quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

GREVE GERAL NA FRANÇA: MACRON ATACA AS APOSENTADORIAS DOS TRABALHADORES EM BUSCA DE RECOMPOR O APOIO DA BURGUESIA A SEU FRÁGIL GOVERNO ACOSSADO PELA EXTREMA DIREITA... SÓ A RESISTÊNCIA OPERÁRIA PODE BARRAR A OFENSIVA REACIONÁRIA EM CURSO! 


A França foi palco hoje de uma Greve Geral contra o projeto de reforma da Previdência defendido pelo neoliberal Emmanuel Macron. A paralisação afetou vários serviços como trens, aviões, escolas e hospitais. A indignação popular foi motivada pelo profundo ataque aos direitos dos trabalhadores, com a eliminação de 42 regimes especiais que existem atualmente e que garantem conquistas sociais a várias categorias profissionais. O novo sistema pretende adiar a aposentadoria, atualmente aos 62 anos e diminuir o nível das pensões. Fica evidente que Macron deseja com esta medida demonstrar força no ataque aos trabalhadores, tendo em vista as eleições presidenciais de 2022. O frágil gerente neoliberal busca recompor o apoio do grosso da burguesia a seu governo em crise, na tentativa desesperada de se manter como uma alternativa ao ascenso da extrema-direita capitaneado por Marine Le Pen. Não esqueçamos que em março deste ano, a líder do Rassemblement National (antiga Frente Nacional), venceu as eleições para o parlamento europeu. O jovem direitista Jordan Bardella, de 24 anos, encabeçou a lista da antiga Frente Nacional como uma forma de ter um canal direto como os “Coletes Amarelos”. Fica evidente que o atual governo encontra-se encurralado pela extrema-direita, que usou inclusive esse movimento para desgastar ao máximo Macron, tendo desgraçadamente nessa manobra o apoio do conjunto da esquerda reformista, completamente incapaz de levantar um programa operário e anticapitalista para derrubar o governo a partir da mobilização direta dos trabalhadores e imigrantes. Segundo o Jornal “Le Figaro” um levantamento aponta que três a cada quatro eleitores franceses está disposto a recorrer a um “voto de protesto” nas próximas eleições presidenciais, em 2022. A abstenção e o voto em branco também atingiram patamares jamais vistos nos últimos anos. Neste momento, com a Greve Geral de hoje abre-se a possibilidade da classe operária entrar em cena e com seus próprios métodos de luta construir uma alternativa a Macron e a extrema direita. Desgraçadamente a burocracia sindical da CGT e FO e o conjunto da centro-esquerda burguesa (PS, PC, Jean-Luc Mélenchon) desejam que paralisação seja apenas um elemento de pressão contra o governo para Macron retirar o projeto, quando na verdade o eixo político deveria ser a derrubada deste frágil gerente a burguesia rumo a construção de um Governo Operário e Camponês na França!