sábado, 26 de outubro de 2019

102 ANOS DA VITORIOSA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO! EM TEMPOS DE OFENSIVA NEOFASCISTA MUNDIAL O COMBATE PELO COMUNISMO É A TAREFA IMEDIATA E HISTÓRICA PARA SALVAR A HUMANIDADE DA BARBÁRIE!


Neste dia 25 de Outubro (07 de novembro de 1917 pelo calendário gregoriano) completou-se 102 anos da vitoriosa Revolução de Outubro. Passados mais de um século, a luta socialista é uma realidade tão forte e influente na vida internacional do planeta, que se torna impossível conceber as contradições do mundo sem a sua existência, tanto que no planeta e aqui no Brasil o combate ao “Comunismo” é uma realidade concreta, inclusive lavada a cabo pelo presidente neofascista que assumiu o Planalto como também pelo chacal Piñera no Chile em levante popular. Qualquer avaliação séria da teoria socialista tem de levar obrigatoriamente em conta o real processo histórico e as condições concretas (internas e externas) em que foi edificada a nova sociedade na URSS. É possível aferir que a construção do socialismo, sendo obra dos homens, não está isenta de atrasos, deficiências e erros. Mas se verificará sobretudo, como foi gigantesco o caminho percorrido num lapso de tempo histórico tão curto, evidenciando a extraordinária capacidade do Estado Operário para materializar as aspirações dos trabalhadores. É o que resulta evidente para qualquer observador científico honesto do exemplo da construção da economia socialista na antiga URSS. 



A Rússia pré-revolucionária era um país que, embora dispondo já de uma indústria apreciável, vivia globalmente numa situação de atraso semi-feudal, miserável, com grandes massas de desempregados e mais de 75% de analfabetos. As destruições provocadas pela guerra de 1914/18 somaram-se as consequências da Guerra Civil e da intervenção imperialista, de tal modo que, em 1920, a produção industrial desceu para um nível 7 vezes inferior ao de 1913 e só em 1926 foi possível atingir o nível de rendimento nacional anterior à guerra. Concentrando energias na industrialização do país, condição absolutamente indispensável a sua própria sobrevivência nas condições do cerco imperialista, a URSS obteve êxitos notáveis. Durante o primeiro plano quinquenal (1929/1934) a produção industrial cresceu ao ritmo médio anual de 15%. Em 1930 o desemprego desapareceu de vez. A URSS tornou-se a primeira potência industrial da Europa e a segunda no plano mundial durante várias décadas. Com a agressão nazi-fascista, o país dos sovietes sofreu colossais perdas de vidas humanas e bens materiais: 20 milhões de mortos, 70 mil cidades e aldeias e 32 mil empresas destruídas, 25 milhões de pessoas sem casas, 65 mil km de via férrea inutilizados, 30% da riqueza nacional destruída. Mas a reconstrução do país que parecia tarefa sobre-humana foi rapidamente realizada e, em 1948, o nível de produção anterior à Guerra encontrava-se restabelecido. O país renasce das cinzas e avança em direção aos níveis mais altos de desenvolvimento na indústria, na ciência e na técnica, apesar de toda política burocrática do stalinismo. Em 1954, a União Soviética instala a primeira Central Atômica do mundo, em 1957 o primeiro satélite artificial é colocado em órbita; em 1961, Gagarin é o primeiro homem a viajar no espaço. A URSS torna-se numa poderosa potência industrializada, com uma agricultura desenvolvida, com um imenso potencial técnico e científico, com realizações das mais avançadas do mundo no campo da saúde, da instrução, da cultura e da habitação. Porém o gargalo maior estava mantido, o estrangulamento da revolução socialista mundial em razão da concepção vigente do "socialismo em um único país".



