quarta-feira, 22 de maio de 2019

GUERRA COMERCIAL ENTRE EUA E CHINA: IMPERIALISMO IANQUE AMEAÇA O EX-ESTADO OPERÁRIO CONVERTIDO NA MAIS PODEROSA POTÊNCIA SEMICOLONIAL, RECORRENDO AO PODERIO BÉLICO PARA REAFIMAR SUA HEGEMONIA POLÍTICA E ECONÔMICA!


Em meio a escalada da guerra comercial entre os EUA e a China, Trump acaba de anunciar o aumento que eleva de 10 a 25% as tarifas sobre os 200 bilhões de dólares de produtos chineses importados pelos Estados Unidos. Por sua vez, a China respondeu anunciando que aumentará as taxações vigentes de 10% para 20 ou 25% sobre produtos importados dos Estados Unidos no valor de 60 bilhões de dólares, que cobrem uma ampla gama, de alimentos a jóias. No campo das tarifas comerciais, a China tem um poder de fogo significativamente menor porque suas importações dos Estados Unidos são muito menores do que suas exportações. Entretanto, a China pode causar caos global se retaliar com venda de títulos dos EUA. Atualmente, a China possui US$ 1,13 trilhão em títulos do Tesouro dos EUA. Isso é uma fração do total de US$ 22 trilhões em dívidas pendentes nos EUA, mas 17,7% dos diversos títulos mantidos por governos estrangeiros, segundo dados do Tesouro e da Associação dos Setores de Seguros e Mercados Financeiros. Pequim tem recuado de seu papel no mercado de títulos dos EUA, tendo cortado participação de quase 4% nos últimos 12 meses, mas ainda ocupa o primeiro lugar entre os credores estrangeiros dos Estados Unidos. Por sua vez, via a ofensiva direta contra o Irã, aliado da China e um dos seus principais fornecedores de petróleo, o imperialismo ianque vem demonstrando quem realmente manda na economia capitalista mundial. Não vem sendo possível um acordo dos EUA com a China devido da política protecionista dos EUA, que vem aprofundando uma guerra comercial global. Vale ressaltar que há o incremento da ofensiva bélica mundial do imperialismo ianque, o que vem reduzindo o peso do imperialismo europeu, particularmente da França, com a China aparecendo como um ator econômico cada vez determinante nesse cenário, um ex-Estado operário convertido na mais poderosa potência semicolonial. A burguesia imperialista ianque está consciente da gravidade da conjuntura mundial, em uma correlação de forças tendencialmente favorável à China, porém foi forçada a se utilizar de Trump como uma “ponte” necessária no sentido de espraiar o clima da “beira do abismo” com este palhaço reacionário. O discurso nacionalista de Trump sensibiliza os devastados pela crise econômica capitalista no maior mercado do mundo, porém não aglutina a elite financeira que pensa em contornar o colapso ianque justamente com a expansão da internacionalização do capital volátil nas colônias. Tentar escapar da crise econômica com o incremento do mercado interno nos EUA, é uma ilusão já há muito tempo foi descartada pela burguesia imperialista ianque quando iniciou o chamado processo de "globalização" em meados dos anos 90. Por seu turno, a China, no curso do processo de restauração capitalista, vem se transformando na verdade no maior entreposto comercial e industrial do mundo, uma grande consumidora de commodities e é nisto que consiste a sua “exuberância” econômica. Caracteriza-se por ser uma economia semicolonial com fortes induções estatais, remanescentes da herança stalinista. Em suma, por maior que seja o crescimento do PIB chinês, a hegemonia militar em todo o planeta ainda se concentra plenamente nas mãos da Casa Branca, sendo apenas um “sonho” da China converter-se em uma superpotência capitalista. Nesse sentido “a via chinesa” de restauração capitalista como vemos reafirmada por Xi Jinping é um processo lento, ordenado e centralizado de medidas que, levadas a frente sob o férreo controle político do PPCh, avançam o ritmo da restauração capitalista para se fortalecer futuramente como contraponto militar e econômico ao imperialismo ianque. No curso da guerra comercial, Trump reafirmou que o imperialismo ianque dispõe sem sombra de dúvida do maior e mais avançado aparato bélico do planeta, por isso são capazes de devastar as forças militares de um país sem sequer precisar “sujar” as botas de seus Marines em solo inimigo, como aconteceu recentemente na Líbia. O aprofundamento da política de forte corte orçamentário em gastos sociais, a elevação da taxa de desemprego e aumento do déficit fiscal com a concessão de subsídios tributários a grandes empresas será a tônica da próxima etapa mundial como produto da velha receita neoliberal, claro com a mão de ferro de um regime de exceção planetário, ou seja, através de uma ditadura do capital, ao contrário de um suposto “paraíso democrático”. O impasse atual reafirma que a única vereda para superar a agonia do capital e a barbárie social que dela decorre é a via da revolução socialista e a demolição violenta da atual sociedade de classes e edificar sobre seus escombros um novo modo de produção, o Socialismo.