terça-feira, 20 de novembro de 2018

O “SHOW DA VIDA” BRUTAL E MERCENÁRIO DA BURGUESIA: FANTÁSTICO ESPETACULARIZA ATAQUE DE EMPRESÁRIO CONTRA ATRIZ GLOBAL MAS ENCOBRE QUE MACHISMO E CAPITALISMO ANDAM DE MÃOS DADAS...REPUDIAR A AGRESSÃO REACIONÁRIA SEM CAIR NA HIPOCRISIA DO FEMINISMO BURGUÊS DE “MERCADO”!


Brizola costumava afirmar em sua vasta sabedoria política uma máxima que respeitamos até hoje apesar de todas as diferenças políticas e ideológicas que tivemos com um dos últimos representantes do nacionalismo burguês no Brasil: “Quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer situação, atentem… Se a Rede Globo for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor!”. Fazemos essa “ponderação” para analisar, segundo os critérios do Marxismo, o “caso” da atriz global Cristiane Machado agredida covardemente pelo empresário e ex-embaixador Sérgio Schiller Thompson-Flores. A questão ganha importância programática e ideológica não só porque envolve a agressão de um homem contra uma mulher, desgraçadamente cada vez mais corriqueiras em tempo de ascensão do neofacista Bolsonaro, mas porque foi filmada dentro da mansão por câmaras escondidas e denunciada com “holofotes” e chamada especial pelo programa Fantástico, o “show da vida” da Rede Globo no último domingo, ganhando ampla repercussão na mídia. O Blog da LBI não é um folhetim de fofocas para cobrir as brigas “caseiras” tão comuns no seio da elite dominante, mas como a “esquerda” reformista e revisionista costuma perder qualquer noção de classe em imbróglios envolvendo as “questões de gênero”, principalmente quando estas têm destaque e há forte pressão da chamada “opinião pública” resolvemos nos posicionar publicamente. Os Revolucionários defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas não omitem a verdade para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro dos marcos do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas. Todos esses elementos estão presentes na disputa em questão. A atriz global Cristiane Machado denunciou na Rede Globo com exclusividade uma série de agressões de seu marido, o empresário-mafioso Sérgio Schiller Thompson Flores. 

Diretor da Agência Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) no governo Collor de Mello, Thompson-Flores coleciona negócios nebulosos que vão de documentos furtados do Jornal Gazeta Mercantil onde era executivo até trabalho escravo em suas fazendas de cana, além de calote em banco estatal. Ele foi beneficiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no governo de Fernando Henrique Cardoso, com consultoria na área de privatização. É um ex-diplomata que enriqueceu com privatizações tucanas. Um dado importante é que o sistema de segurança das urnas eletrônicas é comandado pela empresa Módulo Security Solutions S/A, que atua no TSE desde 1996. De 2000 a 2013, mantém contratos no TSE, todos sem licitação, continuamente renovados. A Módulo foi adquirida por ninguém menos que Sérgio Schiller Thompson-Flores. Depois, de olho em uma grande oportunidade, no início da febre do etanol, Thompson-Flores estruturou um fundo de investimentos com sede em Londres para captar recursos e comprar usinas antigas. Criou a Infinity Bio-Energy que não chegou a durar quatro anos, mas deixou um estrago considerável no estado do Espírito Santo. Com a decretação da falência da Infinity Bio-Energy em julho de 2017, o Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) perdeu R$ 57 milhões emprestados sem nenhuma garantia. Antes do calote no Banestes e da quebradeira na cadeia de fornecedores, a empresa de Thompson-Flores recorreu a trabalho escravo. Ao todo, 817 pessoas – das quais 542 migrantes de Minas Gerais e Pernambuco e 275 indígenas de diversas etnias – estavam submetidas a condições degradantes de serviço em uma verdadeira violência de classe contra os trabalhadores que depois teve sua expressão “doméstica” também na “Casa Grande”. Apesar der sido agredida logo depois do casamento civil em março de 2017, a atriz global Cristiane Machado aceitou após 5 meses se casar também no religioso em uma cerimônia para a “high society”, com pompas e luxos, posando para as fotos ao lado do esposo agressor, com um largo sorriso no rosto, atuando como uma verdadeira atriz que é. As filmagens através de câmaras instaladas no quarto do casal pela atriz chocam pela brutalidade das agressões contra ela, como um estrangulamento com fio telefônico, uso de facas, picareta, ameaças de morte e outras barbaridades do gênero. Em nota, os advogados de Sergio Thompson-Flores negam cinicamente que as agressões tenham ocorrido e consideram ilegal o mandado de prisão por descumprimento de medida protetiva, afirmando que durante setembro e outubro o casal conviveu em harmonia. Dizem ainda que as acusações são motivadas por interesse financeiro. Sobre as imagens, alegam que foram editadas por Cristiane e que representam uma reação a uma ação anterior que teria sido praticada por ela. Registre-se que eles assinaram um contrato conjugal. Se ele a agredisse ou traísse, teria que indenizar. Ele concordou, assinou, casou. Ele agrediu e ela provou pela TV, agora além do crime cometido o empresário vai pagar literalmente caro em dinheiro por sua ação indenizatória. Mesmo sofrendo agressões, Cristiane Machado decidiu permanecer com quem a agrediu por um bom período de tempo, depois aguardou a instalações de câmeras, continuou apanhando nos ambientes onde instalou câmeras e por fim mostra seu caso na televisão, tudo perigosamente calculado.