A luta de classes e sua história registam grandes acontecimentos revolucionários que assinalam momentos de viragem na longa e dura mas exaltante luta do homem pela sua libertação. Nenhum é porém comparável com a Grande Revolução Socialista de Outubro, que neste dia celebra seus 102 anos. Todas as revoluções anteriores conduziram à substituição no poder de uma classe dominante (exploradora) por outra. Com a revolução bolchevique de 1917, o proletariado russo, eliminando a exploração e opressão capitalista e latifundiária, libertou simultaneamente todas as outras classes exploradas e os povos oprimidos da velha Rússia Czarista. O novo poder estatal operário e camponês, suprimindo a propriedade privada dos principais meios de produção, liquidou a própria base econômica da exploração do homem pelo homem. As massas trabalhadoras tornaram-se, pela primeira vez na história, donas e senhoras do seu próprio destino social. A Revolução de Outubro tornou finalmente possível para os explorados a concretização de seculares aspirações de liberdade, igualdade e justiça social. Confirmou, na prática do próprio ato revolucionário (e depois no processo de edificação da nova sociedade), que a classe operária, pela sua situação social e o lugar único e privilegiado que a História lhe reservou, encarna em si tudo o que há de mais nobre, humano e progressista. O triunfo da Revolução de Outubro deu finalmente todo o sentido à ação de gerações de revolucionários, marcada por muitos sonhos irrealizados, muitos combates derrotados, muitos sacrifícios aparentemente sem sentido.

Mas porque somente em Outubro de 1917 se abriu finalmente a possibilidade real, concreta e visível de libertação da exploração do homem pelo homem? Porque só então se reuniram as condições objetivas e subjetivas necessárias e suficientes a tão gigantesco empreendimento. Antes faltavam as condições históricas, que só o desenvolvimento do capitalismo e o amadurecimento das suas contradições finalmente engendra. Faltava a convicção cientificamente fundamentada (obra de Marx e Engels) da necessidade e possibilidade de vitória. Faltava o Partido de vanguarda do proletariado, coeso e disciplinado, a que Lenin deu vida e sangue no Partido Bolchevique. Faltava a estratégia e a tática da conquista do poder que os bolcheviques genialmente elaboraram e aplicaram. Já antes do grande Outubro a classe operária se destacara na luta social e no combate revolucionário. A contradição irredutível entre o trabalho assalariado e o capital, já bem patente na célebre greve dos tecelões de Lyon (França) irrompe espectacularmente no palco da História, em 1871, com a revolução da Comuna de Paris. Esta foi a demonstração prática da possibilidade dos trabalhadores conquistarem o poder, organizarem a vida sem a burguesia e os senhores da terra, construírem uma alternativa ao capitalismo mil vezes mais democrática, mais humana, mais progressista. Derrotada e afogada em sangue numa das mais cruéis e vingativas ondas de reação que a História registra, a Comuna erguida pelo proletariado parisiense cumpriu entretanto um papel capital na luta revolucionária da classe operária pela sua emancipação. As experiências e ensinamentos que proporcionou possibilitaram a Marx e Engels um novo enriquecimento da ciência Marxista, nomeadamente quanto à teoria da Ditadura do Proletariado. A sua contribuição para a difusão internacional do Marxismo e o seu impulso para a organização revolucionária do proletariado foi inestimável. Nada foi em vão na "utopia" dos revolucionários da Comuna. A sua ação, embora derrotada, penetra no movimento real da vida social, indicava a necessidade imperiosa de prosseguir e persistir na luta na direção histórica apontada pelos fundadores do comunismo científico e do movimento operário Internacional, cimentava motivos profundos de confiança na vitória final. Mas foi preciso que passasse quase meio século para que de novo a classe operária voltasse a conquistar o poder, desta vez para vencer.

