sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

CÂMARA APROVA A PRIVATIZAÇÃO DO SANEAMENTO PÚBLICO: MAIS UM BOM NEGÓCIO PARA A EXPLORAÇÃO DOS RENTISTAS...


Considerado por todos os sindicatos de trabalhadores de água e esgoto do país como um projeto legislativo neoliberal que abre as portas para privatização da água e esgoto, o novo marco do saneamento público foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11/12), por 276 votos a favor e 124 contra. Uma ação de obstrução impediu a aprovação integral do texto, que ainda aguarda deliberação de alguns destaques na próxima terça-feira (17/12). A aprovação pelo Congresso significa um grande retrocesso à universalização dos serviços de água e esgoto no país. A tarifa de água ficará mais cara e as empresas privadas não terão interesse em atender os municípios pequenos. Perderá este serviço público fundamental a saúde humana, hoje majoritariamente sob o controle do Estado, toda a população, mas em especial as comunidades mais proletarizadas e pobres. Um dos principais pontos deste projeto neoliberal que beneficiará os rentistas do mercado financeiro, é o que estabelece como obrigatória a licitação dos serviços de saneamento, abrindo uma espécie de concorrência entre as empresas privadas e as estatais. A entrega do saneamento para empresas estrangeiras foi enfaticamente defendida pelo ministro da Economia do atual governo neofascista, Paulo Guedes, em recente evento ocorrido na sede do BNDES. Atualmente, os gestores municipais ou estaduais podem optar por celebrar contratos de saneamento diretamente com as estatais, sem a necessidade de licitação. A água é um bem imprescindível à vida, portanto um direito inalienável da população. O seu tratamento deveria levar em conta não o lucro, mas a dignidade humana. A água é um bem que o Estado deveria ter responsabilidade de garantir que chegue à casa de cada brasileiro, tendo ou não condições de pagar por isto. Somente um Congresso Nacional totalmente corrupto e sob mandado do capital financeiro, poderia aprovar este projeto totalmente inconstitucional, um verdadeiro atentado aos direitos mais básicos do povo pobre e carente. Desgraçadamente os sindicatos que deveriam organizar a ação direta de resistência e uma greve nacional para derrubar este malfadado projeto, se limitaram ao “tradicional” e inócuo lobby parlamentar, colhendo mais esta derrota histórica.