domingo, 15 de abril de 2018

TRUMP ATACA A SÍRIA: MAIS E PSTU EM CAMPOS POLÍTICOS OPOSTOS EM RELAÇÃO AO GOLPE NO BRASIL, PORÉM BEM IRMANADOS NO APOIO A OFENSIVA IMPERIALISTA CONTRA O REGIME NACIONALISTA DE AL ASSAD


O grupo “MAIS” rompeu em 2016 com o PSTU e a própria LIT, denunciando que sua antiga organização Morenista adotava no Brasil uma política de apoio ao golpe parlamentar que apeou Dilma do governo central, e por consequência defendia a famigerada “Operação Lava Jato” e a prisão de Lula pelo Justiça burguesa, sob o comando do famigerado Sérgio Moro. Logo o agrupamento comandado por Valério Arcary e Waldo Mermelstein deu um giro de 180 graus. Ingressou no PSOL e passou a ser um dos maiores defensores do Lulismo e sua plataforma de conciliação de classes dentro das fileiras do novo partido reformista que os abrigou, tendo inclusive assento privilegiado nos atos políticos da Frente Popular que a pretexto de combater a “prisão de Lula e o avanço do fascismo” selaram as bases para uma aliança eleitoral entre o PT e o PSOL nas eleições de 2018. Se no Brasil o “MAIS” passou do sectarismo para o ultra-oportunismo, na Síria continua fielmente seguindo a política da LIT e do Morenismo! Na declaração escrita por Waldo Mermelstein para o Esquerda On Line (14/04) intitulada “EUA promove ataques aéreos à Síria: Chega de intervenção! Paz para o povo Sírio!” não há uma linha sequer convocando a derrota militar do imperialismo ianque e o estabelecimento tático da frente única com Assad-Putin-Khamenei para derrotar a agressão das potências capitalistas (EUA, França, Inglaterra). O reclame genérico de “Chega de Intervenção!” é docilmente voltado a condenar tanto os bombardeios ianques como a “influência russa” na Síria em uma espécie de “neutralidade”. Essa posição já seria impossível de ser adotada pelos revolucionários no conflito em questão, rompe com a lição programática legada por Lenin e Trotsky de postar-se incondicionalmente no campo da nação oprimida contra uma agressão imperialista independente da direção que comanda o país atrasado, no caso Bashar Al-Assad, que tanto o “MAIS” como o PSTU acusam de ser um “ditador sanguinário”. Lendo atentamente o texto percebe-se que a verdadeira posição do “MAIS” continua a ser a surrada cartilha pró-imperialista Morenista de “Fora Assad” sob o manto da “neutralidade”. No artigo de Waldo está apontado esse eixo político e militar literalmente, ao declarar que “A solução para acabar com o sofrimento do povo sírio não virá dos ataques aéreos das potências que dominaram a região por mais de um século, nem dos russos que aumentaram sua influência na região ultimamente. Nem do regime sanguinário de Assad. Somente a pressão externa e a solidariedade internacional podem ajudar a que a oposição social e laica na Síria se recomponha ou se reorganize de forma independente das forças intervencionistas e/ou sectárias e consiga derrubar Assad e seu regime, sem o que não poderá haver qualquer esperança de colocar um fim ao sofrimento do povo do país”. O que significa “somente a pressão externa e a solidariedade internacional podem ajudar a derrubar Assad e seu regime”? A resposta é clara, a pressão das potências imperialistas para isolar a Síria, a chantagem da ONU contra a Rússia e o Irã, as ameaças da OTAN e sanções econômicas contra o governo sírio! A tal “oposição social e laica” apoiada pelo MAIS neste momento é representada pelo Exército Livre da Síria (ELS) que assim como os demais grupos “rebeldes” islâmicos são patrocinados, financiados e assessorados pela CIA e o Mossad! Em resumo estamos diante da defesa “envergonhada” da escandalosa política Morenista de reivindicar ao imperialismo “armas para os rebeldes” defendida pela LIT. Neste ponto, a corrente Morenista é bastante clara e mais coerente. Diante dos bombardeios lançou uma declaração intitulada “Repudiamos o bombardeio imperialista contra a Síria!” (14.04) que assim como o “MAIS” aponta como tarefa principal não a derrota do imperialismo e sim a derrubada do governo Assad! Neste texto escandaloso, a LIT afirma “Tanto na Síria como no resto do mundo, a luta deve ser contra ambos os blocos inimigos do povo sírio. Por isso, a LIT-QI rechaça os ataques de Trump-Macron-May, ao mesmo tempo em que afirma que Al-Assad deve ter o mesmo destino que Kadafi. Estamos incondicionalmente com a revolução síria. É necessário concretizar qualquer ação de solidariedade ao povo e a esta causa. É preciso convocar manifestações, organizar o envio de ajuda humanitária, e exigir a cada governo que entregue, sem condições, armas pesadas e tecnologia militar aos rebeldes, para que possam se defender dos ataques genocidas de Assad. A revolução síria deve triunfar”. Em resumo, por trás do suposto “repúdio” aos bombardeios reivindica textualmente que os governos imperialistas forneçam armas aos “rebeldes” treinados pela CIA e o Mossad, clamando que Assad tenha o mesmo destino que Kadaffi, ou seja, seja derrubado e morto pelos “rebeldes” pró-OTAN em terra. No Brasil, o “MAIS” rompeu com o PSTU e passou de malas e bagagens para o campo político da Frente Popular, recorrendo ao real perigo do “neofascismo” como alicerce para as alianças eleitorais do PSOL como PT no segundo turno, na medida que Boulus já é um dos candidatos apoiados por Lula no primeiro turno. Na Síria, o “MAIS” segue vergonhosamente refém da mesma política Morenista, ao negar-se a chamar a derrota do imperialismo e a frente única com Assad-Putin-Khamenei para derrotar os chacais agressores comandandos por Trump, May e Macron! Em resumo, enquanto no Brasil PSTU e “MAIS” trilham caminhos opostos do mesmo lado da moeda, um na senda do sectarismo e o outro na vereda do ultra-oportunismo, na Síria ambos agrupamentos revisionistas estão de mãos dadas com o imperialismo para derrubar Assad!