quinta-feira, 12 de setembro de 2019

HÁ SETE ANOS DO ATAQUE DOS “REBELDES” DA LÍBIA A REPRESENTAÇÃO DOS EUA: A MORTE DO EMBAIXADOR STEVENS REVELOU A “GRATIDÃO” DA ESCÓRIA FASCISTA À CASA BRANCA...


O ataque terrorista à representação diplomática dos EUA na cidade de Benghazi, acaba de completar sete anos neste 12 de setembro. A “city” financeira da Líbia que até então era considerada segura pela OTAN, assistiu a brutal morte do embaixador ianque J. Christopher Stevens. A morte de um alto funcionário da diplomacia ianque, por meio de um atentado militar não ocorria desde 1979 quando o embaixador do Afeganistão foi sequestrado e morto. Stevens despachava em um escritório “secreto” da OTAN em Benghazi, já que a embaixada oficial na capital Trípoli estava praticamente desativada. O embaixador ianque teve um papel decisivo na fraudulenta operação política que derrubou o regime nacionalista do coronel Kadaffi em 2011. Stevens coordenou desde Benghazi a oposição pró-imperialista que durante o regime dos coronéis Kadafistas já havia estabelecido profundos vínculos com empresas transnacionais de petróleo sediadas no litoral do Magreb. O ataque à representação ianque em Benghazi surpreendeu a equipe de segurança da CIA, realizada com morteiros de guerra e lança foguetes de alta precisão, fornecidos pela própria OTAN aos “rebeldes” pró-imperialistas que durante a guerra civil destruiram o totalmente o país. Aproveitando-se das manifestações islâmicas contra um filme sionista, produzido na Califórnia, que denegria a imagem do profeta Maomé, um comando militar muçulmano (provavelmente ligado a Al Qaeda) atacou o prédio onde trabalhava “secretamente” a diplomacia ianque em Benghazi. Como não se encontrava em uma embaixada oficial, Stevens contava com poucos recursos de segurança para se defender do ataque, que acabou por “vitimá-lo” junto a outros três altos funcionários dos EUA. Inicialmente, o governo títere da Líbia tentou atribuir a autoria do “atentado” às forças remanescentes ligadas ao coronel Kadaffi, mas logo depois foi forçado a admitir que o ataque muito bem planejado  foi obra de seus próprios aliados, ou seja, milícias fundamentalistas islâmicas que combateram junto a OTAN para depor o legítimo regime da revolução popular que destituiu a monarquia entreguista no final dos anos 60. Por ironia da história, as armas que assassinaram o embaixador ianque foram fornecidas pelos próprios abutres imperialistas que dizimaram as riquezas do país.

A ex-Secretária de Estado do governo Obama, madame Clinton, na época muito ocupada com outra empreitada imperialista, desta vez fracassada na Síria, mostrou-se surpresa com os acontecimentos na Líbia. Em uma coletiva à imprensa “murdochiana”, a Sra. Clinton se disse chocada com a ação de seus aliados: “Nós que os ajudamos a tirar o ditador (sic!) agora somos traídos!" (Fox News, 12/09). O ex-presidente Obama, na ocasião também prometeu vingar seu embaixador e enviou navios de guerra para a costa líbia, ainda que não tenha sabido em quem atirar já que seus “amigos”, os “rebeldes” contrarrevolucionários, continuavam  a “trabalhar” para o Pentágono em toda região do Oriente Médio. Por outro lado, a situação era bastante tensa em outros países, como Egito e Iêmen, onde as embaixadas ianques eram alvos de intensos protestos por parte de organizações políticas muçulmanas. A intervenção do imperialismo na Líbia reproduziu o mesmo “roteiro” acontecido no Afeganistão há quase de trinta anos, primeiro potenciam militarmente “rebeldes” fundamentalistas para derrubar um governo nacionalista burguês, para depois verem seus “aliados táticos” protagonizarem ações “espetaculares” contra alvos ianques. O “filme” que se repetiu na Líbia, com a morte de um graduado embaixador e a deflagração de uma nova guerra civil no país.

A esquerda revisionista que saudou freneticamente a aliança entre a OTAN e os “rebeldes” para derrubar a “ditadura Kadaffi”, prestou sentidas condolências ao Departamento de Estado dos EUA, assim como fez há dezoito anos nos atentados do “11 de Setembro” às Torres Gêmeas (onde se localizavam os escritórios da CIA em New York) e ao próprio Pentágono. Estes revisionistas não possuem o menor critério de classe e costumeiramente se emblocam com o imperialismo “democrático” contra setores das burguesias nacionais, tradicionalmente atrasadas e conservadoras. O centro da “fúria” da esquerda revisionista está direcionado atualmente aos regimes nacionalistas “ditatoriais” e não mais ao imperialismo, principal inimigo dos povos. Por isso, correntes como a LIT/PSTU hoje se dedicam a “conspirar” junto ao Departamento de Estado ianque contra os governos da Venezuela, Síria e Irã, deixando de lado os “socialistas e democratas” imperialistas. O Trotsquismo nada tem a ver com esta canalha corrompida do revisionismo, os Bolcheviques Leninistas não nos aliamos a OTAN para “derrubar ditadores”! A classe operária líbia deverá fazer seu ajuste de contas histórico com os saqueadores imperialistas, e não será pelas mãos das milícias fundamentalistas (alimentadas pela CIA) que obterá suas conquistas de volta. Não “choramos” a morte de nenhum embaixador ianque e continuaremos a defender vigorosamente a expulsão das tropas da OTAN de toda região. Impulsionando uma frente de ação político e militar com as forças da resistência nacional Kadafista contra os saqueadores imperialistas e seus “agentes” nativos, a tarefa da construção do Partido Revolucionário Leninista se coloca mais que nunca na ordem do dia, para superar as direções burguesas vacilantes e publicitar o socialismo.