quarta-feira, 12 de setembro de 2018

VERA É "PREMIADA" PELOS FRAUDADORES PROFISSIONAIS DAS ELEIÇÕES: IBOPE E DATAFOLHA COLOCAM CANDIDATA DO PSTU A FRENTE DE BOULOS DO PSOL, SERÁ UMA "GENEROSIDADE" DOS INSTITUTOS DE PESQUISA POR TER APOIADO O GOLPE CONTRA O PT?


Muitos ativistas da esquerda e dos movimentos sociais devem estar se perguntando porque "cargas d'Água" a candidata Vera Lucia do PSTU ao Planalto está se postando a frente de Guilherme Boulos do PSOL nas pesquisas até então divulgadas pelos principais "institutos", DATAFOLHA e IBOPE. Não há uma explicação na conjuntura política da luta de classes que possa justificar a dianteira de Vera sobre Boulos, ainda que por uma margem insignificante, por mais que se diga que o PSOL segue um papel completamente secundário na disputa presidencial, precisamente como uma candidatura "puxadinha do PT" e com um programa burguês que pouco se diferencia do suposto neodesenvolvimentismo de Ciro Gomes do PDT. Em primeiro lugar é necessário que se diga as "novas gerações" de militantes, formadas após o fim do regime militar, que os processos eleitorais no Brasil são fraudados (em maior ou menor escala) desde que se reinaugurou o voto direto para governadores (1982) e presidência da república (1989). Quem afirmou e denunciou vigorosamente este fato não foram os "troskos" da LBI, senão o falecido ex-governador Leonel Brizola, ele mesmo alvo de duas grandes fraudes eleitorais, 1982 e 1986 (governo do Rio de Janeiro), sem falar no alijamento dele na disputa presidencial de 1989 quando ficou em terceiro lugar por uma diferença muito pequena de votos. Na gênese da fraude das eleições burguesas, já apontadas por Lenin no início do século passado como apenas um retrato distorcido da real correlação de forças entre as classes sociais, estão no Brasil os chamados "institutos de pesquisas", ou seja empresas privadas controladas pelos "barões" da mídia "murdochiana" que servem a interesses sociais que nada tem a ver a verdadeira aferição da vontade popular. O IBOPE, uma criação da mafiosa famiglia Marinho ainda no período mais duro do regime militar, servia inicialmente para medir a audiência televisiva da Rede Globo, mas logo se transformou em um "instrumento estatístico" da Ditadura para divulgar as supostas preferências eleitorais da população brasileira. Assim a burguesia paulista depois criou seu próprio "instituto", o DATAFOLHA, seguindo a mesma orientação do IBOPE na medição das prováveis tendências eleitorais dos brasileiros. Pois bem, lançado publicamente o resultado das pesquisas, fica bem mais fácil "encaixar" a vitória do candidato preferencial da elite burguesa, seja pela fraude do poder econômico ou diretamente pela falsificação da totalização da votação recebida pelo candidato. A introdução da urna eletrônica no Brasil,  sem a menor comprovação do voto físico (fato ímpar em todo o mundo), facilitou enormemente a fraude eleitoral que tem sua primeira manifestação nas pesquisas dos "institutos". Brizola que pode demonstrar e desmontar em 1982 a fraude armada contra ele pelo IBOPE e pela empresa "Proconsult", responsável a época pela totalização das urnas físicas do Rio de Janeiro, não cansava de afirmar o caráter farsesco dos tais "institutos", mesmo que fosse impotente para evitar a recorrência do estelionato político praticado largamente pelos "IBOPE's" que se duplicaram pelo país a fora. Agora em 2018, mais vez podemos constatar facilmente como os "institutos" manipulam os dados reais. Candidatos à presidência da república sem a menor expressão política ou densidade eleitoral aparecem na parte de cima das pesquisas e por consequência acabam induzindo o eleitorado a "ratificar" a fraude. Basta o IBOPE divulgar sua mais nova pesquisa no Jornal Nacional da Globo, para a "mentira logo se tornar verdade". Desgraçadamente a esquerda reformista, crédula na lisura do regime da democracia dos ricos, "compra"integralmente a versão da "última pesquisa" do mercado e logo sai "teorizando" sobre os resultados... Está sendo assim com a candidatura de Vera do PSTU, que mesmo sem a participação nos debates televisivos (veto imposto por conta de uma legislação draconiana) e com o menor espaço nas inserções da mídia, aparece à frente de Guilherme Boulos, que teve acesso aos debates e tem bem mais tempo nas inserções diárias da mídia. Mas não é somente esta a vantagem de Boulos sobre Vera, o PSOL conta com uma rede de apoiadores políticos bem mais ampla que o PSTU, embora é notório a dificuldade de Boulos em se apresentar como uma verdadeira alternativa de esquerda ao Lulismo. Porém o PSTU por ser parte do golpe parlamentar que apeou o governo Dilma, e também impulsionar objetivamente a ofensiva reacionária contra Lula, acabou ganhando a simpatia dos "institutos" que premiaram Vera com o simbólico 1% nas pesquisas. É evidente que este quadro não se manterá após a abertura das urnas eletrônicas, o PSTU será reduzido a sua tradicional e histórica votação, mas aí o "estrago" na candidatura de Boulos já estará concretizado, fato que já se observa hoje com a migração de seus simpatizantes para o lado de Ciro e Haddad, e em menor escala para a própria campanha de Vera. Os Morenistas que comemoram hoje o IBOPE, são os mesmos que ontem apoiaram entusiasticamente a perseguição dos dirigentes do PT pela reacionária operação "Lava Jato" e o impeachment da presidente Dilma Rousseff.