quarta-feira, 5 de junho de 2019

05 DE JUNHO DE 1967 - COMEÇA A “GUERRA DOS SEIS DIAS”, ISRAEL OCUPA A CISJORDÂNIA, FAIXA DE GAZA E COLINAS DE GOLÃ: PALESTINA E SÍRIA CONTINUAM SENDO ATACADAS PELOS MAIORES INIMIGOS DO POVOS ÁRABES, TRUMP E NETANYAHU


Nesse 05 de Junho completa-se 52 anos da “Guerra dos Seis Dias”. Ficou assim conhecida porque em 1967 o sionismo impôs aos regimes nacionalistas árabes uma humilhante derrota, “anexando” de uma única tacada os territórios do Sinai, Gaza, Golã e Cisjordânia tomados à força do Egito, Síria e Jordânia. Israel assegurou a vitória quase no primeiro dia da guerra ao destruir em poucas horas quase todos os aviões de combate egípcios. Às 07h24 hora local, um flash de Tel Aviv anuncia que naquela manhã os egípcios atacaram Israel pelo sul com tanques e aviões. Minutos mais tarde, um comunicado oficial israelense fala de violentos combates e que as forças israelenses teriam contra-atacado. As sirenes soam em Tel Aviv e é lançado o alerta em outras cidades do país. Atualmente, a maioria dos historiadores consideram que na realidade a aviação israelense iniciou os combates ao bombardear as bases aéreas egípcias. Às 08:12h, a rádio do Cairo interrompe sua programação para anunciar: “as forças israelenses iniciaram essa manhã uma agressão contra nós. Realizaram bombardeios aéreos no Cairo e nossos aviões enfrentaram os aviões inimigos”. Começam a se ouvir explosões no Cairo, onde também soam as sirenes. Israel mobiliza seus reservistas e requisita veículos, enquanto os blindados israelenses avançam para o sul e rompem as linhas egípcias até o Sinai. No Cairo, os aeroportos civis fecham e é declarado estado de emergência em todo o território egípcio. Na Síria, que mobiliza a defesa civil, a Rádio Damasco interrompe bruscamente sua programação para anunciar que Israel atacou o Egito. Pouco depois das 10h00, a Síria anuncia que sua aviação começou a bombardear as posições israelenses. Ao mesmo tempo, a Jordânia impõe a lei marcial, coloca suas Forças Armadas sob comando egípcio e declara guerra a Israel à tarde. Kuwait, Sudão e Iraque entram na guerra, seguidos por Argélia e Iêmen, e finalmente pela Arábia Saudita. Em Jerusalém começam os combates nas ruas entre os bairros jordanianos e israelenses. Logo as hostilidades se estendem para as fronteiras de Israel com a Jordânia e Síria. Na frente jordaniana-israelense começam fortes combates já nas primeiras horas. A aviação síria realiza vários bombardeios em Israel, especialmente contra Haifa, enquanto a aviação israelense ataca várias vezes o aeroporto de Damasco. Tanto no Egito quanto em Israel, ninguém duvida da vitória. Nos países árabes, onde a maioria dos comunicados são vitoriosos, reina o entusiasmo. Ao tomar o controle da localidade de Khan Yunis, na zona de Gaza, as tropas israelenses neutralizam de uma vez todas as forças egípcias e palestinas nessa área. Israel garante dessa forma a segurança do flanco ocidental de suas tropas, que mais ao sul enfrentam a grande parte o exército egípcio. À noite, o primeiro-ministro israelense Levi Eshkol declara em um discurso no Parlamento que todos os combates se desenvolveram no território egípcio e no Sinai. Afirma que Israel provocou severas baixas na aviação egípcia, síria e jordaniana. O desfecho da “Guerra dos Seis Dias” aconteceu no ar nesse primeiro dia. À meia-noite, Tel Aviv anuncia ter neutralizado a aviação egípcia. Cerca de 400 aviões, entre eles 300 egípcios e 50 sírios, foram destruídos no primeiro dia. Após a derrota dos países árabes em 67, ganha corpo a organização militar palestina "Al Fatah", a Vitória, surgida no final de 59, sob a direção de Yasser Arafat e Abu Lyad que proclamava abertamente a necessidade da destruição de Israel. É a "Al Fatah" que vai dirigir a resistência à ocupação militar de Israel na faixa de Gaza. Durante três anos, o exército sionista não consegue sufocar a rebelião popular instalada na região. Logo depois, em 1968, na cidade jordaniana de Karameh, os fedayin, ou seja, os guerrilheiros palestinos orientados pela "Al Fatah", conseguem derrotar o exército sionista, criando pela primeira vez o símbolo da resistência palestina vitoriosa. No ano seguinte, Arafat assume a direção da OLP, que adota em sua carta de constituição: "a destruição do enclave do imperialismo como condição preliminar para a unidade dos povos árabes". A partir daí, estrutura-se como um verdadeiro Estado Palestino sem território, criando instituições como o Conselho Nacional Palestino, um verdadeiro parlamento com representação das suas diversas facções sociais e políticas. A essência de todos os conflitos militares travados na região reside na própria arena da luta de classes internacional, sendo a existência de Israel, um enclave militar artificialmente implantado no coração do Oriente, fundamental na repressão dos interesses do imperialismo mundial em uma região estratégica, pelas reservas petrolíferas, para o funcionamento da economia capitalista no planeta. É uma tarefa do conjunto do proletariado de todo mundo, inclusive o judeu, a destruição deste gerdame imperialista, no sentido de impulsionar enormemente a luta dos povos contra a exploração capitalista. A "devolução" de algumas cidades nos territórios ocupados pelo exército israelense para as mãos da OLP, a converteu definitivamente em agência policial sionista do seu próprio povo. Já são freqüentes os enfrentamentos entre a OLP e os ativistas da intifada, resultando no encarceramento de várias lideranças do Hamas e Jirad. A completa falência política da estratégia pequeno-burguesa da OLP evidencia enormemente a necessidade da construção imediata de um partido operário revolucionário no seio das massas palestinas, cuja primeira tarefa passa por uma profunda delimitação programática com todas as variantes nacionalistas, pequeno-burguesas e teocráticas.  O fracasso completo do chamado pan-arabismo claudicante em relação a Israel, revelou a impossibilidade em selar a unidade dos povos orientais sob a batuta do nacionalismo e do capitalismo tardio, dependente do imperialismo mundial. O máximo aonde as burguesias árabes chegaram foi na formação de um cartel petrolífero, a OPEP, preocupada em cuidar de seus próprios interesses às costas das necessidades mais elementares das massas exploradas. A verdadeira unidade de todos os povos milenares que habitam esta região, só será possível no marco de uma Federação Soviética das Repúblicas Socialistas Árabes. Cabe ao partido mundial da revolução proletária, a IV Internacional, conduzir essa tarefa até a vitória final.