quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

HÁ 40 ANOS AS TROPAS DO EXÉRCITO VERMELHO ENTRAVAM NO AFEGANISTÃO: OS REVOLUCIONÁRIOS APOIARAM A OCUPAÇÃO SOVIÉTICA PARA DETER O AVANÇO DO IMPERIALISMO NA FRONTEIRA DA URSS E ESTENDER AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO!


Na última semana de dezembro de 1979, há exatos 40 anos, o Exército Vermelho ocupou o Afeganistão. Foi uma reação da burocracia soviética a investida do imperialismo ianque no país fronteiriço com a URSS. Naquela ocasião, agentes da CIA treinaram e armaram os mujaheddin (guerreiros da liberdade) para desestabilizar o governo de frente popular, dirigido pelo Partido Popular Democrático de Babrak Kar-mal, uma espécie de satélite político da burocracia soviética. Por adotar medidas muito tímidas e limitadas, que feriram interesses dos latifundiários semifeudais do Afeganistão seguidores do Islã, como uma reforma agrária parcial e a abolição da burqa (véu muçulmano imposto às mulheres) e da escravidão feminina, o governo frente-populista do PPD sofreu um ataque militar dos mujaheddin apoiados pela CIA, que tencionava o estabelecimento de um posto avançado do Pentágono na fronteira com o Estado operário soviético. Uma posição justa do proletariado mundial deveria partir do apoio à ocupação soviética ao Afeganistão, assim como da exigência de um programa radical de expropriações, no caminho da extensão das conquistas de 1917 naquele país atrasado, porém integrado à produção capitalista mundial. Em 15 de fevereiro de 1989, os burocratas restauracionistas, liderados por Gorbachev promoveram a retirada do exército soviético do Afeganistão, pactuando com os EUA a retirada dos agentes da CIA do país e o estabelecimento de um governo muçulmano oriundo das diversas milícias fundamentalistas que combateram os soviéticos. Neste governo, o Taleban (formado a partir da influência da burguesia paquistanesa sobre a região) integra-se como fração minoritária até 1995, quando, a partir da barbárie vigente surgida desde 1989, golpeia as demais frações e concentra o poder do Estado em suas mãos. A partir do governo central do Taleban, que controlava cerca de 90% de todo o território nacional, Bin Laden e Al Qaeda iniciaram seu novo "combate sagrado" ao antigo aliado: o imperialismo ianque, fundando núcleos de treinamento de guerrilha no Afeganistão. Ficou obvio que a drástica mudança de Bin Laden, armado pela CIA nos anos 70 e depois seu principal inimigo, teve como móvel a espoliação do território afegão e árabe pelos grupos econômicos imperialistas, que geram a miséria e atraso secular de toda a Ásia Central e península arábica. A pressão política das massas e o sentimento antiimperialista obrigaram as direções islâmicas a adotarem uma postura "radical" contra alvos imperialistas, mas sem a conseqüência de uma luta internacional proletária contra o capitalismo mundial. Por isso, essas direções nacionalistas burguesas oscilam em momentos históricos, ora combatendo os interesses do proletariado, como no caso da ocupação soviética em dezembro de 79, ora combatendo o imperialismo, como na Guerra do Golfo, ou nos enfrentamentos militares com os EUA.

A ofensiva imperialista iniciada em 89 com a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão e, logo depois a derrubada contrarrevolucionária do Muro de Berlim, culminando com o fim da própria URSS em 1991, pavimentou uma perspectiva de guerras de ocupação a diversos países e, ao mesmo tempo, de fomentar contrarrevoluções internas sob pressão dos EUA. Atualmente, como Marxistas Revolucionários, apoiamos cada ofensiva sobre os agressores imperialistas e suas tropas de ocupação no Afeganistão, postando-se em frente única, com absoluta independência política, com as forças que enfrentam as tropas de rapina das potências capitalistas. Cada revés sofrido pelos invasores dos EUA e da OTAN no Afeganistão ajuda a elevar o nível de consciência do proletariado e aumenta a sua confiança de que o imperialismo pode ser derrotado, forjando as condições para a construção de uma autêntica direção revolucionária que lute pela edificação do socialismo. Esses ataques representam uma resposta militar dos povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não convencionais de combate militar. Defendemos a unidade de ação com as forças que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos justa toda e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos! Lutamos vigorosamente pela expulsão das tropas da OTAN de toda região, impulsionando uma frente de ação político e militar com as forças da resistência nacional afegã contra os saqueadores imperialistas, forjando a construção do partido revolucionário para superar as direções burguesas em suas mais variadas facetas.