A Lenin e aos seus camaradas bolcheviques, como Trotsky, cabe o extraordinário mérito histórico de nos anos difíceis do fim do século XIX e início do século XX, terem permanecido inquebrantavelmente fiéis aos ideais do proletariado, terem mantido sempre inexorável confiança no potencial revolucionário da classe operária e das massas populares da Rússia e de todo o mundo e por fim terem interpretado e aplicado de forma criadora o pensamento de Marx e Engels, a flagrante atualidade desta questão merece ser sublinhada. Anos difíceis no plano objetivo e sobretudo no plano subjetivo. Situação em que, paradoxalmente, ao lado do crescimento quantitativo da classe operária e dos partidos sociais-democratas, se verificava por parte dos principais dirigentes da II Internacional, o abandono, a renúncia e o combate efetivo às teses fundamentais do Marxismo, esvaziando-o da sua essência revolucionária. Sem a direção Bolchevique, o movimento operário ficaria ideologicamente desarmado, condenado à impotência revolucionária, reduzido à condição de mero instrumento de crítica liberal e pressão reformista nos marcos consentidos pelo sistema capitalista e sua democracia burguesa. O implacável combate travado por Lenin contra o revisionismo e o oportunismo reformista no movimento operário, longe de constituir uma simples "querela ideológica" foi na sua essência uma luta de vida ou de morte contra a influência da ideologia burguesa no movimento operário. A criação dos partidos Comunistas e da Internacional Comunista em ruptura frontal com os velhos partidos da II Internacional não foi um "acidente" que pudesse ou devesse ser evitado, mas uma necessidade para defender e afirmar o papel independente e revolucionário da classe operária. Sem isso, a Revolução de Outubro teria sido impossível. Se o nome de Lenin ficou explicitamente ligado à expressão que designa a ideologia da classe operária é precisamente porque foi decisiva a sua contribuição, não apenas para a defesa do Marxismo contra os seus detratores e falsificadores, mas para o seu desenvolvimento e enriquecimento, precisamente num período crucial da História do movimento operário. A contribuição Leninista nos planos da filosofia, da economia política (sobretudo na análise do imperialismo), da edificação do partido de novo tipo, da estratégia e da tática da revolução, a tomada do Estado como questão central da revolução, da edificação do socialismo e tantas outras, é verdadeiramente gigantesca. Por isso o Marxismo tornou-se com Lenin, o Marxismo Leninismo!

Como este desenvolvimento econômico foi possível? O que permitiu a URSS, apesar das colossais destruições, passar no plano da produção industrial de 3% para 20% da produção mundial? O que é que explica que, no confronto com os EUA, a principal potência do mundo capitalista, a URSS tenha sucessivamente passado (ainda quanto à produção industrial) de 12,5% (Rússia pré-revolucionária) para 30% (fins dos anos 40), 75% (1970)? E tudo isto quando os EUA estiveram sempre ao abrigo bélico da destruição e da guerra no seu próprio continente, tiraram fortíssimo proveito da rapinagem em território alheio, construíram boa parte da sua riqueza material com base numa impiedosa exploração neocolonialista do capital financeiro sobre a maioria das nações do planeta. A explicação encontra-se na superioridade da economia socialista e na centralidade de sua planificação, em decorrência da socialização dos meios de produção e da mobilização criadora do trabalho e da inteligência das massas para a concretização de interesses e aspirações sociais que são os suas e não as de um punhado de exploradores capitalistas. A vida mostrou que a construção do socialismo não é de modo algum um caminho "idealista", isento de contradições políticas, muitos das quais, praticamente geradas pela camarilha burocrática que detinha seus próprios privilégios e obstruía o avanço histórico da URSS para o Comunismo. Mas mesmo quando estes burocratas stalinistas obtiveram a hegemonia do Estado Operário, o que se pode facilmente abstrair é a capacidade revelada pela economia socialista para mostrar-se superior ao capitalismo em muitos aspetos. Se assim não fosse não teria sido possível ao novo sistema social alcançar em décadas na esfera da produção material resultados que o capitalismo demorou séculos a alcançar.

