sábado, 29 de dezembro de 2018

LEIA O EDITORIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 330: PREPARAR A DERROTA DO GOVERNO FASCISTA E ULTRA-NEOLIBERAL DE BOLSONARO PELA VIA DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA!


O ano de 2018 está acabando marcado pelos leilões de privatizações do setor elétrico, entrega da Embraer e a imposição de um verdadeiro estado de Exceção no Brasil enquanto a “Famiglia Bolsonaro”, imersa em escândalos de corrupção, prepara-se para tomar posse do governo central a fim de aplicar um duro ajuste neoliberal, com a Rede Globo e os rentistas chantageando o novo presidente para que não vacile na imposição de um verdadeiro plano de guerra contra os trabalhadores. Fica evidente que a burguesia legitimada em uma imensa fraude eleitoral imposta pela via das urnas em seu circo eleitoral da democracia dos ricos irá incrementar em 2019 um programa ultra-neoliberal e antidemocrático contra os trabalhadores por meio do governo Bolsonaro/Moro/Guedes! Com o aguçamento da crise econômica e polarização político-social as lutas necessariamente vão ocorrer nas ruas, nos enfrentamentos entre as classes, na luta dos trabalhadores contra os ataques perpetrados pelo governo de plantão, que não vacilará em lançar seu aparato repressivo e seu judiciário contra os explorados, como já vem fazendo agora com a caçada policial a Cesare Battisti e a manutenção da prisão arbitrária de Lula. Em paralelo, as hordas fascistas vão crescendo sem que nos organizemos, como vimos nos assassinatos de militantes do MST na Paraíba e da execução do policial petista que integrava a segurança da senadora Fátima Bezerra pela milícia fascista, além das ameaças a Marcelo Freixo do PSOL! Essa situação exige a formação de uma Frente Única de Ação através de comitês de base, de combate ativo e militante! O governo Bolsonaro que agora assume vai estimular ainda mais estas tendências que estão crescendo no lastro da desmoralização política dos trabalhadores após os quatro mandados da gestão petista. Enganam-se os que pensam que a nomeação do “justiceiro” Sergio Moro para o “superministério” da Justiça foi apenas uma simples retribuição do neofascista Bolsonaro ao fato do judiciário ter embargado fraudulentamente a candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto. O significado da indicação de Moro, para “estrelar” um governo presidido por um fascista inepto e ignorante, representa na verdade a tutela política que a burguesia nacional quer impor a Bolsonaro, e no mesmo compasso solidificar o regime do Bonapartismo judiciário iniciado com o golpe parlamentar sofrido pelo governo petista de Dilma Rousseff. O regime de exceção, que tinha como epicentro a “República de Curitiba”, agora ascende a esfera do governo central do país, sem mesmo ter sido crivado pelo sufrágio universal das eleições. Moro será o “Bonaparte” de uma marionete (Bolsonaro) controlado por duas cordas centrais: a ultraneoliberal do rentista Paulo Guedes e a outra corda puxada pela fração reacionária togada. Esta fração burguesa “constitucionalista” será a responsável pelo “enquadramento” de todos os arroubos fascistas do boçal presidente, para assim legitimar um ataque feroz as liberdades democráticas, estando diretamente conectada aos interesses do Departamento de Estado dos EUA. O outro setor “rentista” do novo regime, vinculado ao cassino financeiro internacional, se encarregará de orientar a liquidação do que ainda resta da economia nacional, descarregando sobre a massa trabalhadora um “ajuste” letal, que fará a plataforma proposta por Temer parecer uma “brincadeira de criança”.

Estamos atravessando um período que pode ser caracterizado como a consolidação de um regime bonapartista de exceção (pós golpe parlamentar), com a égide de um governo marcado por características fascistas, ainda que ressaltando a relativa debilidade política do nosso “Mussolini tupiniquim”. Moro engatinha seus primeiros passos para talvez ocupar um vazio político em caso de um eventual colapso prematuro do “capitão de pijama”, tudo dependerá dos ventos econômicos internacionais. Em todo caso a criação do superministério da Justiça e Segurança servirá para selar definitivamente a aliança entre a casta togada e a cúpula militar, sempre em prontidão para atuar belicosamente em caso de uma reação ativa de massas ao brutal “ajuste” neoliberal promovido pelo governo Bolsonaro. Não é por coincidência que a anturragem fascista já cogita lançar o nome de Moro para a sucessão presidencial de 2022, e o próprio Bolsonaro já declarou que não pretende se lançar a reeleição.

