segunda-feira, 27 de abril de 2020

BOLSONARO COLOCA “AMIGO ÍNTIMO” DO CLÃ NEOFASCISTA NO COMANDO DA PF: PT COMEMORA RESPEITO DE LULA E DILMA A “AUTONOMIA” DA POLÍCIA POLÍTICA DO ESTADO BURGUÊS MONTADA PARA PERSEGUIR A MILITÂNCIA DE ESQUERDA 


Bolsonaro acaba de indicar Alexandre Ramagem, até então no comando da ABIN, como diretor-geral da Polícia Federal. Ele é amigo íntimo do neofascista clã Bolsonaro e mantém relações ainda mais próximas com o vereador Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente, que é investigado pela PF.  Neste domingo, Bolsonaro comunicou também que vai nomear nesta segunda-feira (27) como ministro da Justiça Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Oliveira também é amigo familiar e será o chefe de Ramagem. Logo a esquerda reformista saiu a denunciar o “aparelhamento político” da PF. Diante dessas trocas caseiras no seio do ovo da serpente neofascista do governo Bolsonaro, o PT fez questão de “lembrar” que nas suas gestões a PF tinha “autonomia” e não era “aparelhada politicamente”. José Eduardo Cardozo, o famoso “Soneca” (apelido dado por sua inação como chefe da PF), ex-ministro da Justiça da gestão Dilma Rousseff, que sofreu o golpe parlamentar em 2016 em função do próprio cerco operado pela Operação Lava Jato comandada por Moro via a PF saiu a “comemorar”: “Eu fui ministro da Justiça e apanhei muito por não fazer um controle político da Polícia Federal, mas nunca em momento algum Dilma Rousseff me pediu interferência na PF. O Moro teve uma infelicidade, pois teve Bolsonaro como presidente e eu tive Dilma, que sempre me apoiou”. Não por acaso, Moro, em seu pronunciamento quando anunciou a demissão, ressaltou que o PT deu “autonomia” à PF e criticou a tentativa de seu “aparelhamento” por parte de Bolsonaro: “Na Lava Jato, eu sempre tive um receio constante de uma intervenção do Executivo na Polícia Federal, como troca de superintendente. Mas isso não aconteceu e foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que os resultados fossem avançados”. Vale registrar que, em março de 2016, o delegado Igor Romário de Paula, que atuava na Operação Lava Jato, confirmou a tal “independência” da PF durante o governo do PT. Na ocasião, Veja fez o seguinte questionamento: “O presidente Lula costuma dizer que a Polícia Federal foi fortalecida em seu governo. O senhor concorda?. Concordo. Do ponto de vista funcional, tivemos no governo do PT um avanço que hoje nos permite atuar com mais independência em determinados procedimentos, como o destino que se dá a um certo inquérito. Isso não deixa de ser paradoxal – o governo que nos deu mais autonomia para atuar é o mais atingido pelas investigações até agora”, respondeu o delegado. O fácinora ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima também destacou, em 2016, que “boa parte da independência atual do Ministério Público, da capacidade administrativa, técnica e operacional da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político durantes os governos Lula e Dilma”. Santos Lima é o canalha que sugeriu ao Ministério Público ir “direto na jugular”, usando a morte de Dona Marisa no confronto público com Lula. Em resumo: todos os adversários do PT reconhecem que Lula e Dilma deixaram a PF perseguir livremente os quadros petistas, levando-os em sua maioria para a prisão em função da Operação Lava Jato e sedimentando o golpe parlamentar em 2016. 



Para os Marxistas Leninistas da LBI, a Polícia Federal criada em 1967 em plena ditadura militar para perseguir a militância de esquerda, hoje controlada diretamente pelo Planalto e apresentada como uma das mais importantes “instituições republicanas”, é composta por um seleto grupo de agentes que formam a elite da repressão nacional, sendo o corpo policial mais bem treinado e municiado do país, recebendo não só treinamento militar, como também uma severa doutrinação ideológica para a manutenção da ordem burguesa, sendo responsável pelo monitoramento e perseguição aos movimentos sociais. Na “república” dos barões da indústria e do capital financeiro então gerenciada pela Frente Popular, realmente a Polícia Federal foi uma “instituição” que serviu aos interesses da burguesia enquanto classe e não ao PT como gestor temporário dos interesses da elite dominante. O serviço de inteligência e de repressão da Polícia Federal, longe com sua propalada “autonomia” para combater a “criminalidade” em nome da “segurança pública”, mantém a mesma estrutura de polícia política dos tempos da ditadura militar. Nesta época pontuamos no BLOG da LBI que chamava a atenção na ofensiva de “caça às bruxas” contra o PT era operada pela PF, que institucionalmente estava em tese sob o controle do Ministério da Justiça, ocupado pelo petista José Eduardo Cardozo, integrante de uma das alas de esquerda do partido. 

