sexta-feira, 20 de abril de 2018

MIGUEL DÍAZ CANEL: UM DIRIGENTE COMUNISTA "TARDIO" QUE SE COMPROMETE COM AS "REFORMAS" DE MERCADO QUE SUFOCARÃO O ESTADO OPERÁRIO CUBANO


"Companheiro deputado Miguel Díaz Canel, a partir deste instante o senhor é o novo presidente do Conselho de Estado e de Ministros da Assembleia Nacional de Cuba. Aproxime-se e assuma a presidência", assim anunciou o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo, na manhã desta quinta-feira (19/04). Ao contrário do que as hienas imperialistas desejavam, o sucessor de Raul Castro (e do próprio Fidel apesar de sua ausência física) no comando do Estado Operário Cubano não acelerará os ritmos das reformas de mercado, iniciadas com o fim da URSS no início da década de 90, em direção a uma transição ordenada do regime de produção socializada para o modo de produção capitalista. Porém, seguindo disciplinadamente a orientação programática dos irmãos Castro, Miguel Diaz não se oporá a dar continuidade na economia cubana a introdução de mecanismos mercantis de dependência financeira com países capitalistas (centrais e periféricos), tornado o Estado Operário cada vez mais refém do fluxo mundial de capitais (grandes investidores globais). A fidelidade "canina" de Diaz Canel as linhas estratégicas da burocracia castrista, decorre do simples fato de Miguel representar um setor mais tecnocrático e "sem luz própria" da própria burocracia cubana, diretamente vinculada aos "negócios de estado" e com pouca relação com a política mais geral socialista. Diaz, hoje com 58 anos, se vincula a juventude comunista somente no final da década de 80, assume com 27 anos de idade um posto na direção do PCC na província Villa Clara na região central de Cuba. Neste mesmo período (87 até 89) participa das brigadas cubanas de solidariedade a Nicarágua, em uma etapa histórica onde o próprio Sandinismo estava tratando de "entregar" a revolução nas mãos da democracia burguesa, sem dúvida uma péssima "lição" para Diaz. Desde 2003, é membro do birô político do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, a máxima autoridade tanto no sentido ideológico quanto político do partido e do Estado Operário cubano. Portanto, Díaz Canel, é homem de total confiança de Raúl Castro, uma espécie de Comunista convertido tardiamente, no pior período ideológico do movimento operário mundial, ou seja final dos anos oitenta e posto no staff do comando central do Estado após a retirada parcial de Fidel Castro. Desde 2013, quando foi eleito para o cargo de vice-presidente do Conselho de Estado da Assembleia Nacional, Díaz Canel recebeu a missão de ser o executor das políticas estabelecidas pelo comandante Raúl Castro para área da comunicação, que envolvia telefonia, ampliação do acesso à internet, modernização dos canais de televisão, informatização e automatização dos processos produtivos, um setor da economia cubana que cada vez mais estabelece vínculo com o imperialismo ianque, a partir da aproximação política do governo Obama com a "Ilha Socialista". Nesta perspectiva de "pacificação", Raul Castro preteriu para sucedê-lo outros quadros dirigentes do PCC com trajetória de enfrentamento ideológico com os EUA, como o veterano Ricardo Alarcón, ex-presidente da Assembleia Nacional. Miguel terá presente a figura de Raul no leme maior da direção do Partido Comunista Cubano, o que limitará qualquer iniciativa política "peculiar" de sua gestão, porém caso ocorra uma fatalidade com o "Velho" dirigente que participou com Fidel da grande revolução socialista de 1959, a "mediocridade" ideológica de Diaz Canel poderá levar Cuba a trilhar caminhos da restauração capitalista a passos bem largos. A tarefa revolucionária de construção de um verdadeiro Partido Marxista Leninista e da revolução política em Cuba se mantém mais vigente do que nunca na "Ilha Socialista".