O significado revolucionário universal da Revolução de Outubro que agora completa 102 anos consiste muito especialmente em que, pondo pela primeira vez termo a sociedade fundada na exploração do homem pelo homem, inaugurou uma nova época humana de desenvolvimento histórico, a época da passagem do capitalismo ao socialismo. É verdade que as esperanças e perspectivas acalentadas, no afluxo dos anos 20, da revolução proletária mundial não se verificaram. O ascenso revolucionário desses anos que, encorajado pelo exemplo da revolução russa e do Partido Bolchevique conduziu a conquista temporária do poder pelo proletariado em numerosos países e regiões (na Finlândia, na Hungria, na Eslováquia e na Baviera) foi esmagado. A insurreição na Alemanha não conseguiu ultrapassar os marcos da revolução burguesa e foi derrotada. A onda de reação que se seguiu à Revolução de Outubro iria mais tarde desembocar no fenômeno histórico do stalinismo. A vida porém deu resposta a quantos reacionários pensavam que a Revolução de Outubro era um simples "acidente" histórico incapaz de resistir à poderosa máquina de guerra nazista e que o capitalismo era eterno e o socialismo apenas um "sonho de vanguardas" aguerridas mas vulneráveis ao peso brutal da primeira repressão, e que o destino de países e continentes inteiros seria o de sustentarem para todo o sempre a sede de lucro da grande burguesia opressora e exploradora. Nos 102 anos decorridos sobre o assalto do Palácio de Inverno temos toda a convicção de afirmar: Mais tarde ou mais cedo a revolução socialista, dirigida por um "novo" Partido Bolchevique chegará também ao próprio coração do monstro do capital! Nesse combate, no Brasil seguiremos firmes com nosso programa revolucionário, agora enfrentando um novo regime bonapartista que tutela o governo um governo neofascista, mais um desafio que exige dos Bolcheviques a têmpera para se manter firmes em um momento desfavorável para a classe operária, porém saberemos a partir das lições que nos deixaram Lênin e Trotsky enfrentar guiados pelo Marxismo essa realidade que mais do que nunca exige a construção de um partido revolucionário mundial, a IV Internacional!

Poderíamos escrever um longo texto descrevendo os fatos históricos e políticos que levaram o Partido Bolchevique ao poder em 1917. Não faltam “especialistas” no assunto, ainda que não apliquem uma vírgula do legado deixado por Lênin e Trotsky. Por esta razão, como uma corrente leninista militante, optamos por ligar as lições de Outubro aos desafios do proletariado e sua vanguarda hoje, no Brasil e no mundo, até porque para as novas gerações o Estado operário soviético, liquidado em 1991, já não existe mais, sendo esse combate político e teórico a própria defesa concreta da revolução hoje. Nesse sentido, a principal tarefa dos marxistas revolucionários reside justamente em reafirmar em pleno século XXI, contra todos os modismos adotados pela “esquerda” em geral e o revisionismo em particular, a vigência da construção do partido leninista como núcleo de vanguarda comunista organizado para tomar o poder da burguesia, condição essencial que levou a vitória do proletariado naqueles dias de 1917 e que se faz ainda mais necessária diante de uma conjuntura mundial absolutamente desfavorável para os trabalhadores em todo planeta. Fazemos este alerta porque a melhor homenagem que podemos render a esse triunfo histórico do proletariado mundial, quase um século depois de ocorrido e quando a URSS já não existe mais, é fazer um balanço das lições programáticas que levaram ao fim do Estado Operário soviético pelas mãos dos bandos restauracionistas apoiados pelo imperialismo. Desde já, aproveitamos a “oportunidade” para dizer que as mesmas forças políticas e sociais que festejaram a queda da pátria de Lênin, seja no campo burguês ou no terreno do revisionismo trotskista, são as que ontem estavam unidas para, em nome da “defesa de democracia”, saudarem a charlatanesca “Revolução Árabe” no norte da África e no Oriente Médio levada a cabo pela OTAN e seus mercenários “rebeldes” ou mesmo as manifestações da direita na Ucrânia e Venezuela, não por acaso financiados pelas mesmas potências capitalistas que apoiaram o mafioso Yelstin em 1991 como alternativa “democrática” à “ditadura stalinista”.