Com a covardia e inércia principalmente do governo Dilma, os organismos estatais de repressão aumentaram a escalada de ataques ao conjunto da esquerda e movimentos sociais. O então juiz Moro e os procuradores da Lava Jato sentiram-se amplamente amparado pela venal mídia corporativa em sua empreitada contra os interesses do país e a esquerda. Neste marco, a alta cúpula da PF constatou então que o próprio Ministro da Justiça não lhe impôs nenhum limite. Eduardo “Soneca” perdeu o controle institucional do principal órgão de sua pasta, a Polícia Federal. Frenta a essa realidade, o movimento operário e popular deve abstrair todas as lições políticas do desastre da política de colaboração de classes dos governos da Frente Popular, no sentido da superação programática destas direções reformistas que abriram a senda para o fascismo “desfilar na avenida chamada Brasil”. Por essa razão, a LBI está na vanguarda política da denúncia da PF, PM e da Polícia Civil como parte integrante do aparato repressivo e assassino do Estado burguês contra os trabalhadores, não apoiando inclusive as greves policiais por “melhores condições de trabalho” por compreender que tais demandas representam o fortalecimento das forças repressivas. Particularmente a PF tem um histórico de órgão perseguidor de militantes de esquerda, seja da ditadura ou na “democracia”, uma instituição que merece o justo ódio de classe dos comunistas, não reivindicamos sua “automonia” mas a sua destruição pela via da luta revolucionária dos trabalhadores!

Registre-se que em um quadro de instabilidade do chamado “Estado de Direito”, elemento básico de qualquer regime democrático burguês, onde a oposição direitista dirigia de fato a PF e parte do Ministério Público, o PT foi escolhido como alvo central da ação da sua “autônoma” PF. Cardozo foi inclusive criticado por setores do próprio PT por não controlar alas tucanas da corporação. Na Lava Jato, delegados que fizeram campanha para o senador tucano na disputa presidencial de 2014 prosseguiram na caçada ao PT e ao ex-presidente Lula. Mas a cínica orientação “republicana” de “Soneca” em deixar a PF caçar os dirigentes do PT e até um governador de estado eleito pelo partido, como Pimentel de Minas, teve o aval da própria Dilma que não abriu a boca para sequer reclamar da ação midiática da polícia que deveria comandar e que beneficiou diretamente tucanos. Na época perguntamos: Por que em pleno governo Dilma a PF só prende e persegue os quadros petistas, afinal de contas quem a controla são os tucanos ou a “gerentona” petista? 

Lembremos que sob inércia do ministro Eduardo “Soneca” Cardozo, a PF e a “República de Curitiba” indiciaram Dirceu na Operação “Lava Jato” em 2015 e depois sentaram as bases para o golpe parlamentar contra Dilma e a prisão de Lula. Moro constatou que o próprio ministro da justiça da época, o petista Eduardo Cardozo, não lhe impunha nenhum limite resolveu instalar um poder paralelo por cima das próprias “instituições” pavimentando um regime Bonarpartista de exceção. Registre-se que a “República de Curitiba” elegeu desde o início o PT como alvo político, Moro então deu seus primeiros passos na direção de Vaccari e José Dirceu, seguindo para Dilma e Lula. O comando nacional da PF passou a “bater continência” ao então juiz Sergio Moro, sendo Cardoso uma figura decorativa na hierarquia do órgão. O “poderoso” STF, incluindo a totalidade de seus togados ministros, sequer ousou desfazer alguma das insanidades jurídicas de Moro, de fato estivemos diante de um “imperador” que acabou por se autoproclamar “juiz nacional” para o conjunto das querelas de todo o território brasileiro, muito além de sua 13ª vara criminal de Curitiba. Não importava em que jurisdição se encontrava geograficamente suas vítimas, Moro mandava sua “PF pessoal” prender aonde for (de forma temporária ou preventiva), apenas com alegação que também está envolvido na “corrupção existente na Petrobras”.

