terça-feira, 17 de outubro de 2017

DELAÇÃO "PREMIADA" DE FUNARO: BURGUESIA NACIONAL VOLTA A COGITAR CENÁRIO PÓS-TEMER COM RODRIGO MAIA NO PALÁCIO DO PLANALTO

A ampla divulgação midiática da delação "premiada" do operador/doleiro Lúcio Funaro, pela via de um "vazamento" obtido no portal da Câmara dos Deputados, colocou em evidência a possibilidade da burguesia nacional ter novamente voltado a cogitar a troca de "gerente" no Palácio do Planalto. A "bola da vez" seria o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, considerado até então um dos mais fiéis escudeiros do golpista Temer. Maia que recusou a postulação de ocupar o Planalto quando da primeira denúncia do Ministério Público contra Temer, apesar da clara preferência política de um setor importante da burguesia nesta alternativa diante da crise do regime, agora se movimenta ostensivamente para "detonar" a anturragem peemedebista. O DEM, partido de Maia, tem sido colocado de lado pelo pelo governo Temer na nova reacomodação partidária do Congresso Nacional, no chamado "troca-troca" às vésperas de um ano eleitoral o PMDB tem sufocado grande parte das legendas aliadas de menor densidade parlamentar. Porém o episódio da divulgação dos vídeos de Lúcio Funaro foi a gota d'água que faltava. Maia sabia que ao divulgar o conteúdo no site da Câmara causaria indignação do outro lado e quando isso aconteceu, se colocou como vítima e partiu para o conflito aberto. Rodrigo tem organizado reuniões com adversários diretos de Temer no PMDB, com Renan Calheiros e Katia Abreu debateu até um a composição global de um futuro ministério. A decisão de Maia de se afastar da base do governo pode ainda ter um efeito colateral indesejável para Temer e prejudicar Aécio Neves no Senado. Mas o elemento fundamental para a saída do mafioso Temer do Planalto ainda passa bem longe dos bastidores do Congresso, trata-se de uma possível deliberação tomada pelo "Conselho Diretivo" das classes dominantes e não por meros conchavos parlamentares. Neste ambiente atual a burguesia não encontrou um consenso definitivo sobre os rumos da conjuntura nacional, principalmente acerca das opções preferenciais para as eleições 2018, nem sequer há uma definição se Lula poderá voltar a ser uma "aposta" para tentar fechar a crise de governabilidade aberta com o golpe parlamentar que apeou Dilma do Planalto. O único consenso existente no seio da burguesia é que o curso das reformas neoliberais e a famigerada operação "Lava Jato" não podem ser paralisadas. Quanto ao "futuro" da permanência de Temer, somente a luta de classes poderá definir, ou seja, caso a governabilidade seja ameaçada diante de um aprofundamento da crise política a burguesia nacional não hesitará em empossar Rodrigo Maia como mais um "gerente" neoliberal de curta permanência. No plano de voo da Frente Popular (PT, PCdoB e PCO) só existe o horizonte eleitoral e a sabotagem das lutas em curso, no campo do PSOL a simulação aponta no mesmo norte político e até  a candidatura presidencial "laranja" do deputado Chico Alencar foi trocada pelo desconhecido Nildo Ouriques, agora o "ultra-laranja". A tarefa revolucionária de impulsionar a ação direta das massas contra a brutal ofensiva reacionária da direita e do capital, recai sobre os ombros da vanguarda classista e suas organizações Leninistas, rumo a construção de uma alternativa de poder estatal da classe operária e seus aliados históricos.