O fim da URSS, em 1991, foi sem dúvida a maior tragédia política para os trabalhadores de todo o mundo no século XX. A contrarrevolução que restaurou o capitalismo na União Soviética, abriu uma etapa histórica de um profundo retrocesso político e ideológico do proletariado mundial, marcado pela quebra das conquistas sociais dos trabalhadores em todo o mundo e pela ofensiva da recolonização imperialista cada vez mais amparada na agressão militar contra as nações oprimidas. Vergonhosamente, a maioria da esquerda mundial, incluindo correntes pseudotrotskistas, saudaram a destruição do Estado operário e das conquistas sociais Revolução de Outubro como um fato progressivo, “uma grande vitória dos trabalhadores e do povo” (1991 – Um golpe de direita, disfarçado com a bandeira vermelha – sitio do PSTU 19/10/2011). De fato, o que ocorreu na Rússia foi que o aprofundamento da política restauracionista, através da Perestoika de Gorbachev, fez que um setor da burocracia, encabeçado por Boris Yeltsin, rompesse com o PCUS para alçarem-se à condição de representantes diretos do imperialismo e candidatos a novos proprietários dos meios de produção, concluindo definitivamente o processo de restauração capitalista. A tentativa de golpe do chamado Comitê Estatal de Emergência, foi último recurso de uma burocracia desmoralizada e sem apoio de massas, para assegurar os seus próprios privilégios de casta burocrática dirigente do Estado operário. Para as correntes revisionistas do trotskismo, em 1991 houve uma revolução, cuja vitória se consistiu em que “as massas conseguiram derrubar o regime e conquistaram liberdades democráticas” (Idem). Com essa grotesca falsificação, apresentam uma contrarrevolução imperialista como se fosse a revolução política antiburocrática proposta por Trotsky, que nunca defendeu um regime de democracia burguesa como alternativa ao stalinismo, mas sim a democracia proletária, ou seja, a ditadura do proletariado exercida através dos sovietes, para assegurar as conquistas da Revolução de Outubro e impulsionar a revolução proletária mundial.

Todo o malabarismo dos pseudotrotskistas para justificar seu apoio à destruição da URSS em nome das “liberdades democráticas”, só fazem revelar sua vergonhosa capitulação política ao imperialismo, da mesma forma como fizeram quando defendem com unhas e dentes a fantasiosa “Revolução Árabe”, dando coro à propaganda ideológica das grandes potências capitalistas e seus órgãos de inteligência. Fizeram isto de forma criminosa contra a Líbia, um país semicolonial não alinhado, ao chamarem um movimento reacionário, armado e financiado pelo imperialismo, de “revolução democrática” levado a cabo pelos “rebeldes”. Na verdade, as correntes de esquerda que apoiaram descaradamente a intervenção imperialista na Líbia e fizeram o mesmo na Síria e no Irã mais recentemente, sob o argumento cínico do apoio à “Revolução Árabe”, negam categoricamente as lições mais elementares da Revolução de Outubro, porque há muito abandonaram o leninismo e a estratégia da luta revolucionária pela conquista do poder pelo proletariado e se deixaram corromper pela mídia pró-império e pelos encantos da democracia burguesa. Para essa escória, já não é mais necessário, como faziam os mencheviques e outras correntes oportunistas do século XX, apresentar a revolução democrática como uma etapa para chegar ao socialismo, pois, na atual etapa de reação política e ideológica, já fizeram da democracia dos ricos e instituições corruptas do Estado burguês o seu próprio objetivo. Estranhamente, a até então muito alardeada “Revolução Árabe”, na verdade foi uma transição operada pela própria aristocracia que prefere ceder os anéis... não faz qualquer referência à reivindicação histórica das massas árabes que é a destruição do enclave imperialista no Oriente Médio, o Estado sionista de Israel, que foi saudada e apoiada pelos principais expoentes do imperialismo.

