sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

SOMENTE A MOBILIZAÇÃO OPERÁRIA PODE BARRAR A ENTREGA DA EMBRAER, NENHUMA ILUSÃO NA JUSTIÇA BURGUESA! SINDICATO DOS METALÚRGICOS PRECISA CONVOCAR GREVE DE OCUPAÇÃO PARA DERROTAR OPERAÇÃO NEOLIBERAL APOIADA POR TEMER E BOLSONARO!


A Justiça Federal de São Paulo concedeu hoje liminar impedindo o conselho de administração da Embraer de tomar qualquer decisão que permita a separação da área comercial da empresa para formar uma joint venture com a Boeing. A decisão do juiz Victorio Giuzio Neto foi tomada em ação movida pelos deputados Paulo Pimenta (RS), Carlos Zarattini (SP), Nelson Pellegrino (BA) e Vicente Cândido (SP), todos do PT. Eles defendem a suspensão imediata das tratativas entre Embraer e Boeing para a criar a nova companhia. Ganhamos tempo para organizar a resisitência mas não podemos ter nenhuma ilusão nessa decisão da justiça burguesa, somente a mobilização operária pode barrar a entrega da empresa. Boeing e Embraer anunciaram em julho assinatura de memorando de entendimento para um acordo pelo qual a companhia norte-americana assumirá controle sobre 80 por cento de uma joint venture a ser criada por meio da separação da divisão de jatos comerciais da Embraer, a principal da companhia brasileira. O acordo precisa de aprovação do governo brasileiro, que detém direito de veto sobre decisões estratégicas da Embraer, um mecanismo chamado de “golden share”. O governo golpista de Temer havia dado aval para a entrega da Embraer para a Boeing, criando duas empresas: uma comercial e outra no setor de defesa. O neofascista Bolsonaro reafirmou que apoia a entrega. Trata-se de entregar diretamente ao imperialismo ianque todo o esforço de desenvolvimento tecnológico em um setor estratégico para a defesa e soberania nacional. Além disso, estão em risco cerca de 16 mil empregos nas três unidades produtivas no país: São José dos Campos, Araraquara e Botucatu, todas no estado de São Paulo. Está sendo negociado passar o controle sobre o parque produtivo e tecnológico brasileiro a interesses do imperialismo ianque. No caso, esses interesses são representados pela gigantesca empresa norte-americana Boeing, produtora de aviões civis e grande fornecedora das necessidades do Estado norte-americano, mais precisamente do Pentágono em matéria aeroespacial. Em 1994 ocorreu a privatização da Embraer pelo governo Itamar Franco, uma gestão de pacto social parida com o impeachment de Collor. A perda do controle estatal jamais afastou o governo dos negócios da Embraer que continua a depender fortemente das encomendas no setor de defesa e dos financiamentos que o BNDES proporciona as empresas e compradores dos jatos executivos e aeronaves comerciais de todo o mundo. Além disso, o governo possui uma ação especial chamada Golden Share que confere o direito a veto em certas circunstâncias como a da mudança de controle, exatamente o caso atual, mas tanto o golpista Temer como o neofascista Bolsonaro aprovam a entrega. Além disso cortes ocorrem nesta semana. Foram demitidos mais de 40 trabalhadores nas unidades Eugênio de Melo e Faria Lima. Os cortes estão gerando clima de apreensão entre os trabalhadores e ocorrem no momento em que avançam as negociações de venda da Embraer para a Boeing. Os operários da Embraer estão em plena campanha salarial. Os trabalhadores pedem aumento real de salários, abono e renovação das cláusulas sociais que garantem direitos retirados pela reforma trabalhista. A data-base é 1º de setembro, mas a Embraer está enrolando nas negociações e ainda não atendeu a reivindicação da categoria. “As negociações já duram dois meses, mas a empresa segue intransigente em conceder reajuste apenas pela inflação. Se a Embraer não avançar nas negociações, vai ter mobilização”, afirma André Luiz Gonçalves, diretor do Sindicato. Devemos lutar pela reestatização da Embraer sob o controle dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgico de São José dos Campos, a Conlutas e o PSTU precisam desde já convocar a resistência operária a operação neoliberal em curso, convocando uma assembleia para deliberar pela greve de toda a categoria operária com ocupação da empresa!