terça-feira, 6 de novembro de 2018

HÁ 7 ANOS DO COVARDE ASSASSINATO DO COMANDANTE AFONSO CANO: O EX-DIRIGENTE MÁXIMO DAS FARC QUE SE OPUNHA AOS VERGONHOSOS "ACORDOS DE PAZ"


No dia 05 de novembro de 2011, há exatos 7 anos, o então facínora presidente colombiano, Manoel Santos, anunciou com júbilo o assassinato de Afonso Cano, dirigente máximo das FARC, que havia sucedido o histórico Manoel Marulanda no comando da guerrilha. Em uma operação que empregou mais de mil soldados do exército colombiano, o acampamento das FARC foi bombardeado e depois cercado, sendo mortos além de Cano vários dirigentes da guerrilha. Esse duro golpe contra as FARC só foi possível devido às informações obtidas depois da detenção, há poucos meses, na fronteira com a Venezuela, em uma operação conjunta entre as forças de segurança do falecido presidente Chávez e a polícia nacional colombiana. Segundo o próprio diretor da Polícia Nacional colombiana, o general Óscar Naranjo, Miguel Ángel Ariñez (um dirigente das FARC que estava detido na Venezuela) foi capturado em agosto na cidade fronteiriça de Cúcuta, depois de ter retornado a Colômbia pressionado pelas operações venezuelanas: “Este indivíduo saiu da Venezuela por pressão da busca que exerceu Venezuela, de maneira binacional” (Jornal espanhol Qué, 04/08/2011), destacando que “a normalização diplomática com o país vizinho tem possibilitado maiores coordenações de inteligência e um trabalho conjunto. O que estamos constatando é que a pressão binacional Venezuela-Colômbia está produzindo estes resultados, dada a instabilidade e os erros que estão cometendo os terroristas” (Idem). A macabra ação conjunta de caça aos dirigentes das FARC entre Chávez e Santos permitiu as informações sobre a localização do acampamento onde estava Afonso Cano e a vitória do operativo militar que levou a sua morte. Esta mesma “parceria” já havia capturado o jornalista da ANNCOL (Agência de Notícias Nova Colômbia), Joaquín Pérez Becerra, refugiado político há doze anos na Suécia, preso quando estava na Venezuela e entregue para o cárcere do narco-fascista Manuel Santos, assim como deteve Julián Conrado, dirigente da guerrilha, doente e encarcerado em condições sub-humanas pelo exército venezuelano.


O mais repugnante é que as correntes de esquerda que apoiam o chavismo, como o PCB brasileiro, denunciaram o assassinato de Cano, mas não fizeram qualquer menção de que a colaboração do então governo Chávez foi fundamental para que o exército colombiano alcançasse seu objetivo fatal. Da mesma forma agem os revisionistas do Trotskismo, como a decomposta CMI de Alan Woods, que se calaram diante de mais este verdadeiro crime que teve a participação direta do paladino do “Socialismo do Século XXI” que tanto reverenciam. Estes grupos sequer denunciaramm que, ao mesmo tempo em que Chávez colaborou com o extermínio dos militantes das FARC, e cinicamente defendeu que a guerrilha entreguasse suas armas, ou seja, pressionou para que as FARC se rendesse ao regime facistizante colombiano comandado por Santos, aceitando firmar os vergonhosos "Acordos de Paz", o que veio a ocorrer anos depois. Desta forma, o regime bolivariano fez coro com o então presidente colombiano que ao anunciar a morte de Afonso Cano deu um ultimato público às FARC: rendição ou morte! Um exemplo claro do apoio a essa política canalha foi o que defendeu o PC colombiano em sua declaração após o assassinato de Cano: “É necessário insistir em saídas humanitárias e pacíficas. O governo e as organizações insurgentes devem abrir um espaço de diálogo para o acordo pela nova Colômbia em paz com democracia e justiça social”.

A LBI, apesar de nossas profundas divergências com o programa das FARC (hoje transformada em partido político legal) mantém de pé a tarefa da defesa militar e política incondicional dos militantes da guerrilha que não abandonaram a luta frente aos ataques do atual governo ultrarreacionário de Iván Duque, que permanecem mesmo após a sua deposição de armas. Em oposição pelo vértice aos revisionistas do Trotskismo e dos estalinistas “moderados” que condenaram as FARC pela adoção da luta armada, isolando-a ainda mais para que sejam presa fácil da burguesia na defesa da democracia dos ricos, defendemos que uma política justa para o confronto entre a guerrilha e o Estado burguês passa por aplicar a unidade de ação com os combatentes, porém com a mais absoluta independência política em relação ao programa reformista das FARC. Ao lado dos heroicos guerrilheiros das FARC e honrando o sangue derramado pelo comandante Afonso Cano, que morreu em combate, apontamos como alternativa programática a defesa da estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado, sem patrocinar nenhuma ilusão na possibilidade de construir uma “Nova Colômbia” sem liquidar o capitalismo e seus títeres!