quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

6º CONGRESSO DO PSOL: ESPERANDO A CANDIDATURA DE BOULOS, PSOL SE PARALISA À REBOQUE DE LULA


O 6º Congresso do PSOL realizado nesse final de semana aprofundou seu programa social-democrata com o controle amplamente majoritário da Unidade Socialista (US), grupo de Ivan Valente apoiado pela ex-prefeita petista Luiza Erundina. Mais de 60% dos delegados, incluindo votos dos representantes escolhidos na convenção do Amapá, onde o PSOL é controlado pela Rede do prefeito Clécio Luis e do Senador Randolfe Rodrigues, permitiram que a US indicasse como presidente nacional do partido Juliano Medeiros. Nas entrevistas após o congresso, sem receio de revelar o que representa sua “Nova Esquerda” ele foi claro: “Precisamos nos inspirar em processos como os que deram origem ao Podemos (na Espanha), Bloco de Esquerda (Portugal), França Insubmissa (França) e mesmo Syriza (na Grécia)”. (Revista Fórum 04/12). A vocação do PSOL é inspirada em “modelos” de partidos sociais-democratas, tão acalentados como a esperança de uma nova esquerda mundial não Marxista Leninista. Com o desgaste do SYRIZA pela sua gestão de ajuste neoliberal na Grécia, agora o PODEMOS passou a ser a grande referência programática do PSOL no Brasil, considerado uma organização “horizontal” e que rechaça todos os "velhos ismos" (como o Marxismo, Leninismo e o Trotskismo), aderindo a apologia de um novo “modo de produção sustentável ecologicamente”. Não por acaso Juliano atacou o Leninismo defendido pela LBI no artigo “Lênin e a atualidade de Esquerdismo, doença infantil do comunismo” em que afirma: “Quando pensamos hoje em esquerdismo, logo nos vem à mente organizações caracterizadas pelo sectarismo e incapacidade de dialogar minimamente com o real nível de consciência dos trabalhadores. No Brasil estes grupos são representados pela Liga Bolchevique Internacionalista (LBI), o Partido Operário Revolucionário (POR) ou a Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional (LER-QI), quase todas de origem trotskista”. Esta nova “tese” revisionista de combate ao Leninismo sobre o pretexto de delimitar-se com o esquerdismo ou o “sectarismo” vem sendo abraçada por uma ampla maioria de militantes e tendências internas do PSOL, inclusive as que romperam recentemente com o Morenismo, como o MAIS e o NOS, e que já se proclamam “ecossocialistas” e formulam o chamado “Leninismo do Século XXI”. Tanto que o grupo de Valério Arcary foi integrado ao PSOL por unanimidade, aceitando as milhagas oferecidas pela US: uma vaga na executiva nacional do partido sem direito a voto, som a voz! Nesse sentido, o Congresso do PSOL foi o corolário da integração do MAIS em seu novo papel histórico de ruptura com a herança Morenista, para que tenha adesão as teses ecossocialistas, assim como fez o MES (também simpatizante do SU), a Insurgência e outros grupos menores. Trata-se de uma virada de “concepção de mundo” por parte de antigos quadros dirigentes Morenistas, descrentes da perspectiva da revolução proletária, impulsionada por um partido Leninista de vanguarda. O conteúdo do “Leninismo do Século XXI”, publicitado pelo prof. Valério e aplaudida por Juliano Medeiros (US) ao combater a LBI, vai bem mais além da capitulação a política oficial de colaboração de classes do PSOL, significa um “salto de qualidade” na superação ideológica da concepção Leninista do Partido Bolchevique, ou mesmo uma “nova” (velha) formulação programática que rejeita a estruturação de um partido centralizado e de quadros profissionais à serviço da revolução socialista. Com relação a candidatura presidencial, há também quase um consenso pelo nome de Guilherme Boulos, um bom puxador de votos segundo as análises internas, mas o dirigente do MTST “resiste” à espera do desenrolar da decisão da burguesia se irá ou não permitir através de decisão do Judiciário a candidatura de Lula (PT). Em resumo, o PSOL se paralisa à reboque de Lula, um articulação que teve origem com sua adesão e a de quadros dirigentes do PT ao "Vamos"! A resolução é clara nesse sentido: “O PSOL construirá uma candidatura que represente uma ampliação para além de suas fileiras partidárias e expresse o acúmulo das lutas dos movimentos sociais combativos, da Frente Povo Sem Medo, das lutas no parlamento contra o golpe institucional e em defesa de um novo campo político na esquerda que expresse a negação da conciliação de classes como estratégia política. O nome que representará o partido na disputa eleitoral será definido em Conferência Eleitoral, no primeiro trimestre de 2018, composta por 126 delegados e delegadas. Pela resolução, as pré-candidaturas internas deverão se inscrever em até dez dias antes da referida conferência, através de procedimento a ser definido pela Executiva Nacional. O 6º Congresso reafirma candidatura própria em 2018, como alternativa socialista, popular e radical”. Entenda-se a “ampliação” alianças também com a Rede de Marina Silva e Randolfe Rodrigues, este último um verdadeiro “soldado” da US de Ivan Valente no interior da legenda ecocapitalista ligado ao Banco Itául. Sintómático é que a esquerda revisionista (Insurgência, Comuna, MES, CST, LSR, EM e afins) encontra-se completamente calada diante dos desastrosos resultados do congresso do PSOL, com a US esmagando o chamado “Bloco de Esquerda” e seus aliados. CST mais uma vez limitou-se a implorar que Freixo fosse o presidente nacional do PSOL, mas o grupo de parlamentares do Rio de Janeiro já tem um projeto eleitoral bem definido: Chico Alencar Senador e eleger Freixo novamente deputado para acumular tendo objetivo a próxima disputa para a prefeitura do Rio de Janeiro. Chico, Glauber e Freixo em seu cretinismo eleitoral, por entenderem que Boulos tem densidade de votos, apoiam o nome do dirigente do MTST para ajudar a eleger sua rede de parlamentares pelo país, uma meta comum a traçada pela US de Ivan Valente. Restou ao MES, CST, Insurgência, Comuna e outros grupúsculos apoiar o nome de Plínio de Aruda Sampaio Júnior e esperar de Luciana Genro e Babá consigam a tão sonhada vaguinha no parlamento burguês. O Congresso do PSOL reafirmou que, assim como seus “irmãos” de plataforma ideológica PODEMOS e SYRIZA, não passa de uma amálgama político criado pela própria burguesia “progressista” para desviar a luta popular e operária do caminho da revolução socialista, portanto devem ser denunciados energicamente pelos Comunistas Leninistas como TRAIDORES à serviço da ofensiva reacionária do imperialismo contra os povos! Agora, com o resultado de 6º Congresso Nacional, optando por esperar uma posição de Boulos, esse papel fica ainda mais evidente, na medida que a campanha eleitoral da legenda fica completamente na dependência do lançamento ou não da candidatura da centro-esquerda burguesa encabeçada por Lula.