Os Marxistas repudiam publicamente o agressor covarde de Cristiane Machado mas sem cair no apoio ao feminismo burguês de “mercado”. É óbvio que ela tem o interesse de um bom acordo financeiro e armou um cenário para ganhar todas as ações judiciais! Que outra razão senão o “vil metal” a faria ficar meses apanhando, gastaria com circuito de câmeras secretas e iria expor tudo isso na Rede Globo?...  Só os bobos e hipócritas acreditam ou vendem o conto de que ela construiu o cenário em nome de denunciar singelamente a “violência contra a mulher”! O fato é que os dois lados em disputa fazem parte da rede de prostituição social própria da burguesia em sua luxúria. O empresário paga caro pela companhia e os “serviços” da celebridade global, já ela deveria seguir à risca seu papal de “esposa”, sempre bela e servil como “pessoas de bem” na frente das câmaras de holofotes... Quando os interesses de ambos entram em conflito, esse cenário de aparência cordial desaba e entra em cena as agressões e brigas violentas. Lembremos que neste ambiente do esgoto da burguesia, ninguém pode ser considerado “inocente”. Cristiane Machado estava lá no papel de mercadoria paga pelo empresário que inclui a “lei do silêncio”. Esse pacto foi rompido e agora eles estão nas páginas dos jornais e no “Fantástico”, com a atriz empunhando demagogicamente a bandeira da luta contra o machismo agressor em geral, em uma denúncia própria feminismo burguês de “mercado” que visa negociar gorda indenização. Como Marxistas Revolucionários não somos paladinos do feminismo policlassista, caracterizamos que os dois se merecem e suas relações podres são regidas pelas “leis de mercado”: são membros da classe dominante lutando por tirar mais um do outro, em um verdadeiro jogo de vale tudo onde todas as armas (literalmente) são usadas. Esta disputa ganhou os holofotes da mídia, até porque “briga de rico” sempre escondida em sete chaves quando vem a público dá Ibope, como vemos na internet, na TV e nos jornais! A “esquerda” revisionista como PSOL e PSTU e seus satélites como o MRT-LER, além obviamente da própria frente popular (PT, PCdoB), sempre defende as “mulheres” (independente do caráter de classe) em geral via rígida aplicação da “Lei Maria da Penha” e as delegacias especializadas, tudo isso sem nenhum critério de análise marxista. Quando uma mulher é assassinada ou agredida, ainda que seja burguesa ou faça parte de seu submundo, esta esquerda “feminista” sem os menores princípios de classe, reivindica que o Estado capitalista intervenha como resolução policial para estes casos, configurando um campo completamente distante da luta de classes e do Marxismo Revolucionário. O mais escandaloso é que os que ontem defenderam a criação das delegacias da mulher para encarcerar os “operários machistas” hoje são devotos da reacionária “Lei Maria da Penha”, revelando assim a ausência de qualquer independência de classe na questão feminista. O que estes vestais defensores das “mulheres em geral” não dizem é que a mulher é encarada pelo sistema capitalista como uma mercadoria de consumo e quanto mais se adequar aos padrões de beleza capitalista mais se