terça-feira, 29 de maio de 2018

23 ANOS DA GREVE DOS PETROLEIROS CONTRA O GOVERNO FHC E O FIM NO MONOPÓLIO: TIRAR LIÇÕES DA PROFUNDA DERROTA DE 1995 PARA ORGANIZAR HOJE A LUTA EM DEFESA DE UMA PETROBRAS 100% ESTATAL SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES!



A greve dos petroleiros iniciada em maio de 1995 entrou para a história do movimento operário brasileiro pela sua radicalidade. Os petroleiros organizaram uma grande greve nacional que durou mais de 30 dias em diversas unidades, várias delas ocupadas por tanques do exército. Sua greve tinha dois eixos principais: o repúdio ao desconhecimento por FHC do acordo salarial firmado pelo ex-presidente Itamar Franco e a votação da lei que quebrava o monopólio estatal da Petrobras. A quebra do monopólio era, para o tucanato, a antessala de algo maior: privatizar a empresa inclusive usando outro nome (PetroBrax). Do ponto de vista dos trabalhadores petroleiros a greve foi uma profunda derrota. Dirigentes foram demitidos e o monopólio foi quebrado. Porém, a disposição de luta dos petroleiros provou que não seria possível vender a empresa. Não fosse a atuação das direções ligada a CUT e ao PT o resultado poderia ter sido mais favorável para a categoria questionando em luta a gestão neoliberal do PSDB. Houve a ocupação das refinarias, cujo símbolo foi a de a Presidente Bernardes (Cubatão, SP). O exército foi convocado por FHC para reprimir a paralisação depois de quase 1 mês de greve. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou a greve abusiva em seu sétimo dia e posteriormente deu multas milionárias aos sindicados. Os petroleiros, no entanto, não se intimidaram. Nem mesmo quando a direção da Petrobras anunciou em 11 de maio a primeira lista de demitidos. A repressão do governo FHC aumentou, o Justiça não foi suficiente, o exército foi acionado, ocuparam as refinarias no Paraná (REPAR), Paulínia (REPLAN), Mauá (RECAP) e São José dos Campos (REVAP). No dia seguinte, os petroleiros receberam seus contracheques zerados. Os trabalhadores resistiram no entanto foram derrotados pela burguesia devido também a política a política de colaboração de classes da CUT e do PT. No dia 02 de Junho, a FUP indicou a suspensão da greve, que foi aprovada pela categoria, exceto 300 operários que ocuparam a refinaria de Cubatão, que só sairão no dia 03 de junho em uma das cenas mais marcantes da greve. Hoje estamos às vésperas da greve dos petroleiros, já convocada com bastante atraso pela FUP e FNP. A paralisação dos caminhoneiros que questionou o aumento do diesel perde força e só agora os petroleiros anunciam a paralisação de suas atividades às vésperas de um feriado nacional, o que representa um quadro de objetiva atomização da luta. Alertamos que atualmente o proletariado organizado não atravessa uma etapa de ofensiva social ou política, se encontra atomizado e ainda à espera de um desfecho eleitoral para a conjuntura de crise política. É óbvio que esta situação tem um componente hegemônico ditado pela estratégia da esquerda reformista, que vem sedimentando derrota atrás de derrota. A greve petroleira, ainda que um sinal positivo neste momento é insuficiente para reverter o quadro atual de defensividade em favor do proletariado. Devemos exigir dos sindicatos que estendam o chamado da greve a todos os trabalhadores terceirizados da Petrobras, hoje conformam a maioria no interior das refinarias, e que sequer tem o direito a sindicalização, negado pelas burocracias cutistas e revisionistas da FUP e FNP. Esse caminho deve ser seguido de um chamado a Greve Geral por tempo indeterminado no país! Por outro lado, a bandeira de luta levantada pelas direções sindicais em defesa somente da Petrobras 100% estatal não resolve a crise, porque a empresa continua nas mãos do Estado capitalista e da canalha burguesa. Lutamos por uma Petrobras 100% estatal sob o controle dos trabalhadores! A militância LBI, que interveio há 23 anos atrás na greve petroleira de maio de 1995 e chama o apoio ativo a paralisação dos próximos dias, convoca os lutadores a abstrair as lições programáticas do passado para organizar de forma consequente e revolucionária a greve contra a privatização da estatal levada a cabo pela dupla de canalhas Temer-Parente a serviço do imperialismo!