sexta-feira, 3 de abril de 2020

FLÁVIO DINO, SEGUINDO A ORIENTAÇÃO DE LULA, ABRIU O JOGO: “GOSTARÍAMOS DE MOURÃO ATÉ 2022”...


Há dois dias atrás, o ex-presidente Lula concedeu uma entrevista a vários blogueiros do campo da esquerda, quando respondendo a uma pergunta de Fernando Brito (Tijolaço/PDT) declarou concordar com Leonel Brizola que lhe teria dito acerca da concessão do prazo de um a dois anos de qualquer governo recém eleito para iniciar uma oposição frontal. Lula também afirmou nesta live com a blogosfera progressista que concorda integralmente com o pedido de renúncia de Bolsonaro, posição expressa em uma “Carta Súplica” assinada por Dino e Ciro Gomes entre outras lideranças, no sentido de ser uma “solução menos traumática” do que começar o pedido de impeachment do presidente neofascista. Seguindo esta mesma lógica política o governador do Maranhão resolveu “abrir o jogo”, declarando ao site “247” qual é realmente a tática da Frente Popular: “Tivemos uma reunião com diálogo técnico, respeitoso, sensato.Claro que Mourão não é do meu campo ideológico. Mas, se Bolsonaro entregar o governo para ele, o Brasil chegará em 2022 em melhores condições" (“247”, 03/04). A declaração não peca por dissimular as verdadeiras intenções do conjunto da esquerda reformista neste grave momento que atravessamos, manter a estabilidade do regime bonapartista, sob a gerência de militar de alta patente da extrema direita, ou seja não se trataria mais da burguesia confiar em um presidente desqualificado, expulso do Exército por insubordinação. Mourão tem a legitimidade do alto comando das Forças Armadas para seguir em frente com o recrudescimento do golpe desferido em 2016. Para a esquerda reformista o cenário não poderia ser melhor, Mourão levaria ao fim a pauta das (contra)reformas neoliberais com “pulso firme”, enquanto o PT e a CUT fariam seu tradicional jogo de “corpo mole” de oposição palatável. Se chegarmos as eleições de 2022, o cálculo político da Frente Popular é bem simplório, qualquer nome apresentado pela esquerda teria grandes chances de vencer uma eventual candidatura da extrema direita, e caso a “equação” não consiga fechar nesta direção, se acionaria então a Frente Ampla no segundo turno, com “tudo dentro”...Centrão, Dória, Ciro e contando ainda com a “bênção” da famiglia Marinho...