incorpora valor “agregado” a esta “mercadoria”, isto é, quanto mais bela pelos padrões dos mercados ocidentais, mais alto o valor do “produto” no leilão de seres humanos. Não à toa, disseminam-se em todo o mundo academias e clínicas estéticas, onde o culto ao corpo é a tônica e entendido como mais uma “necessidade” criada para o consumo de um produto. O proletariado deve denunciar esta questão como parte das barbaridades próprias do capitalismo senil a ser liquidado pela ação consciente da classe trabalhadora, com independência diante da burguesia e seus agentes, sejam de que sexo e cor forem. Como se vê no caso da “atriz global” agredida, no seio das relações privadas da “high society” e da classe média “alta” engendram-se todo um arco de podridão: interesses meramente materiais e econômicos em detrimento de laços afetivos e/ou de camaradagem. A falsidade, agressões, belicosidade, espancamentos e assassinatos são as normas imperantes. Em suma, relações típicas de uma sociedade em profunda decomposição, uma excrescência que a cada dia ganha terreno em uma época de intensa ofensiva imperialista sobre os povos do planeta onde se perdeu qualquer referência política no socialismo, a ascensão de Bolsonaro que o diga. A ruptura com esta concepção de mundo burguesa só será possível através da violenta ação da classe operária contra seus algozes capitalistas, sejam eles homens ou mulheres, através da revolução socialista, a partir da qual pela necessidade de todo um coletivo, os interesses mesquinhos e podres oriundos da velha sociedade de classes serão extintos. Toda saída para o problema da opressão feminina por dentro da democracia burguesa, como defendem o reformismo e o revisionismo do trotskismo, conduz à divisão do proletariado entre gêneros distintos, ao recrudescimento e ampliação do aparato repressivo estatal contra os trabalhadores. Em outras palavras, o feminismo burguês é contrarrevolucionário porque divide o proletariado, enfraquece sua luta e fortalece a repressão de seus inimigos de classe. 

Devemos lutar pela superação do machismo que nasceu com a propriedade privada, do feminismo policlassista e da mercantilização das relações pessoais, que só será plenamente realizada com a abolição do modo de produção capitalista, por meio da revolução socialista, destruindo qualquer forma de opressão contra as mulheres trabalhadoras e a exploração de classe. A abolição da propriedade privada é o elemento sine qua non para a libertação da mulher e o combate de classe pelo comunismo, esmagando a burguesia e a luxúria de personagens como  Estes chegam até a se digladiam nas “quatro paredes” mas estão juntos usufruindo os “prazeres” oriundos da exploração e da especulação financeira extraída da miséria, suor e sangue do povo trabalhador e, em particular, dos homens e mulheres escravos que trabalhavam nas fazendas de Sérgio Thompson-Flores cuja mais-valia banca seus gastos nababescos e de suas prostitutas de luxo, pessoas que obviamente nunca tiveram qualquer tipo de solidariedade por parte de nenhum dos lados desta disputa burguesa porque mesmo de gêneros distintos são em comum inimigos de nossa classe!