É preciso organizar desde já a resistência através da luta direta dos explorados, sem depositar nenhuma ilusão na farsa da democracia burguesa e muito menos na “Frente Ampla Democrática” que o PT buscou costurar com a centro-direita. É necessário compreender que a política de colaboração de classes do PT pavimentou o caminho para a ascensão da extrema-direita, patrocinando alianças com as oligarquias reacionárias, criminalizando os movimentos sociais, criando a Lei Antiterrorista para perseguir as organizações de esquerda, apoiando as ações da Justiça burguesa contra a luta dos trabalhadores. Nesse marco, deve-se ter claro que o consequente combate a escalada reacionária em curso será obra da ação organizada da classe operária e seus aliados, os camponeses pobres, a juventude plebeia e a pequena burguesia progressista, não passa por qualquer apoio eleitoral a Frente Popular e por ter ilusões no “poder do voto”. Em toda campanha eleitoral o PT não fez nenhum chamado a lutar nas ruas contra a espiral neofascista em curso, ao contrário, seu candidato domesticado e servil a ordem burguesa acenou sempre à direita para figuras sinistras do PSDB e do centro, além de elogiar o Juiz Moro, o mesmo que prendeu Lula e através da “Operação Lava Jato” visa sentar as bases para um estado de exceção em nosso país.

O que está colocado neste momento é organizar desde já a resistência nas ruas. É necessário que as organizações políticas e sindicais da classe operária organizem em Frente Única a resistência orgânica dos movimentos sociais para derrotar a ofensiva reacionária e neoliberal em plena ascensão no país, baseada nos sindicatos e que seja alicerçada em comitês de base que possam organizar a autodefesa contra a ofensiva neofascista em curso. Pela constituição de milícias de autodefesa apoiadas na organização dos trabalhadores, financiadas pelas entidades classistas e sindicais! Convocar assembleias de base nos sindicatos para discutir a formação de comitês inter-categorias, assim como promover curso de formação política sobre o Fascismo, Bonapartismo e a história de resistência dos trabalhadores! Organizar nas bases das categorias operárias e entre os servidores públicos das três esferas uma ampla campanha de luta contra a Reforma Neoliberal da Previdência assim como para se opor as privatizações das estatais (Correio, Infraero, Eletrobras) e demais empresas públicas! Preparar desde já uma ampla jornada de agitação e propaganda em defesa da Greve Geral que deve ocorre no primeiro trimestre de 2019, não se limitando ao lobby parlamentar e a pressão sobre Congresso Nacional, ao contrário, deve apostar na mobilização direta dos trabalhadores para construir uma forte mobilização pela base por tempo indeterminada!

Neste findar de 2018, lançamos um chamado público em especial aos agrupamentos políticos que se reclamam da esquerda revolucionária assim como as organizações classistas, sindicais, estudantis e populares que defendem a necessidade de responder a investida fascista com os métodos da classe operária (comitês de autodefesa, greves, armamento popular) e para junto conosco apostar em um plano de ação para formar os comitês de base pela Frente Única a fim de responder aos ataques da extrema-direita com um programa operário para enfrentar a atual etapa política marcada pelo recrudescimento da ofensiva contra os explorados, suas conquistas sociais e suas liberdades democráticas! Nossa tarefa para 2019 é preparar a derrota do governo fascista e ultra-neoliberal de Bolsonaro pela via da Revolução Socialista, sem depositar nenhuma ilusão na democracia burguesa e preparando-se para duros ataques contra as liberdades democráticas, que precisam ser defendidas com a luta direta e revolucionária dos explorados e oprimidos! Mãos à Obra!