quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

ENCONTRO DO FASCISTA COM O NEOLIBERAL: BOLSONARO E MACRI EXORCIZAM MADURO PARA JOGAR "CORTINA DE FUMAÇA" NA CRISE CAPITALISTA DO MERCOSUL


O encontro dos presidentes Maurício Macri e Jair Bolsonaro, ocorrido hoje (16/01) em Brasília, poderia ser definido como o trágico "meeting" do neoliberalismo com o fascismo. O decadente  governante argentino logo abriu o encontro com a bombástica declaração: "Nicolás Maduro é um ditador que só procura se perpetuar no poder", disse Macri no Palácio do Planalto. Ambos os governos de extrema direita participam do grupo regional no continente que impulsiona em conjunto com a Casa Branca um golpe de Estado na Venezuela e considera o mandato do presidente Nicolas Maduro como ilegítimo. Apenas o México, que agora quer mediar o conflito social na Venezuela, se distanciou do ultrarreacionário Grupo de Lima. Porém os ataques midiáticos ao regime Chavista são apenas uma cortina de fumaça para tentar encobrir a grave crise capitalista que corrói o Mercosul. As economias da Argentina e Brasil atravessam uma profunda etapa recessiva, levando o governo fascista de Bolsonaro a se afastar cada vez mais do incômodo "parceiro" portenho. O ministro Paulo Guedes afirmou recentemente que o Mercosul não seria mais uma prioridade para o Brasil. O grande modelo para o ultraliberal Guedes é o Chile (totalmente dependente dos EUA) onde trabalhou durante os anos da ditadura Pinochet. As restrições da equipe econômica bolsonarista feitas ao Mercosul dizem respeito ao fato de que as normas do bloco "dificultam o estabelecimento de acordos de livre-comércio com outros países e blocos econômicos". Na atual retração dos mercados mundiais, o imperialismo ianque impôs um golpe institucional no Brasil para monopolizar os "negócios" de Estado, girando a economia do país para o eixo do rentismo financeiro e de importações de vários produtos dos EUA com alto valor agregado. Obviamente que esta "flexão" servil do Brasil, iniciada por Temer e agora aprofundada por Bolsonaro gerou um colapso da economia argentina. Com a visita ao colega fascista, Macri tenta atenuar os efeitos da crise do Mercosul em seu país devastado, isto as vésperas da eleição presidencial que ocorrerão em outubro de 2019. Ironicamente o casamento "ideal" entre a plataforma fascista e a neoliberal, neste caso específico das relações comerciais entre Brasil e Argentina, não produzirão fruto algum econômico. Não adiantará em nada "enxovalhar" Maduro, enquanto seus "quintais" estão vivendo os drásticos efeitos da crise capitalista mundial, na qual o Mercosul é apenas o elo colonial mais fraco.