Com posições abertamente pró-imperialistas as correntes pseudotrotskistas vão muito além do campo do revisionismo do marxismo, passando a estabelecer uma clara aliança com a reação capitalista das transnacionais do petróleo em sua ofensiva sobre os povos árabes. Para os que acusaram a LBI de “capitular a Kadaffi” por defender a Líbia da agressão da OTAN em frente única com as forças que apoiavam o regime e depois fizeram o mesmo na Síria de Assad e mesmo na Venezuela de Maduro, quando estávamos contra a escalada terrorista dos mercenários que desejam derrubar esses governos nacionalistas para imporem títeres da Casa Branca, a escória política da mesma cepa dos que caluniavam Trotsky de capitular a Stálin, respondemos com as sábias lições nos deixada pelo “velho bolchevique”, plenamente válidas até nossos dias: “Stalin derrubado pelos trabalhadores: é um grande passo para o socialismo. Stalin eliminado pelos imperialistas: é a contrarrevolução que triunfa” (Em Defesa do Marxismo). Estes revisionistas foram os mesmos que durante a destruição do Estado operário soviético pelo bando criminoso e restauracionista de Yeltsin saudaram o fim da URSS como uma “triunfante revolução democrática”, não tendo o menor descaramento de emblocarem-se com a contrarrevolução imperialista. Não por coincidência, cometeram a mesma traição dos de ontem, ao renegarem a defesa incondicional da URSS. 

Como dizia Trotsky, “A emancipação dos operários não pode ser senão obra dos próprios operários. Não há, pois, crime pior do que enganar as massas, do que fazer passar as derrotas por vitórias” (A moral deles e a nossa, 09/1938). Para encobrir sua impotência diante dos acontecimentos, os revisionistas do trotskismo tentam vender as derrotas como vitórias. Apresentaram a restauração capitalista na URSS e Leste europeu como revoluções e o crash de 2008 apontaram como sendo o próprio fim do capitalismo. Não tendo um partido revolucionário para sequer se defender, são os trabalhadores que pagam a crise da grande burguesia que usa as perdas de suas empresas para justificar uma apropriação inaudita de recursos estatais. Em que pese serem o epicentro da última crise, os EUA sequer perderão seu posto hegemônico na economia mundial, enquanto seu domínio estiver lastreado por seu poderio militar dominante, enquanto o proletariado estadunidense seguir intoxicado por sua própria burguesia através do partido democrata auxiliado por reformistas e não poucos pseudotrotskistas que defendem o direito a existência do enclave sionista e se opõem à vitória militar dos povos oprimidos sobre os EUA. Para Trotsky como para Lenin não há situação sem saída para o capitalismo, cujo único coveiro é a tomada do poder pelos trabalhadores organizados em um partido comunista.

Para os autênticos revolucionários marxistas, que não se curvaram diante da ofensiva ideológica do imperialismo 102 anos da tomada do poder pelos Bolcheviques, cabe a tarefa de resgatar as tradições revolucionárias e as lições da grande Revolução de Outubro como ferramentas elementares na construção do partido revolucionário para libertar o proletariado da influência dos agentes da burguesia e do imperialismo, colocando o movimento operário novamente sob a bandeira da revolução proletária mundial e do socialismo, esta incumbência destinada à reconstrução da IV Internacional. Para tanto é necessário que a vanguarda da classe operária abstraia com toda perspicácia as lições das derrotas que o proletariado tem sofrido nas últimas décadas por causa precisamente da ausência de uma direção verdadeiramente revolucionária. A necessidade de derrotar o imperialismo faz da Revolução Bolchevique, mais do que nunca, uma referência para a luta dos trabalhadores de todos os países. Portanto, a tarefa que se coloca para os revolucionários de hoje, é resgatar o legado político e teórico de Lênin e Trotsky, para potenciar a vitória da revolução mundial imprimindo uma derrota definitiva ao imperialismo para abrir o caminho ao futuro socialista da humanidade. No momento em que a esmagadora maioria da humanidade sente todas suas conquistas sociais, econômicas, civis e democráticas sendo devoradas pelo insaciável monstro capitalista e que a cada dia cresce a ameaça do uma nova guerra tendo hoje como alvo a população iraniana, com toda justeza se impõem às palavras de Trotsky no jornal Proletarii, de 24 de agosto de 1917, “Revolução Permanente ou massacre permanente! Essa é a luta de cujo resultado depende a sorte da humanidade!”.