Elaborada em 2013, posta em prática no início do ano seguinte a Lava Jato tinha como pressuposto básico a derrota do PT em 2014, porém não atuou decisivamente neste ano eleitoral para influenciar seu resultado. Surpreendida com a vitória de Dilma, os planos da Lava Jato tiveram que seguir passando por cima de todas as autoridades de Brasília. Mas porque? Simplesmente pelo fato de Moro e seu entorno oficial (MP e PF) estarem ancorados em uma determinação do Departamento de Estado, chefiado então por John Kerry em Washington. O “USDS” traçou uma estratégia de “inteligência” em 2013 para todo o Cone Sul, onde operações no Brasil e Argentina seriam coordenadas por agentes públicos locais, o objetivo seria o de desgastar ao máximo os vínculos comerciais e políticos dos países do Mercosul com a Rússia e China. Debilitar os BRICS foi considerada uma missão da mais alta relevância para os planos internacionais dos “falcões” da Casa Branca. Moro foi uma “peão” à serviço da geopolítica mundial de Obama, que partiu com força no “desenho” de uma nova América Latina sem a presença de “governos de esquerda”, tarefa que foi impulsionada em um grau ainda maior com Trump.

O “poder imperial” da Rrepública de Curitiba (assim como a do Galeão na era Vargas) esteve bancado pelo “andar de cima”, localizado no edifício Harry Truman... a noroeste da Casa Branca. Vale recordar historicamente que no ápice da crise de Vargas em 1954 um bordão foi popularizado por ser tratar de um verdadeiro poder paralelo por cima do governo nacionalista sob intenso cerco do imperialismo, estamos falando é claro da “República do Galeão”. A base aérea do Galeão (RJ) foi convertida no "quartel general" da oposição reacionária a Vargas, que contando com o apoio dos militares, expediam mandatos de prisão além de promoverem interrogatórios “coercitivos” a militantes políticos ligados ao PTB. O então gabinete de Vargas mostra-se completamente impotente diante da sanha furiosa e inconstitucional da “República do Galeão”, que contava com o apoio entusiástico da famiglia Marinho.

Por fim, recentemente, em declaração para a blogosfera, a ex-presidente Dilma Rousseff, golpeada do Planalto por uma iniciativa originária da “República de Curitiba”, afirmou que: “a Lava Jato estruturou o surgimento da pauta fascista, que cria a justiça do inimigo, hoje denunciada pela Vaza Jato". Dilma “só esqueceu” de declarar que durante o final do seu primeiro mandato, concedeu todo o suporte estatal necessário para eclodir o “ovo da serpente fascista”, ou seja a famigerada Operação Lava Jato. A ex-presidente Dilma, alvo do golpe institucional planejado pelos bandidos da República de Curitiba ainda mesmo antes das eleições de 2014, ao lado do seu Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, jamais obstrui o desenvolvimento da Lava Jato. Como atesta o próprio “Soneca”, rebatendo o então titular da pasta da Justiça golpista, Alexandre de Moraes, afirmou: “Discurso político que não condiz com a realidade quando fala que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff jamais apoiou institucionalmente a operação Lava Jato”. Dilma também “não fez por menos” quando a burguesia exigia que o seu governo prestigiasse politicamente a Lava Jato, em uma coletiva de imprensa realizada em novembro de 2014, a ex-presidente afirmou o seguinte: “Eu acho que isso [investigações da Lava Jato] pode mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai se acabar com a impunidade” (site G1:16/11/2014). Não iremos cansar nossos leitores com as inúmeras demonstrações efetivas de apoio a Lava Jato, que só agora e muito tardiamente Dilma “descobriu” ser a origem da “pauta fascista no Brasil”.

 A LBI alerta mais uma vez que o projeto político contemporâneo da burguesia nacional continua sendo o de aprofundar o golpe parlamentar, iniciando a transição para um regime de exceção bonapartista, onde a formalidade institucional das próprias eleições presidenciais podem ser levadas "as favas", como diria o Ministro (coronel) Jarbas Passarinho diante da promulgação do AI 5 em 1968. A Famiglia Marinho e seus satélites, os barões do capital, os representantes dos grandes grupos financeiros e do agronegócio junto com os estrategistas do Departamento de Estado ianque estão nesse momento planejando quem será “ungido” pós-Bolsonaro ao governo central para desatar o plano de guerra contra o povo. Cabe aos trabalhadores e sua vanguarda política mais esclarecida tirar as lições do circo montado onde o povo trabalhador é o verdadeiro palhaço, denunciando mais um capítulo do golpe em curso. Contra as ilusões na democracia burguesa e seus lacaios de “direita” e “esquerda”, convocamos mais uma vez os agrupamentos políticos classistas e as correntes marxistas a somar forças em uma intervenção unitária para combater a direita e a Frente Popular nas ruas e nas lutas!