desejo", mas sim pelo surgimento de toda uma nova vanguarda sindical e popular em clara rota de choque com os neopelegos da CUT que tinham transformado a central em uma autarquia semiestatal, conselheira de "esquerda" do governo monetarista e pró-imperialista do PT.

Neste contexto, surge a Conlutas, após um breve período de vacilação do próprio PSTU em abandonar a parte que lhe cabia no aparelho burocrático cutista, afinal passaram anos de convivência pacífica com a "Articulação" (direção majoritária da CUT), chegando até mesmo a representarem a central no congresso internacional da OIT, órgão imperialista a serviço das grandes transnacionais econômicas. Fundada a Conlutas sob a orientação revisionista do PSTU, que declarava apenas uma autonomia formal em relação ao governo da frente popular (política de "oposição de esquerda" nos marcos do regime vigente), estava colocada a tarefa para os setores classistas de travar uma árdua luta política no sentido de não permitir uma rápida reedição da trajetória de integração da CUT ao Estado capitalista. No congresso de 2006 já se delineava a inflexão à direita da Conlutas, colocada a serviço da candidatura reacionária de Heloísa Helena sem ao menos um debate minimamente democrático em sua base.

A precoce falência política da Conlutas não corresponde aos mesmos fatores históricos do esgotamento da CUT. O PSTU, força majoritária da nova central, está longe de assumir qualquer responsabilidade na gestão estatal capitalista, não por sua própria vontade política e sim por sua absoluta inexpressão eleitoral, mas isto não significa que esteja isento de seguir os passos de colaboração de classes. A falta do ascenso do movimento operário nestes últimos anos e a consolidação da hegemonia do projeto da frente popular aprofundaram os desvios programáticos que marcaram a gênese da Conlutas, fazendo com que os sintomas de burocratização do organismo se transformassem em uma orientação "regimental" e política. No afã de unificar-se com outras alas burocráticas "de esquerda", a Conlutas embarcou em uma rota de completa descaracterização de um projeto original classista, chegando mesmo ao fiasco de um congresso de unificação com os sindicalistas reformistas do PSOL.

A estratégia de "crescimento" imposta pela direção da Conlutas, controlada pelo PSTU auxiliado por pequenos satélites, resultou em um estancamento organizativo ou até mesmo em diminuição de sua influência sindical. Ao contrário da própria CUT, que em seu nascimento apostou fortemente nas oposições sindicais, a Conlutas praticamente cassou o direito de representação das oposições em suas instâncias internas. Afinal, para o PSTU trata-se de privilegiar acordos com a burocracia sindical governista para ampliar o "fundo financeiro" da Conlutas e abrir um canal direto de interlocução com o próprio governo Lula/Dilma.

A verdade é que a estratégia política assumida pela Conlutas, fincada em uma oposição institucional ao regime democratizante, cujo eixo é a pressão lobista ao corrupto Congresso Nacional, determinou o fracasso político e organizativo deste projeto. O governo da frente popular atravessou seus "piores" momentos políticos e econômicos quando descarregou nas costas dos trabalhadores o ônus da crise capitalista sem enfrentar uma oposição revolucionária que pudesse apresentar uma alternativa de classe ao movimento de massas. Este elemento foi sem sombra de dúvida um fator político que permitiu a frente popular celebrar um pacto social implícito, apresentando ao imperialismo e à burguesia nacional seu governo como um modelo internacional de "paz social" entre as classes.

Com a eleição de Dilma e a constatação de que a "oposição de esquerda" saía das urnas ainda mais reduzida do que em 2006, a Conlutas estabelece uma guinada ainda mais "radical" em direção a sua integração ao Estado burguês. Agora o PSTU não está mais "agitando" o fantasma do "colapso final" do governo da frente popular como via de conseguir pelo menos alguns postos no Parlamento. No momento atual a Conlutas quer utilizar as revoltas operárias contra a escravidão nos canteiros de obras do "país das maravilhas" para cacifar sua presença na "mesa de negociações" do governo Dilma conjuntamente com as tradicionais centrais amarelas e chapa branca. Foi a "forma" encontrada pelo PSTU para entrar pela porta da frente no Palácio do Planalto! É um verdadeiro "escândalo" a postura dos morenistas que participam deste engodo com o governo das empreiteiras na condição de "consultores" de esquerda das reivindicações operárias.

POR UM REAGRUPAMENTO REVOLUCIONÁRIO E SINDICAL CAPAZ DE CONSTRUIR UM EMBRIÃO DE UMA ALTERNATIVA DE DIREÇÃO PARA OS TRABALHADORES

Com a autoridade política dos que chamaram a ruptura com a CUT e a construção da Conlutas quando o próprio PSTU se opunha a essa orientação, com a mesma disposição que travamos o combate no interior da Conlutas contra a política de colaboração de classes de sua direção, chegando a se declarar como fração pública e revolucionária da entidade, intervindo nesta condição no malfadado "congresso de unificação" com a Intersindical em 2010, hoje declaramos que é impossível permanecer fazendo parte desta central convertida em agente do imperialismo. Trata-se não de um "capricho principista" de nossa corrente, mas de uma necessidade inadiável da luta de classes. Caso contrário, estaríamos contribuindo, mesmo criticamente, para a construção de um instrumento que está a serviço do imperialismo, já que o PSTU tem o controle total da política e da estrutura da entidade. Esta etapa findou-se quando, a partir de 2011, a Conlutas passou de malas e bagagens para o campo da contrarrevolução "democrática" patrocinada por Obama e sua "revolução árabe".

Por fim, fazemos um chamado aos lutadores classistas e revolucionários, assim como as correntes políticas que se negam a fazer parte desta farsa, para que rompam com esta central pró-imperialista e somem-se aos nossos esforços de impulsionar pela base e nas mobilizações diretas um reagrupamento revolucionário e sindical capaz de construir um embrião de uma alternativa de direção para os trabalhadores. Sabemos que não é tarefa fácil, ao contrário, trata-se de um hercúleo desafio que depende fundamentalmente da capacidade dos setores que não se vergaram à cooptação das centrais "chapa branca", porta-vozes do governo da frente popular no movimento operário e da disposição daqueles que fizeram a experiência no interior da Conlutas e sabem que ela está completamente esgotada como ferramenta de organização classista dos trabalhadores. Neste combate, a LBI não poupará esforços políticos no sentido de agrupar em torno de uma plataforma revolucionária todas as oposições classistas e coletivos revolucionários que estejam dispostos a estabelecer uma frente única para apresentar esse reagrupamento como um canal de expressão política às lutas dos setores operários mais explorados.

Milititantes da TRS na última Greve Geral sabotada pela CUT