sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

GRUPO RESISTÊNCIA (PSOL), PSTU E PCDOB DEFENDEM A BOLSONARISTA KAROL ELLER E AFIRMAM QUE “LUTA CONTRA A LGBTFOBIA NÃO TEM IDEOLOGIA”: PARA OS MARXISTAS SOLIDARIEDADE TEM CARÁTER DE CLASSE E CAMPO IDEOLÓGICO! NENHUM APOIO A YOUTUBER NEOFASCISTA, INIMIGA DOS TRABALHADORES, DAS MULHERES E LGBT´s!


Tão logo ganhou manchetes que Karol Eller, a youtuber de extrema-direita amiga de Bolsonaro, foi supostamente atacada com sua namorada (uma policial civil) em uma briga de rua, a esquerda reformista como o PCdoB e grupos revisionistas do Trotskismo (Resistência e PSTU) saíram imediatamente em sua defesa alegando que se tratava de uma agressão homofóbica. Lançaram memes na internet e fizeram artigos tendo como eixo que a “luta contra a LGBTfobia não tem ideologia” e prestando solidariedade a bolsonarista Karol. Quanto ao PCdoB, que há poucos dias tinha se solidarizado com a neofascista Joice Hasselman pelas mãos de Manuela D´ávila não há nenhuma surpresa, mas grupos que se dizem Trotskistas atuarem da mesma forma é digno de nota e... combate político e ideológico! No depoimento dado a polícia pela youtuber, ela alega que sofreu as agressões por preconceito contra a sua orientação sexual. O agressor, por sua vez, conta uma versão diferente, de que ela estava armada e teria ficado com ciúmes porque ele conversou com sua namorada. Não vamos entrar no mérito das versões apresentadas (apesar das imagens filmadas desmontarem a farsa montada por ela) mas no que realmente interessa para os Comunistas: a posição de setores da esquerda em apoiar incondicionalmente uma Bolsonarista alegando que a solidariedade a uma LGBT está “acima das ideologias”. Para os Marxistas Revolucionários a solidariedade tem um caráter de classe e não está acima das opções políticas e ideológicas das pessoas. Esse é o critério dos Trotskistas mas grupos como Resistência e PSTU passam longe de adotarem um programa revolucionário marxista principalmente quando se trata da chamada “opressão de gênero”. Assumem a concepção “identitarista”, próprio das chamadas “novas vanguardas” que para esses revisionistas são movimentos que estão acima da luta de classes. A solidariedade a uma Bolsonarista é a expressão clara dessa adaptação policlassista própria da social-democracia, da chamada “esquerda identitária” que tem o PSOL como farol irradiador no Brasil. De nossa parte, Karol Eller não terá nenhuma solidariedade, não é uma das nossas combatentes pelos direitos LGBT, das mulheres, negros e da classe trabalhadora, ao contrário, é uma inimiga de classe que inclusive fez campanha para Bolsonaro e ataca o movimento LGBT, reproduzindo o discurso reacionário de que não existe LGBTfobia no país e de que tudo não passa de “vitimismo”. Não por acaso ganhou da “famílicia” Bolsonaro um cargo na EBC com um salário acima de R$ 10 mil para propagar sua plataforma neonazista!

O mais grave é que além de defender essa militante Bolsonarista grupos como Resistência e PSTU aproveitaram o episódio para atacar a esquerda que não comunga com suas teses "pós-modernas", deformando as posições que questionam a linha revisionista dessas correntes. No site Esquerda On Line ao mesmo tempo em que defende Karol alegando que “Solidariedade contra a LGBTfobia não escolhe ideologia” (18.12) a Resistência vocifera “A esquerda que aplaude isso não representa uma esquerda coerente com a luta frontal contra Bolsonaro, suas políticas, suas declarações e seu conservadorismo. E a tendência dessa esquerda é que apoie qualquer ato de agressão contra quem tiver uma opinião diferente em um momento mais acirrado da luta de classes. Essa lógica moral de que ‘os fins justificam os meios’ já foi vista por muitas vezes na história e sempre esteve em consonância com regimes políticos autoritários”. Como pode-se ler os militantes revolucionários não podem mais recorrer a violência contra os fascistas, teriam que “respeitar” as provocações da extrema-direita em nome de uma convivência “civilizada” com essa escória reacionária que também reside entre os LGBT, como é o caso de Karol Eller. Já o PSTU pede “Punição já ao ataque LGBTfóbico contra a youtuber Karol Eller” e declara “É preciso repudiar esse ataque, exigindo a identificação imediata e punição exemplar do agressor por essa tentativa de homicídio”. Não é papel da esquerda, ainda mais correntes que se reivindicam trotskistas, ser grupo de pressão em defesa de uma reacionária que defende a eliminação física dos nossos militantes e o governo Bolsonaro! Muito menos defendemos que a PM e a Justiça burguesa “punam exemplarmente” alguém que está envolvido na farsa montada por Karol. Os revolucionários defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas não mentem para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas.

Toda saída para o problema da opressão de gênero por dentro da democracia burguesa, como defendem o reformismo e o revisionismo do trotskismo, conduz à divisão do proletariado entre gêneros distintos, ao recrudescimento e ampliação do aparato repressivo estatal contra os trabalhadores. A “esquerda” revisionista como PSOL e PSTU e seus satélites como o MRT-LER, além obviamente da própria frente popular (PT, PCdoB), sempre defende as “mulheres” (independente do caráter de classe) em geral via rígida aplicação da “Lei Maria da Penha” e as delegacias especializadas, tudo isso sem nenhum critério de análise marxista. Quando uma mulher ou LGBT é assassinada ou agredida, ainda que seja burguesa, bolsonarista ou faça parte de seu submundo neonazista, esta esquerda sem os menores princípios de classe, reivindica que o Estado capitalista intervenha como resolução policial para estes casos, configurando um campo completamente distante da luta de classes e do Marxismo Revolucionário. Devemos lutar pela superação do machismo que nasceu com a propriedade privada, do feminismo policlassista e da mercantilização das relações pessoais, que só será plenamente realizada com a abolição do modo de produção capitalista, por meio da revolução socialista, destruindo qualquer forma de opressão contra as mulheres trabalhadoras e a exploração de classe... Esse programa é o oposto do que defendem a Resistência e o PSTU que não passam de correntes que a passos largos vão abrindo mão do Marxismo e adotando o “identitarismo” como móvel programático para intervir nos movimentos sociais.