sábado, 15 de dezembro de 2018

A REVELAÇÃO DOS "PEQUENOS DELITOS" DE FLÁVIO BOLSONARO: UMA CHANTAGEM DA BURGUESIA PARA A ACELERAÇÃO DA OFENSIVA NEOLIBERAL CONTRA OS TRABALHADORES E O POVO


As manchetes da grande mídia corporativa não dão trégua a famiglia Bolsonaro, a revelação do relatório do COAF acerca da movimentação financeira do funcionário Fabrício Queiroz, um "caixa estafeta" que prestava serviços ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro, arrecadando a "cota" obrigatória dos funcionários dos gabinetes parlamentares do clã neofascista, é apenas a ponta do iceberg. Como uma pequena oligarquia oriunda do "baixo clero" legislativo, a famiglia Bolsonaro amealhou seu patrimônio pessoal das benesses do regime democrático da Nova República, afinal no Brasil gabinetes parlamentares (em todos os níveis) movimentam "pequenas fortunas", e quando estes gabinetes chegam a somar quatro "escaninhos" as quantias movimentadas ultrapassam a casa dos milhões de Reais. Mas todo o escândalo midiático atualmente produzido contra os Bolsonaros tem um objetivo bem maior do que o "zelo" da "coisa pública" por parte dos barões "murdochianos". Os dados da famiglia Bolsonaro desnudados pelo COAF, um organismo estatal gerenciado por tecnocratas à serviço dos rentistas, tem um endereço certo: forçar a aceleração máxima das reformas neoliberais que devem ser operacionalizadas já no início do novo governo neofascista. A chantagem dos rentistas consiste exatamente no fato de que o entorno parlamentar (baixo clero do Congresso Nacional) do presidente Jair Bolsonaro manifestou alguma resistência em acelerar as duras "reformas" prometidas na campanha eleitoral, apesar do comando da equipe econômica ter sido entregue ao "Chicago Boy" Paulo Guedes. Como o imperialismo ianque exige o máximo de celeridade no desmonte da economia nacional, não há espaço para o governo neofascista "engessar" o processo de privatizações das empresas estatais consideradas economicamente "estratégicas". Acontece que a fração militar que integra com bastante peso o governo Bolsonaro manifestou divergências sobre a necessidade de privatizar o Banco do Brasil, CEF, Petrobras e mesmo o "sucateado" Correios. Esta linha política "antiprivatista" assumida pelo setor militar do gabinete neofascista assustou os rentistas comandados pelo banqueiro Paulo Guedes, ainda mais quando o próprio Jair Bolsonaro declarou que o "BB, CEF e Petrobras não estão na mira de privatizações do seu governo". Até mesmo a anunciada liquidação do BNB foi cancelada, gerando a "fúria" do mercado com o clã Bolsonaro. Então a alternativa encontrada pela burguesia nacional, lacaia das ordens do "Consenso de Washington", para garantir o êxito da ofensiva neoliberal, foi chantagear o governo neofascista martelando na mídia o escândalo do "caixa" da famiglia Bolsonaro. Ainda é cedo para finalizar um prognóstico político acerca da primeira luta fracional que envolve o governo neofascista, porém podemos afirmar que existe um pré acordo entre as camarilhas reacionárias das classes dominantes para atacar as conquistas sociais e democráticas dos trabalhadores e do povo brasileiro. É necessário desde já organizar nossa resistência calcada nos métodos da ação direta na luta concreta do proletariado!