quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ECONOMIA CAPITALISTA EM CRISE NO BRASIL: A “DÉCADA PERDIDA” ENTRE O FINAL DA FRENTE POPULAR E O GOLPE DA EXTREMA DIREITA...



Entre 2010 e 2019, a economia brasileira cresceu, em média, 1,39% ao ano, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa é a menor taxa de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) para uma década desde 1900. Até então, o pior resultado anual foi constatado nos anos 90(entre o impeachment de Collor e a chamada era FHC), quando a variação média no período foi de 1,75% (PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no País). Foi nesta época que a política neoliberal, ancorada no tripé macroeconômico de câmbio pró-importação e escancaramento das fronteiras comerciais, ajustes fiscais com redução dos investimentos públicos para produzir superávits primários, e metas de inflação mantidas com juros elevados, foi amplamente adotada no Brasil e começou a arrasar a economia nacional. Ultrapassado o período Lula, em toda a década passada, do final de 2010 até 2019, essa política nefasta de “ajuste” foi aplicada, tanto o governo de Frente Popular de Dilma Rousseff como o golpista Michel Temer e agora o neofascista Bolsonaro, mantiveram o tripé macroeconômico e o arrocho fiscal receitado pelo FMI. O PIB, que em 2010 havia crescido 7,5%, em 2011 ficou em apenas 2,7%, com taxa de investimento de 20,6% do PIB. No ano de 2011 a presidente Dilma Rousseff que acabara de assumir o governo de colaboração de classes prometeu elevar o investimento para 24% do PIB. Em 2012, o PIB encolheu para 0,9%. A taxa de investimento ficou em 20,7% do PIB. Em 2013 o PIB teve uma variação positiva de 2,3% e a taxa de investimento mantêm-se em 20,9%. No segundo trimestre de 2014 o país começa a entrar na pior recessão econômica de sua história recente. O ano de 2014 fecha com um PIB de 0,1% e a taxa de investimento cai para 19,9%. Em 2015 o PIB já é negativo em 3,8% e a taxa de investimento desce para 17,8%. Em 2016, mais um ano de queda do PIB. Queda de 3,6% com uma taxa de investimento de apenas 15,5% do PIB. Em 2017 o PIB fica em 1,3% (revisado) e o investimento chega ao seu ponto mais baixo, 15,0% do PIB. Em 2018 o PIB se mantém em 1,3% e a taxa de investimento 15,8%. O ano de 2019 deverá repetir o desempenho dos anos anteriores com o país no fundo do poço. PIB em torno de 1% e taxa de investimento de 15,5% do PIB. A cantilena dos economistas neoliberais, que serviram tanto aos governos do PT como da extrema direita, estão sempre afirmando que a próxima “reforma” vai resolver o problema da estagnação econômica, Primeiro o teto de gastos, depois a (contra)reforma trabalhista, depois a da Previdência... agora a reforma dos servidores públicos. É uma narrativa que não tem base real nos fatos da dinâmica das forças produtivas, objetivamente, a economia capitalista não acelerou o crescimento. A adoção pelos governos burgueses (tanto de esquerda como de direita) de um “atalho” econômico para incentivar o consumo, como forma de passar a sensação de crescimento econômico, não passa de uma “aspirina” na tentativa de tratar o “câncer” capitalista, tem fôlego curto e se desfaz na primeira explosão da “bolha de crédito”. Somente a planificação econômica central, destruindo radicalmente a lógica do mercado, será capaz de impulsionar um verdadeiro crescimento histórico da economia para a esmagadora maioria da população, porém já em outros fundamentos: o socialismo.