quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

TRABALHADORES LEVANTAM-SE CONTRA A “LEI ESCRAVISTA” NA HUNGRIA: DERRUBAR O GOVERNO ULTRANACIONALISTA ORBÁN E CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA DE PODER OPERÁRIO E SOCIALISTA! NENHUMA ILUSÃO NA FALSA “DEMOCRACIA” PROPAGADA PELO IMPERIALISMO EUROPEU! 

   
Os trabalhadores da Hungria ocuparam as ruas contra a chamada “Lei Escravista” imposta pelo governo ultranacionalista de direita de Orbán. Essa dura medida que permitiu aos empresários ampliar o número de horas extras anuais exigidas dos funcionários de 250 para 400, podendo pagá-las em até três anos (antes, eram obrigados a pagar em doze meses) foi o estopim das mobilizações contra o governo neoliberal. Todos os dias milhares protestaram em Budapeste sob temperaturas abaixo de zero. Os protestos convocados por partidos de oposição, entidades estudantis e sindicatos se levantam não apenas contra o ataque a direitos dos trabalhadores mas contra uma série de medidas repressivas de Orbán. Com o claro objetivo de barrar a capacidade de reação dos trabalhadores, a lei impõe ainda o corte do poder de negociação dos sindicatos, liberando os patrões a fugirem das negociações coletivas em troca de acordos localizados. O controle sobre os meios de comunicação é uma das principais armas de Orbán para manter no governo e para defender os interesses da burguesia, como por exemplo a campanha contra os imigrantes. Orbán é membro da União Cívica Húngara (Fidesz), um partido de populista de direita e conservador que se alinha a direita nacionalista reacionária europeia junto com a Frente Nacional (França), o Partido da Liberdade (Holanda), o Alternativa para Alemanha e o Partido Popular Suíço. Desde que assumiu o governo em 2010, o neofascista Orbán alterou o sistema eleitoral para favorecer seu partido e tem usado rádio e TV para disseminar o discurso nacionalista e populista que vê a imigração como ameaça ao “povo húngaro”. Seu governo já reformou há muitos anos largamente a legislação fiscal e trabalhista em prol dos empresários: o direito de greve, por exemplo, foi seriamente restrito e o imposto pago por empresas na Hungria é o menor em toda a União Europeia (UE). Na semana passada, também foi aprovada uma lei sobre a criação de um novo tribunal administrativo. Trata-se de uma nova seção do Judiciário que passa a estar em grande parte sob o controle do Ministério da Justiça, ou seja, um claro recrudescimento do regime político. O governo de Viktor Orbán respondeu aos protestos com dura repressão e  afirmando que eles foram patrocinados pelo bilionário George Soros e tem a simpatia das potências capitalistas que conformam a União Europeia. A relação amistosa entre Orbán e Putin, com várias negociações econômicas e comerciais estratégicas envolvendo Hungria e Rússia (como a usina atômica de Paks com investimentos de 12 bilhões), serve para explicar também o pano de fundo dessas tensões políticas que buscam ser manipuladas segundo vários interesses geopolíticos em jogo. Em um país que foi um Estado operário deformando até o fim da década de 80, é necessário lutar por genuína revolução proletária para que os trabalhadores voltem de fato a controlar o poder político e econômico do país, que mergulhou na barbárie social com a restauração capitalista. A Hungria e todos os demais países da região que foram libertados pelo Exército Vermelho do domínio nazista, assistiram ao estabelecimento de Estados Operários burocratizados que depois acabaram por cair com as falsas “revoluções democráticas” na década de 80 festejada pelos revisionistas do trotskismo. Nesse cenário, fica evidente que setores do imperialismo europeu buscam aproveitar a crise para substituir seu gerente inconveniente na disputa interna na União Europeia. Os trabalhadores húngaros devem ter uma política independente de classe diante dos bandos burgueses em conflito, apontando a luta pela derrubada revolucionária do governo Orbán a partir das necessidades imediatas e históricas dos explorados e oprimidos, lutando nas ruas e nas fabricas pelo fim da “Lei Escravista”, um passo concreto para amadurecer a consciência de classe rumo a construção de um poder operário e socialista.